terça-feira, 28 de outubro de 2008

Mudança de Percepção? Se Afirmativo, Por Que?

A nota do risco soberano de longo prazo em moeda estrangeira do Brasil equivalente à classificação da Moody´s é Baa3 desde o dia 30 de abril, ou BBB- pela S&P que, entre as 3 principais agências, foi a primeira agência a elevar a classificação do país. Diariamente, porém com um dia útil de atraso, o Fed divulga a média do spread Baa, que é uma coletânea dos spreads dos títulos com classificações Baa1, Baa2, Baa3.


Fonte: Fed / CMA

A figura acima mostra a evolução diária desde meados de 2005 da diferença entre o EMBI+ Brasil (um spread em si) e o spread entre os títulos Baa e a taxa do Treasury de 10 anos.

O EMBI+ Brasil caiu nessa segunda-feira cerca de 40 pontos percentuais, porém como o Fed divulga o spread Baa com um dia de atraso, não tenho conhecimento de como a curva da figura acima se comportou ontem.

O ponto é o seguinte, a partir do dia 22 de outubro inclusive, a curva acima deu um enorme pulo e atingiu os níveis registrados no final de 2005 quando o investment grade era um sonho plausível, porém distante. Se a diferença entre o EMBI+ Brasil e o spread Baa se estabilizar no nível mais recente teria havido uma brusca mudança para pior da percepção dos investidores sobre o Brasil.

A revista The Economist arriscou numa recente edição a afirmar que a intensidade da recessão mundial iria depender do comportamento das economias dos países que compõem o BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China).

Alguém se arriscaria a apontar o motivo dessa reação tão negativa na semana passada?

10 comentários:

KB disse...

Resposta

Observando o comportamento recente dos spreads dos principais países emergentes, a brusca ampliação da diferença entre o EMBI+ desses países emergentes e o spread Baa foi também brusca a partir da semana passada.

Portanto, a deterioração não se restringiu ao Brasil, mas ao bloco dos emergentes. Se havia alguma esperança de resiliência das economias dos emergentes, essa idéia foi bastante minada nos últimos dias.

No entanto, vamos observar mais um pouco para ver se esse comportamento irá persistir.

Caso afirmativo, a revista The Economist deveria voltar ao tema.

Anônimo disse...

Os mercados estão se ajustando as mudanças nas políticas monetárias que serão implementadas ao longo dos próximos 30 dias. Teremos dois grupos de países, os que terão que aumentar os juros como a Islândia que aumentou 600 BP hoje e os que irão reduzir os juros como ECB, FED BoE e quem sabe o BCB...
Por enquanto os spreads refletem as expectativas observadas no mercado de juros e bonds.

aguia disse...

sem entrar nas questões macro, aqui do meu micro, só digo que o FED pode porque a grana tá correndo pra se refugiar lá.

já o Meirelles, poder, phode, mas não deve porque parte da tal grana está correndo justamente daqui.

áxu.

aguia disse...

tem um cara lá no nosso Congresso (e, também temos um congresso sim...), com a ideia de conceder isenção pros investidores estrangeiros, digo, para os brasileiros que estão com grana escondida lá fora, repatriarem o dinheiro.

e tomara que dê certo, course, pois isto aí daria um belo refrêsco na entrada de doletas; abrandaria o câmbio, pelo menos um porquinho; e seria uma boa para os tais caras trocarem seu tutú clandestino por muiiitos mais reais.

os pessoas físicas, como explicar para os filhos?... sei não, mas as espôsas já sabem e ajudam né?

Anônimo disse...

Se o BCB não diminuir os juros a Bolsa vai para 17000 e o dólar para 3,00 e ainda vamos perder o investment grade.

A diferença entre os países com investment grade e o resto é o comportamento dinâmico nas crises. Países com investment grade não possuem restrições que impeçam a redução dos juros e reduzem quando necessário para ajudar a economia.
Aparentemente o Brasil não tem problemas de restrição na balança de pagamentos no curto prazo e portanto pode reduzir os juros agora. Para continuar a ser investment grade o Brasil precisa se comportar como tal se não vamos para o fundo do poço com o resto.

Anônimo disse...

anônimo:

não quero ser teimoso e muito menos parecer obtuso, mas há uma questão outra que para BC é prioritária institucionalmente e vou resumir essa coisa assim:

meu barbeiro subiu o corte de 12 para 18 reais e a pedicure que atende ao lado, de 10 para 15; enquanto o cara que lavava minha Ranger (só por fora) por 5 agora quer 10... e o sal mineral, lá na farm, foi de 32 para 54,00 e deve haver muiiito mais etc nisso.

quanto ao nosso querido e varonile o tal fundo do poço, ainda creio que levamos vantagens, sôbre o resto do BRIC, pois não sei se se lembra, mas aqui tem mulata e carnaval e 'Deus é brasileiro' (só não sei é se S. Pedro já saiu do PT porque estamos entrando em Novembro e nada de chuva para a produção agropec, os reservatórios das eletro e para as barragens dos sem água); fora êste calor de merda que já tomei 3 banhos hoje.

Anônimo disse...

Talvez o aguia tenha razão e estamos condenados a ser um país de segunda...

"meu barbeiro subiu o corte de 12 para 18 reais e a pedicure que atende ao lado, de 10 para 15; enquanto o cara que lavava minha Ranger (só por fora) por 5 agora quer 10... e o sal mineral, lá na farm, foi de 32 para 54,00 e deve haver muiiito mais etc nisso"

A história continuará assim...

"O barbeiro e a pedicure atende metade das pessoas que costumava atender no ano passado (o cabelo cumprido está na moda de novo). O cara que lavava o carro do aguia está roubando carros e não pretende voltar a lavar carros de novo. O preço dos carros usados cairam pela primeira vez em 5 anos e sobra sal no mercado por que os farmers não estão plantando"

aguia disse...

certo:

só que sal, é o bull - não o atual castrado - que lambe, nada a ver com o plantio.

ainda acho que nosso maior problema é o atrazo político e cultural, pois nosso país só não é mais rico - já que sempre o foi potencialmente - por azar nosso, justamente nestes setores e esta é uma parte a mais da estória.

e com nossa classe política em geral e alguns mimados bercinhos de ouro no meio e fora dela; deve-se dar graças à parte da nação que trabalha, por ainda sermos, pelo menos uma potência no segundo mundo, pois - ao contrário do extinto bull - o país tem bolas e o povo idem, daí sobrevivermos aos párias e irmos bem, se bem devagar e apesar dos govêrnos.

e creio que na verdade a estória continuará assim:

com o que aprendermos com esta crise, iremos, com certeza, pra onde já vínhamos caminhando: para o primeiro mundo... mas, não graças aos que nunca trabalharam e ou pequenos e grandes parasitas especuladores que nada produzem, mas, graças a quem produz e pensa; gerando riqueza material, moral e ética, a nivel empresarial e intelectual; para, um dia, quem sabe, conseguirmos atingir também a maturidade política necessária para que a nação ocupe o lugar que merece, como nação, no cenário mundial.

aguia disse...

PS:

uso o cabelo aparado, só o topete é que COMPRIDO.

rsrs

aguia disse...

...mas isto já é outra ESTÓRIA.