quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Pacote Chinês II

Ainda pairam dúvidas em relação ao plano de estímulo fiscal chinês, desde sobre o que seriam gastos adicionais até como os gastos seriam distribuídos. Informações aqui e acolá apontam no sentido de que o número total anunciado incorpora gastos que já seriam normalmente realizados. Portanto, parece que houve mesmo espuma feita pelo governo chinês, idéia chancelada pela reação negativa dos mercados acionários após o anúncio.

Com isso as estimativas têm girado em torno de uma contribuição para o Pib chinês entre 1% a 2% em 2009. Uma contribuição bem mais tímida do que eu imaginei inicialmente.

Em que pese o fato de eu também ter levantando a dúvida quanto ao valor do estímulo adicional, julguei que se o número anunciado fosse gastos adicionais, um colchão para atividade econômica naquele país poderia ser criado. A minha premissa, além de considerar a soma anunciada como estímulo fiscal adicional, pressupunha que seria direcionada exclusivamente para infraestrutura e não para a produção, como estradas, aeroportos, portos, etc. E pode não ser o caso.

Se, além do estímulo adicional for bem menor do que o número anunciado, uma parcela for direcionada ao acréscimo da produção, o resultado seria ainda pior, pois o que o mundo menos necessita nos dias atuais, como alerta Michael Pettis, seria o aumento na capacidade produtiva, conforme mostra o gráfico sobre a evolução dos investimentos globais no texto “Teremos Ressaca”.

Um comentário:

aguia disse...

Mestre:

o que andei lendo é que a grana seria canalizada prioritàriamente para a geração de novos emprêgos via o caminho clássico - e o mais rápido - do incremento do complexo da construção civil, especìficamente de unidades habitacionais.

caso os dois grandes importadores do mundo se fechem em copas, mesmo que paulatina e parcialmente, vai dar ás de espada no futuro, na leitura de cartas ciganas, pro resto, tipo a gente.

rezemos, ou partamos pro porre que - pra dar ressaca - também é bom.

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