A cada dia que passa eu enxergo o buraco mais embaixo. Quando eu escrevi o texto “Deleverage”, há semanas atrás, eu deixei claro que a raiz da crise atual é exatamente igual à de 1929, ou seja, o excesso de endividamento. O limite do suportável foi atingido.
Até a semana passada Martin Wolf estava cheio de pruridos acadêmicos em aceitar as iniciativas do Tesouro norte-americano.Em seu editorial de hoje no Financial Times Martin Wolf fez seu mea culpa: “It took me a while – arguably, too long – to realise the full dangers”. O Samuel afirmou dias atrás em seu cinco pesos de dois quilos que ele havia lido somente eu e John Mauldin como os defensores da iniciativa do Tesouro norte-americano, não do plano original, mas da iniciativa (a versão final, sem ser a ideal, ficou melhor do que a original). Inclua agora Martin Wolf. Algo terá que ser feito a partir de uma ação global coordenada.
Há que urgentemente transferir o excesso de dívida, em condições leoninas, do weak hand para o strong hand, no caso os Tesouros pelo mundo afora. Venho afirmando isso desde o nascimento desse blog. É difícil eu ter uma visão acurada da realidade atual, mas como eu suponho que a aplicação do remédio, ou seja, da transferência das dívidas, será lenta, não afirmo, mas já não descarto uma depressão econômica por pelo menos 1 trimestre.
O mercado de crédito está parado no mundo inteiro. Não corre sangue nas veias da economia mundial. Eu fico pensando, se os mais sofisticados formadores de opinião estão se conscientizando da gravidade da situação somente agora, imagine os mais desinformados.
Unusual times, unusual targets.
Find me on Tweeter! @FactFin18623431
Há 3 anos
4 comentários:
Só um adendo: eu tinha dito que tinha identificado apenas dois defensores da iniciativa ENTRE OS ANALISTAS QUE RESPEITO.
hehe
Aqui em Pindorama os pundits da impren'ç'a em sua maioria endossaram, mas por outras razõe$ que as dos mestres KB e Mauldin.
Afora isso, não vejo como o mercado de crédito privado possa ser reestabelecido rapidamente (rapidamente = sem uma quebradeira geral, até mesmo de empresas hoje sadias que dependem de crédito barato para médio prazo).
E também não vejo como o Estado possa reestabeler todo o mercado de crédito sem criar numa espiral hiperinflacionária.
Está com cara de checkmate... mas... espero estar errado.
Sds!
Com TIPS despencando melhor apostar em uma recessão imediata num primeiro momento. A espiral inflacionária ficará para um futuro, que poderá ainda demorar.
Samuel
Adendo aceito.
Escrevi de memó-
ria.
Fact,
I agree.
Até o momento as printing presses só foram ligadas para os bancos.
Deflação ainda é soberana.
KB,
Obrigado pela compreensão.
;P
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