Vou ter que medir as palavras para não me comprometer muito, já me comprometendo. O papo que correu ontem no mercado foi o uso da Petrobrás como instrumento político-financeiro pelo partidão. Parece que a coisa começou com um pasquim diário de baixa qualidade, mas que todo mundo assina. Nas rodas até o nome do operador veio à baila, mas isso não constou da publicação, senão seria uma “perdas e danos” pela proa fácil, fácil. Depois alguns investidores se queixam que a empresa é mal precificada, e não sem motivo.
Todos os sinais bullish do price action nos últimos 3 meses serviram de arapuca para quem comprou. No entanto, em vista da condição hiper oversold, talvez o mais recente funcione. Os adeptos da AT classificam os suportes e resistências pela ação dos preços. Eu acrescento os volumes, ou seja, suportes e resistências se situam nas regiões de elevado volume, salvo quando a congestão dos preços se estende por muito tempo. Nesse caso, mesmo quando o volume é fraco durante o sideways, é como se houvesse uma intensa troca de posições que ficou diluída em um intervalo mais longo.
Os volumes nos últimos 2 pregões na Bovespa aumentaram substancialmente, particularmente o registrado em 10 de setembro que foi o 2° maior volume do movimento de baixa. Não deixa de ser um sinal de purgação, o que é positivo para o mercado, porém seria melhor se esses 2 dias tivessem sido de baixa e não de alta.
Ontem (escrevo no começo da madrugada de 12 de setembro), dia 11, o índice fechou acima da máxima intradia assinalada em 10 de setembro, ou seja, fechou acima de uma região de elevado volume, portanto, uma resistência. Dai, muita gente que vendeu o que tinha e o que não tinha (short) correrá o risco de estar mal vendida no curto prazo, uma situação desconfortável para o latecomer no short.
Paulson, do Tesouro americano, vai trabalhar bastante no final de semana. O governo está prestando assistência, leia-se forçando a barra, para que um consórcio engula o patão Lehman Brothers. O anúncio está previsto para a madrugada de segunda-feira, antes da abertura dos mercados asiáticos. Essa expectativa pode contribuir para sustentar o mercado. Por quanto tempo é que serão elas.
Nada dos retail, digo patinhos, jogarem a toalha pelos lados de Pindorama. Aos amigos portugueses que me leiam: esse nome identifica a terra descoberta por Cabral. TM, como estão as coisas em Sintra? Ainda sobre a saga dos patinhos, eles continuam se enforcando cada vez mais. Dissonância cognitiva é a doença que mais mata entre os metidos a investidores.
Os fundos cambiais ainda não atraíram nenhum centavo com a alta do Dólar frente ao Real. Seria esse um bom indicador de sentimento? Vou ficar de olho. Se começar a jorrar fluxo para esses fundos poderá ser um sinal de capitulação.
Na terra do tio Sam os traders estão neutros, também nada de pessimismo, condição necessária para um fundo sustentável, particularmente diante do quadro que assistimos. Para piorar o cenário, o setor de tecnologia está bem mal. Não há rali sustentável sem a liderança ou co-liderança desse setor. Um dia conversaremos sobre os insights que se consegue extrair da análise do comportamento de determinados setores. Obtém-se informações valiosas. Como eu estou devendo a continuação da última conversa, deixemos essa para depois.
Os volumes aumentaram visivelmente nos últimos 4 pregões sem que o SPX tenha saído de lugar (durante 2 dias o S&P 500 deveria ser conhecido por S&P498 com a saída de FNM e FRE). Imagine você fazer força danada e não sair do lugar. A coisa começou a ganhar eletricidade e emoções virão. Os spreads High Yields continuam não dando folga. Quem quiser sobreviver nesse mercado tem que saber de cor e salteado a história da cotação desse spread, a atual, a de ontem, de anteontem, do mês passado, do ano anterior... É fundamental. Outro ponto para uma conversa em outro dia.
Em resumo, um relief rally is overdue. Mas se exagerarem na dose, quem perdeu a oportunidade de um short pode ir preparando a sua cartucheira, mas sem se açodar, pois o short menos arriscado foi no breakout dos 66 K lá atrás (ex-post é fácil falar). E setembro não acabou, o pior mês disparado para a bolsa desde que foi inventada. Mas quem leva a fama é outubro.
Find me on Tweeter! @FactFin18623431
Há 3 anos
7 comentários:
Mestre:
Phode até ser que um Tezôuro de APÊLO, contundente, Ben contundente, de Paulson e Bernanke por LÁ (e outra súplica, mais dramática ainda, do cumpadi tupiniquim dêles, Meirellles, por cá, às grandes Institucionais do mercado bursatil, para, em certos momentos extremamente delicados, NÃO DEIXAREM A PETECA CAIR... possa, talvez, quem sabe, injetar ânimo$ e e$perança$ na Bolsa de LÁ (e na bolseta de k).
Quanto aos Fundos Cambiais, talvez não tenha notado, BUT, a poucos dias, entrou uma puta grana preta muito significativa pôrrrrraki... e o cara que comprou FC foi o Fact.
argh.
" ... porém seria melhor se esses 2 dias tivessem sido de baixa e não de alta. "
Não sei se pelos mesmos motivos analíticos, mas concordo integralmente.
Senhor KB.
Como deixei claro, quando estive aqui a primeira vez, sôbre Posts como o seu não tenho qualificação nem estatura técnica para fazer comentário; assim vou apenas contar-lhe algo de que me lembro:
Uma vez, incipiente e insipiente estudioso do market, jovem vestibulando de medicina, gaucho de 17 anos que sou (tchê); áxu que li num forum qualquer pôrrrraí, um velho player narrando que existe uma velha reprise de lendários filmes antigos, na qual, em incertas semanas (tipo o que ocorreu na mais recente pós vencimentos), durante "3 dias" (3a.; 4a.; e 5a; ou 4a.; 5a. e 6a.), a incansavel e insaciavel big turma dona da frota de tratores da lavoura das opiças; aciona a alavanca up para enfiar tais zagas nos patinhos e sardinhas do tal caça-niqueis; repetindo vez ou outra a gradeação necessária para que a terra, assim muitas vêzes 'revolvida' (prá lá e pra cá, up & down), ao final, na desova do Exercício, vire pó. Como o alvo são as blue-chips mais Cassinais, us homi, ao abanarem os cachorros, sabem que as pulgas e os rabos levam atraz.
E que as tais semanas, sempre lembravam uma canção de carnaval que dizia assim: "Tristeeeza... não tem fim... Feli ci da de, sim" ...e terminava assim: "pra tudo se acabar na Sexta-Feira".
Isso é verdade?
Senhor Smarca:
Mesmo sem entender também o Por Q, pressinto que o senhor tem razão (algo pSycoSomático talvez) ao dar razão ao Senhor KB e gosto muito de ler seus comentários aqui e no blog do senhor Fact (e talvez algures).
"Imagine você fazer força danada e não sair do lugar."
Mais uma tirada legal. Observei isto também. Muito volume, pra nada em uma grande congestão.
Ou é acumulação ou é distribuição.
Tenho meu palpite, mas como palpite e nada são a mesma coisa, melhor aguardar definir o lado.
Uma outra coisa que nunca levou à nada em estudos passados que já ficaram para trás é o tal do vencimento trimestral dos futuros yankees. Mas, só para citar, é sexta próxima, dia 19.
KB, gostaria de ler um texto seu sobre os vencimentos trimestrais de futuros yankees, à partir de suas observações históricas.
PQ
Não saberia acrescentar nada sobre o assunto que você mencionou.
Smarca
Sobre o vcto trimestral do índice futuro do SPX eu nunca estudei se há um fator endógeno do mercado que gere um padrão.
Aqui parece que havia sim. Há muito tempo atrás, em meados da década de 90, quando os vctos de opções na Bovespa eram bimestrais, próximos ao vcto do índice, eu notei que no intervalo entre d-2 do 1o. vcto e d+2 do 2o. vcto a probabilidade de um ponto de inflexão era razoável. Muitos turning points na década de 90 foram feitos nesse intervalo.
Ou seja, se a tendência era de baixa no intervalo acima, a probabidade dela se esgotar era razoável. E vice-versa.
Esse estudo englobou alguns anos e foi feito na década de 90. Nunca mais o atualizei e já não sei mais se ainda há esse padrão. Como os vctos de opções se tornaram mensais, eventual estudo teria que ser refeito.
KB
Caro EA, não comprei FCs. Com a incidência de IOF forte nos primeiros dias de aplicação, deve-se pensar bem a respeito.
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