quarta-feira, 8 de outubro de 2008

aproveitem o refrêsco

como está pintando uma parada, ao lado de uma vendinha da beira da ribanceira, para reparos no trem descarrilhado, observem com cuidado o refrêsco dado e até mesmo se não tem nenhuma armadilha dentro do boteco; além de olhar o tamanho das janelas, qual a maior.

paciência, nestas horas, é o melhor indicador técnico e a melhor ferramenta analítica; necessários para aquilatar os prós, mas, com bastante moderação; nada de friniquito nem de euforia...é torcer pelo repique e se for mesmo, já vá mirando o alvo, a porta de saida.

após a emoção da aparente reconciliação, desmanchar; se não numa boa, but numa melhor; o apaixonante noivado, tão demorado, pela indecisão dos contra... e partir para um relacionamento bem mais sério, 'sem risco' de arrependimento, tipo aliança de ouro na mão...

pense com calma e aja com coragem: a partir de agora, tampão nos ouvidos, algumas feridas ainda expostas, você e apenas você decide, de boa, a sua

BOA SORTE.

Extremely Bearish Territory

Alguns números:
  • U.S. markets estão nesse momento tão oversold quanto no auge do último bear market em Wall St. (seg. semestre de 2002);
  • Níveis de volatilidade ("indicador de pânico") atuais já rivalizam com os maiores do mercado nos últimos 20 anos (Crise asiática, LTCM, Atentado de 11/09, etc.). Atualmente só perde para aquele visto durante o Crash da Black Monday em 1987;
  • Número de New 52-wk Lows na NYSE atingiu ontem 1630. Durante o bull market iniciado em 2002 nunca atingiu número tão elevado.

Por outro lado, como observado pelo KB, alguns contrarian indicators não têm entrado em leituras extremas de maneira proporcional (options equities p/c ratio, p. ex.) Natural. Dificilmente todos technicals estarão sempre alinhados. Ontem e hoje o price action em Wall St. ingressou em nítida trajetória parabólica, o início da última etapa antes de um relief rally. Até onde irá essa imensa perna de baixa não é possível saber com tanta antecedência. Mas markets quase sempre fornecem sinais sutis. Stay tuned. :)

terça-feira, 7 de outubro de 2008

The Point of Recognition

Os seguidores da teoria das ondas de Elliott conhecem bem a expressão “the point of recognition”. Descreve o momento em que a visão da maioria dos players com visão de médio e longo prazo, que são os que imprimem uma tendência, convergem para um mesmo cenário. Em português claro, é o momento em que a ficha cai para a maioria desses players.

Esse momento acontece, segundo o princípio das ondas, na fase mais dinâmica do movimento, ou seja na onda iii/3, o momento em que até investidor médio reconhece os fundamentos que governam a tendência, em que os volumes explodem e a maioria das ações se junta ao movimento. É nesse momento que a tendência ganha força o suficiente para os preços violarem importantes resistências, no caso de uma tendência de alta, ou suportes, no caso de um movimento de baixa.

Conversando sobre o mercado com um colega que tem uma vasta experiência, ele me chamou a atenção sobre o rompimento (breakout) de um importante suporte do ETF que emula o Russsell 2000, um índice composto por ações de 2ª linha. Esse nível no gráfico semanal abaixo se situa ligeiramente abaixo de $65.


Fonte: StockChart

As ações de 2ª linha se desempenham melhor quando os juros são baixos, pois as empresas desse universo não têm acesso ao crédito mais barato em relação às big caps (aqui conhecida como blue chips). E em um ambiente de juros baixos o índice Russsell 2000 violou um significativo suporte no gráfico semanal.

Como as ações de 2ª linha apresentam menos liquidez, uma decisão de vendê-las em geral é tomada somente quando há uma convicção mais sólida, pois o custo de repor uma posição significativa de papéis com menor liquidez é enorme.

Uma tese que é aceita pelas finanças comportamentais e descoberta por Ralph Elliott, as tendências apresentam um padrão, uma seqüência cuja primeira fase é a negação da hipótese de que a tendência anterior se esgotou, seguido do momento do reconhecimento, mais adiante da liquidação ou pânico, para então o ciclo retornar ao ponto de negação do seu esgotamento.

De acordo com essa seqüência ainda não tocamos o chão, que pode estar bem longe se eu estou certo que deparamos com um black swan, mas já ingressamos numa fase avançada do bear market ou, pelo menos, de um capítulo do bear.

Esse blog teve início no dia 06 de setembro e o primeiro post foi: “If it walks like a bear and if it smells like a bear, it must be a bear market”. Pelo menos temos a satisfação de dizer que a nossa ficha caiu bem antes.

quintal é quintal...

Chegou,finalmente, a hora e a vez da bolhinha das casas e apertamentos tupiniquins.

Como a outra grandona, esta também é um velha estória cíclica com um cansativo enrôsco, digo, enrêdo, de outro velho filme e mesmo que a reprise seja óbvia e enfadonha, talvez valha pelo menos uma pena, observar para os mais jovens que a tal película (ou CD, tanto faz), em série, começa assim:

Estouro I: "será que vai mesmo estourar?... e os juros?" o quadro é de um apaixonado casal de uma família recém financiada, trocando juras de amor, felizes e realizadíssimos, na varadinha de uma casinha geminada, de um condomìniozinho horizontal - uma coqueluche - finalmente o sonho da casa própria realizado, com financiamento baratíssimo (eram) e suaves pretações, com prazos a perder horizontes.

Em seguida, surge no noticiário 'Internacional' (e nós com isso?... diria, antes da gente terminar siquer esta frase, algum barbudo, meio autoritáriamente)... QUE... ah sim... as linhas de crédito, EXTERNAS, para a continuação do atual boom de liquidez de financiamentos a LAPDV, para a construção de moradias em Pindorama, assim como outras secaveis - como vimos nêstes atribulados últimos dias - também secaram; ponto.

E, como é uma 'série de shorts' (não, não é uma sereia de short, Ice: pode continuar seu alpinismo que a multa quando voltar vai ser braba), já vai terminando, entre um noticiário e outro, uma manteiga aqui, um coutinho ali, com um quadro final, assim:
"nós vamos mesmo assumir esta dívida?... pergunta outra, já temerosa, espôsa que apezar de ingênua tem um primo que lê um certo blog... ao que o marido, macho e sábio, responde: não é dívida, minha queridinha, isto é um financiamento e o corretor da imobilária me disse..." aí, uma musiquinha ao fundo... dá um stop e... the end.

Continua em Estouro II.


BOA SORTE A TODOS e a quem ainda não entrou... espere só mais um pouquinho, CERTO?

Valuation do SPX Após o Recente Selloff

John Hussman, Ph.D., afirmou em sua última newsletter (gratuita), de 06 de outubro de 2008, sob o título de “The Beginning of Wisdom” que com o SPX abaixo de 1100 pontos, as ações nos EUA estão finalmente na banda superior de um intervalo considerado justo, apesar de que ele reconhece que os preços não estão undervalued.

Para quem não conhece Hussman, ele tem adotado uma postura extremamente conservadora em relação ao mercado de ações há muitos anos. A propósito, além de sua newsletter semanal servir de educação financeira, Hussman é um dos gestores com a melhor formação acadêmica que eu tenho acompanhado nos últimos anos.

Em condições normais eu julgaria que as ações até poderiam estar na parte superior de uma região de valor minimamente aceitável, porém eu considero o quadro presente um black swan e, se estou certo, em termos de valuation os preços ainda não estão nada razoáveis.

De acordo com as projeções dos analistas, divulgado pela Standar& Poor´s, o Múltiplo do SPX (1057 pontos)fechou nessa segunda-feira (06/10) em 18,6 vezes contra 16,2 pelo meu modelo e 13,1 pelo do Bear Stearns. Conforme já comentei, os modelos dos Múltiplos não são precisos, porém nas atuais circunstâncias é conveniente se balizar pelo modelo mais conservador. Nesse caso o chão estaria bem mais embaixo.

Como a avaliação não termina por ai, afinal P = M x L, o termo “L”, a julgar pelo ROE mostrado na figura 2 do meu texto “Suportes pelo Valuation – Parte I” (ainda estou devendo a Parte II), atingiu um valor mínimo aceitável.

No entanto, conforme já comentei nesse espaço, tendo mostrado evidência estatística (ver figura 1), que enquanto o gradiente dos juros básicos for negativo, os lucros ainda não terão encontrado o chão. Para se ter uma idéia, o mercado futuro dos fed funds (juros básicos) embute 100% de chances de um corte de 50 pb no próximo 29 de outubro. O Fed nunca reduziria os juros se as coisas estivessem se assentando.

Para quem não acompanha de perto as operações diárias do Fed, nos últimos 3 dias da semana passada, o Fed deu liquidez aos bancos no open market a uma taxa média abaixo de 1% aa, enquanto o target para o juro básico fixado na última reunião do Fomc é de 2% aa.

Além disso, os spreads Aaa e HY não param de subir, tendo esse último batido o recorde de outubro de 2002, véspera do nascimento do finado bull market. Tem ainda um outro fator que irá machucar bastante os lucros overseas, que representam cerca de 30% do total da carteira. Me refiro à apreciação do Dólar frente ao Euro e à desaceleração na China e uma eventual recessão na Europa e Japão.

A minha impressão, então, é que o ROE da carteira do SPX visitará o extremo inferior (figura 2) assinalado em 2002, afinal a crise encerrada naquele ano nem faz sombra à que estamos vivendo.

Que fique bem claro que as considerações acima não servem como estratégia para operações de curto prazo. O Vix atingiu ontem um extremo de 52% aa, que não é justificado nem pelos atuais níveis de spread HY, que estão batendo recorde. Portanto, não descarte um pull back nos próximos dias, porém, afora as considerações macro, a exemplo das pessoas físicas na Bovespa, os traders de opções continuam, particularmente na ISE, com uma postura de uma cegonha com a cabeça enfiada na areia.

Acredite Se Quiser

Desde o pico histórico do índice Bovespa (nominal) no final de maio, o volume financeiro (normalizado) das compras líquidas de ações realizadas diretamente na bolsa pelas pessoas físicas no último dia 02 de outubro (quinta-feira), quando o índice fechou em 46145 pontos, somente foi superado pelas operações realizadas nos dias 02 e 03 de junho desse ano.

Vale lembrar que no mês de junho as pessoas físicas injetaram diretamente na bolsa um volume (normalizado) que foi recorde pelo menos nessa década (não tenho dados sobre o fluxo na década passada).

E o que os estrangeiros fizeram na última quinta-feira? Enfiaram cerca de 80% de suas vendas líquidas nas pessoas físicas e o saldo nos institucionais.

Para completar a lambança no mês de setembro a Anbid acabou de informar que houve resgate líquido nos fundos cambiais pelas pessoas físicas.

A mínima registrada no intraday dessa segunda-feira, quando o índice Bovespa chegou a cair cerca de 20%, beijou o número mágico de 50% do pico histórico (74/2). Ou seja, em apenas 4 meses o índice Bovespa registrou uma pontuação equivalente a 50% de sua máxima histórica.

Esse percentual de retração(50%) em condições normais serviria como suporte de médio prazo para o índice Bovespa e é até possível que a reação iniciada ontem à tarde(índice fechou com uma queda de "apenas" 5,4%) tenha alguma continuidade no curto prazo.

Alguma, afinal raras vezes eu vi um mercado tão oversold.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Mercado de Aço Sente o Golpe

Se é que o índice global do aço divulgado semanalmente pela Cruspi, que deve misturar alhos com bugalhos na sua construção, reflete a realidade mundial do setor, essa matéria-prima foi a última das big caps a sentir o golpe da crise nos mercados.

Desde meados de 2002 até o pico registrado na 1ª semana de agosto de 2008, esse índice subiu cerca de 235%. Desde então caiu aproximadamente 15%, restando ainda um acréscimo de 190% desde 2002. É verdade que as usinas tiveram que absorver os sucessivos aumentos nos custos de produção devido aos aumentos nos preços do minério de ferro e/ou sucata.

Nem se passou 1 1/2 mês do pico do índice da Cruspi e já leio as seguintes manchetes da Steel Business Briefing (assinatura gratuita):

Usinas ucranianas lutam contra crise do aço

Governo e produtores ucranianos promovem uma série de reuniões sobre o que (sic) para discutir o que chamam de “a maior crise na metalurgia desde 1998”. Dos 36 alto-fornos no país, 19 foram desativados para manutenção não planejada ou colocados em descanço. As informações foram fornecidas à Steel Business Briefing por Sergey Grishchenko, ministro da indústria na Ucrânia.

“Os produtores de aço enfrentam dificuldades financeiras porque não tem encomendas de exportação”, afirma o ministro. Como as usinas ucranianas trabalham principalmente para exportar (o montante chega a 75% da produção), a falta de demanda do mercado externo representa um problema sério. Outra fonte no país confirmou à SBB que houveram cortes nos salários em algumas usinas.

Se algum leitor do TiD (Trading in Blog) quiser comentar a respeito desse mercado, que por tabela interessa aos acionistas da Vale, eu disponibilizarei com prazer o espaço.

autorizado pelo visitante de 23/09:

Sempre que um comentário de algum visitante me parecer interessante e pertinente, desde que prèviamente autorizado por êle, tudo assim acordado, pretendo postá-lo aqui.

Como êste é um blog sério e solidário, mesmo que polìticamente incorreto, o velho pássaro escaldado aqui, já sem saco para elaborar e ou ler os próprios posts e relendo os do BOB; do FACT e do KB; pois que vale a pena (escrevi vale com v minúsculo Ice), relembrar suas observações a nivel macro e analítico; li um coment, de interessante amadora abordagem psicológica, feito por um de nossos visitantes - certamente um cupincha ou parente puxa-saco do KB (rsrs) - feito a duas semanas atraz e que me pareceu tão apropriado, como pràticamente os de todos nossos leitores (eu estava relendo o blog todinho hoje: é... fiquei até tonto, com certeza... já que afinal, isso aqui só tem um mês de vida, pô!) que pedi autorização, para postá-lo e até editar; no que o cara, muito boa praça, gentil e fidagalmente, anuiu, propondo até uma ou outra corretiva ali subjetivada e os adendos razoavelmente permissiveis que lhe aprouveram; sem 'adultério', of course e aí vai:



"Comentando o seu artigo: fiquei tocado quanto ao consistente conteúdo psicológico em seu peculiar modo de observar o Mercado, de forma tão abrangente, muito ao contrário de alguns muitos pretensos experts, nisso ou naquilo, que dizem tantas besteiras sôbre o atual momento desesperador das bolsas do mundo inteiro.

Bastando ver o que já houve na Rússia na semana passada; pode-se constatar que demonstram, mais que conhecimentos, suas emoções pueris.

Realmente, Freud e seus pupilos concordariam consigo, em que, individual, ou massivamente - ao ser evitada, por uma primeira vez, com imenso alívio, alguma dor emocional, já então insuportavel, diante de uma situação de expectativa de pânico, às custas de algum medicamento aparentemente eficaz por extremamente forte - em havendo, posteriormente, a desconfiança sobre a real eficácia do tratamento - pela constataçao inegavel e evidente de que se tratava apenas de um paliativo - a frustação e a decepção são enormes...

e o retorno do medo, assim agigantado, é apavorante.

E ao voltar, por uma segunda vez, como sempre volta, a sintomática anterior, o paciente emocional, sentindo-se enganado e impotente, entra finalmente em pânico - diante da antevisão da crua possibilidade de lhe ser insuportavel a terrivel dor da perda da última esperança - pois, para sair da angústia desta cruel Expectativa,

tal é seu pavor...

que busca as fugas mais irracionais.

Novamente o parabenizo pelo realismo e amplitude de suas colocações, além da sensatez com que friamente demonstra conhecer de forma abrangente o market, player sério e responsavel, tanto quanto proficiente orientador que mostra ser.

E frieza, alem de equilíbrio e paciência; sabemos todos os medianamente conscientes; além de servirem para melhor sobrevivermos, com mais pragmatismo, na selva geral de sempre; certamente devem ser condições sine qua non - além de conhecimento versatilizado e de realístico nivel experiencial - para a sobrevivência em mercado financeiro de alto risco, como o bursatil, agora em evidente declínio a nivel global.

Talvez - também - pelo determinismo da alternância historica, de seus grandes ciclos de alta e baixa que pròpriamente - apenas - pelos reflexos imediatistas da descoberta das mazelas de seus agentes afins do Mercado Financeiro Internacional; a meu ver e se me permite, detonadores, eis que a bomba vinha se armando, visivelmente, com todos os seus componentes, desde meados do último ciclo de alta; quando - só quem não quiz olhar não viu - ou siquer pressentiu que a bolhona da alvancagem das hipotecas das casas já estava com muita Pressão, como talvez não tenha querido ver o próprio Sir Greenspan que não quiz colocar nem o apito de aviso nesta Panelona, tal qual fez numa outra, menos "exuberante".

Meus respeitos,

23 de Setembro de 2008 09:28"



...e já comentando o coment, acrescento ainda que na semana seguinte ouvi dizer que a China fechou a bôlsa por uma semana, parecendo-me que pelo menos lá se temia um estouro de boiada.

Desculpem-me pela preguiça e BOA SORTE A TODOS [agora, os 34, Bob. ( )ão].

Tranqüilizante Para Dormir

Há um problema de liquidez no sistema financeiro que tem afetado, como sempre, os bancos menores que estão sendo forçados, por falta de funding, a recusar a recomprar seus CDBs antes dos seus respectivos vencimentos. Não foi à toa que o BCB injetou nas últimas semanas cerca de 1,4% do Pib através da redução dos depósitos compulsórios.

Segundo a mesma fonte que me passou acertadamente a informação, bem antes das primeiras notícias na imprensa, de que nenhum banco europeu too-big-too-fail deixaria de ser socorrido, essa mesma fonte conversou nesse domingo com um dos maiores banqueiros desse país que lhe disse o seguinte:

(a) o problema é de liquidez e não de excesso de alvancagem ou de créditos podres no sistema;
(b) esse governo não deixará nenhum (ou quase nenhum, sei lá) banco de pequeno porte ir a pique e induzirá (a contragosto desse banqueiro) os grandes bancos a absorverem qualquer banco de menor porte ameaçado.

PMI Industrial Global

O setor de serviços representa uma parcela substancialmente maior do Pib global, particularmente em países como os EUA. No entanto, o setor industrial é muito mais sensível ao ciclo econômico, daí a maior importância do PMI Industrial em relação ao de Serviços.

A pesquisa para a construção do PMI Global cobre cerca de 7.500 gerentes de compras em 26 países: EUA, Japão, Alemanha, China, Inglaterra, França, Itália, Espanha, Brasil, Índia, Austrália, Holanda, Rússia, Suíça, Turquia, Áustria, Polônia, Dinamarca, África do Sul, Grécia, Israel, Irlanda, Cingapura, República Tcheca, Nova Zelândia e Hungria. Embora o relatório não explicite, a lista dos países me parece estar em ordem decrescente do Pib de cada país.

O componente Output do PMI Industrial Global caiu em setembro para 42,7% ante 48,5% em agosto, uma redução muito abrupta da atividade industrial e de forma generalizada entre os países (broad based). O componente forward looking, New Orders, caiu ainda mais, para 40,8% em setembro ante 46,8% em agosto. A notícia boa, que foi a queda no componente Preços, de 73,0% para 61,1% em setembro, foi obviamente devido às notícias ruins, ou seja, ao enfraquecimento da economia e, conseqüentemente, à redução do poder de repasse dos custos pelas empresas.


Fonte: JP Morgan / Markit

O gráfico mensal acima mostra na cor preta a evolução do componente Output do PMI Industrial Global com escala à esquerda, e à direita a taxa de crescimento dessazonalizada da produção industrial mundial.

Muitas pessoas concluíram que a aprovação do plano de bailout nos EUA de nada adiantou, afinal o mercado de ações caiu logo após à notícia da aprovação. Nunca uma conclusão foi tão precipitada e errada. Na sexta-feira eu chamei a atenção para o linguajar mais sombrio do ECRI e da Goldman Sachs. O PMI Industrial Global apresentado nesse espaço pela 1ª vez, divulgado também na semana passada, está em linha com a mudança nas visões do ECRI e Goldman Sachs.

Leia com atenção um trecho do relatório de apresentação do PMI Industrial Global: “The deepening of the downturn in global manufacturing during September was greater than anticipated, with rates of contraction for production and new orders the second-strongest in the survey history. If this is borne out by official data, this would be consistent with a decline in global IP of around 4%. The widespread nature of the contraction, combined with its corresponding reduction in employment, further reinforces the far reaching effects of the turmoil manufacturers are facing.”

Note a expressão (traduzida): “O aprofundamento da inflexão para baixo no setor manufatureiro foi maior do que esperado”. São as surpresas que causam os movimentos abruptos no mercado.

Portanto, a razão pela qual o mercado caiu no dia da aprovação do plano de resgate das instituições financeiras, eu tenho plena certeza, foi devido à surpresa dos indicadores antecedentes que acabaram de sair da fornalha. E posso assegurar que se não tivesse sido aprovado o bailout, um plano longe de ter sido o mais eficaz, a coisa seria bem mais feia.

Se o Investidor Norte-Americano Servir de Parâmetro...

Embora eu não consiga comprovar, eu arriscaria afirmar que o único aspecto que diferencia o investidor norte-americano do brasileiro no mercado de ações é o fato dessa opção ser natural no caso deles e uma exceção no nosso.

Não deixa de ser uma diferença e tanto, porém de resto é tudo igual, as mesmas emoções, os mesmos erros. Em geral são investidores quando a tendência de alta se torna madura e, portanto mais perto da fase terminal, e especuladores no nascimento de um secular bull market.

Eu tenho a base histórica do fluxo dos investidores pessoas físicas nos EUA nas aplicações nos fundos mútuos de ações desde janeiro de 2000, 2 1/2 meses antes do término de um longo bull market. Aqui em nosso país, a minha curta base de dados indica que o perfil da pessoa física que opera diretamente via bolsa é diferente do que investe via fundos mútuos. Nos EUA eu não arriscaria um palpite, porém o que eu tenho para mostrar é apenas o comportamento das pessoas físicas nas suas aplicações nos fundos na década em curso.


Fonte: Yahoo / ICI / KB

O gráfico mensal do SPX acima desde janeiro de 2000 mostra na parte superior o fluxo mensal normalizado dos investidores pessoas físicas e a curva vermelha na parte de baixo o fluxo acumulado. Importante: embora a barra de preços do SPX no mês de setembro de 2008 tenha sido plotada no gráfico acima, o fluxo referente ao mês não foi plotada porque o dado ainda não foi divulgado.

A história mostrada no gráfico não é muito longa, mas mostra que:

(a) em algum momento uma parcela das pessoas físicas jogará a toalha;
(b) nem todos jogarão a toalha;
(c) antes do final de uma tendência de baixa haverá pelo menos um fluxo mensal muito negativo em um determinado mês;
(d) não saberemos de antemão o quão negativo terá que ser esse fluxo para servir de sinalização do esgotamento da baixa;
(e) quem violou a regra n° 6 ao comprar na 1ª ou na 2ª seta vermelha, da esquerda para a direita, se precipitou e, além de um enorme susto, correu o risco de entrar em pânico mais adiante.

Não Violar Regra n° 6

Quem escapar ileso do imbróglio em que nos encontramos e descobrir o ponto de inflexão para o próximo bull market irá poder dar um pé na bunda do seu patrão. Na tentativa de descobrir esse momento mágico eu estou percebendo que muitos editores de blogs pretendem apostar cegamente em seguir os passos dos estrangeiros. Esses desconhecem a regra n° 6 e ingenuamente partem de uma falsa premissa de que os estrangeiros sempre acertarão.

Outros, mais recentemente, estão esfregando as mãos para ver quando as pessoas físicas irão jogar a toalha para então entrarem avidamente na compra. Vai precisar muito mais do que isso para descobrir esse momento de redenção, pois o mercado não irá dar nenhuma moleza.

Pelo contrário, eu apostaria que surgirão muitas sinalizações falsas no meio do caminho. Quem violar a regra n° 6 poderá terminar se juntando ao rebanho dos patos. Nunca houve e nem haverá um indicador que individualmente irá sempre iluminar o seu caminho. Então, quem se resumir a acompanhar os movimentos dos estrangeiros e das pessoas físicas podem tirar o seu cavalo da chuva. Não vai ser fácil não, meu irmão.

Um dos indícios, mas não o único, para descobrir o esgotamento do bear market deverá ser a desistência das pessoas físicas em sustentar pelo menos parte de suas posições perdedoras.

Mas qual o valor que as pessoas físicas deveriam vender para servir como indicação de um fundo? R$ 5 bilhões? R$ 10 bilhões? R$ 20 bilhões? Essas somas se referem ao volume em 1 mês de operações na bolsa ou nos fundos, em 2 meses, em quantos meses? Não existe essa resposta.

Os cuidados na compra terão que ser redobrados em relação à crise no início da presente década. A bolha na Nasdaq estourou devido ao excesso de investimentos (overcapacity) nos setores de telecomunicações e tecnologia de informações. A atual é muito mais séria e deve-se ao excesso de endividamento das instituições financeiras ao redor do mundo e das famílias principalmente nos países anglo-saxões, que representam cerca de 35% do Pib mundial.

Para descobrir esse momento será necessário esperar o surgimento de um conjunto importante de indícios técnicos e macroeconômicos do esgotamento do bear market, entre os quais a desistência de parte do rebanho das pessoas físicas que caíram na armadilha do Investment Grade.

domingo, 5 de outubro de 2008

Dissonância Cognitiva

Por um breve instante eu julguei que os patos começaram a bater em retirada. Ledo engano meu. Permanecem firmes e fortes com suas posições perdedoras, tendo inclusive aumentado-as desde o meu último comentário a respeito.

Observe o comportamento mais recente das pessoas físicas. Abaixo a figura mostra o fluxo diário (normalizado) de suas operações diretas na bolsa de valores desde o dia 21 de maio, perto do pico histórico do índice Bovespa.


Fonte: Bovespa / KB – Figura 1

Agora observe bem o gráfico mensal abaixo sobre o fluxo acumulado (normalizado) desde janeiro de 2005 das operações realizadas pelas pessoas físicas diretamente na bolsa. O gráfico não inclui o fluxo resultante das inversões desses investidores nos fundos mútuos de ações e multimercados (hedge fund).

Estatisticamente as operações diretas na bolsa têm sido mais informativas do que as realizadas via fundos, embora essas também devam ser monitoradas.


Fonte: Bovespa / KB – Figura 2

Conforme já comentei em posts anteriores, as pessoas físicas somente se encorajaram a parar de vender diretamente na bolsa a partir de novembro de 2007. Com a exceção do mês de abril de 2008, o saldo mensal do fluxo sempre foi comprador.

O ápice das compras das pessoas físicas aconteceu no mês de junho, comportamento exatamente igual ao dos norte-americanos no mês de fevereiro de 2000, quando enterraram nos fundos U$ 56 bilhões (fonte: ICI), recorde nunca mais superado. Quando estourou a bolha na Nasdaq?

O mal da dissonância cognitiva definitivamente se abateu sobre os nossos patos. Porém essa mesma doença também atacou os weak hands que operam opções nas bolsas americanas, que também são e sempre serão caixas de ressonância fiéis dos formadores de opinião.

Going to the Roof

O sempre competente Hugo Penteado, estrategista do Banco Real, afirmou em recente relatório que o novo mapa dos bancos está em processo final de acabamento. O das empresas mal começou. Eu não tenho nenhum reparo sobre essa tese.


Fonte: Fed

O gráfico mensal acima desde abril de 1953 mostra a evolução do spread médio mensal Aaa, la crème de la crème, que caminha para o recorde atingido em abril de 2001, quando atingiu o nível de 246 pontos-base.

O spread médio em setembro de 2008 atingiu 196 pb e o último dado oficial disponível, referente ao dia 02 de outubro, era de 238 pb. Como a crise atual é muito mais séria do que a do estouro da bolha na bolsa eletrônica Nasdaq, eu não me surpreenderei se o recorde for batido.

Para vocês terem uma idéia sobre o que poderá acontecer com os lucros das empresas norte-americanas, clique neste link e estude bem o gráfico 1.

Com os lucros minguando e o crédito secando, grandes ícones poderão virar pó como o centenário Lehman Brothers.

Iludidos pelo Acaso

Em Iludido pelo Acaso ou Fooled by Randomness na versão original em inglês, Nassim Nicholas Taleb, um libanês Ph.D. em Pesquisa Operacional, comenta como as pessoas, sem distinção de escolaridade, se deixam iludir pelos seus acertos e pela infalibilidade de suas previsões baseadas em uma lógica aparentemente robusta, apoiada em amostras finitas de dados históricos.

John Hussman, Ph.D. em economia e gestor de fundos, em seu site aconselha sempre os investidores a nunca tomarem decisões no mercado acionário baseadas em projeções sobre o comportamento futuro dos preços. O curto prazo é aleatório.

Eu costumo dizer que o futuro é uma equação com uma quantidade tal de variáveis que o nosso processador cerebral é incapaz de solucioná-la. E se conseguíssemos encontrar a solução, a nossa descoberta alteraria o resultado. É fácil provar essa tese utilizando o método por absurdo, muito empregado na matemática.

Eu nem preciso chegar a tanto esmero, para chegar à essa conclusão, pois no meu caso, de cada cem tentativas em prever o comportamento do mercado acionário nos próximos dias, eu acerto uma única vez e erro nas outras 99 tentativas. E nem por isso eu me sinto incapaz de operar o mercado.

Em seu livro Taleb comenta sobre um erro muito comum cometido pelas pessoas que consiste em seguir os vencedores nas suas projeções sobre o comportamento futuro da bolsa, sem ter o menor cuidado em checar os seus retrospectos. A chance maior é que tais vencedores acertaram por um acaso e que amanhã eles se juntarão aos perdedores.

Um exemplo muito recente é bastante ilustrativo. O UBS fez um prognóstico sobre o comportamento do mercado de ações no começo de 2007 com um enorme sucesso. Não precisa dizer que os seus analistas arrebanharam uma multidão de pessoas. Pouco antes do índice Bovespa beijar os 74 K, a melhor pontuação nominal atingida na sua história, o banco divulgou uma projeção de 84 K. Na última sexta-feira o Bovespa fechou em 44,5 K pontos.

Os analistas do Morgan Stanley vinham tendo um sucesso notável no timing do mercado em 2007, surfando todas as marolas com enorme habilidade. Em junho desse ano recomendaram comprar as ações brasileiras e, desde então, os preços caíram 30% em média. Para recuperar as perdas os preços teriam que subir um pouco mais de 40%.

Ontem foram o UBS e o Morgan Stanley, amanhã será um guru que com um ou dois bons acertos irá chamar a atenção da mídia e do público. Como então operar o mercado se não é possível antecipar o futuro? É possível sim, ser bem sucedido no mercado, desde que sejam obedecidas determinadas normas de conduta e algumas leis.

Sem esgotar o assunto, eu vou relacionar algumas dessas normas e leis que, embora seja impossível eliminar totalmente a influência do acaso, você poderá diminuí-la. Eu as aprendi the hard way.

1-Nunca faça uma aposta a partir de considerações genéricas, em cima de achismos. Há um conjunto de variáveis técnicas e macroeconômicas que em geral andam na frente dos preços das ações. Fique de olho neles, são os indicadores antecedentes. Não são infalíveis, porém quando uma proporção razoável deles apontar para uma direção, tome-a;

2-Mesmo tendo feito uma aposta respaldada por um método sólido, aceite sempre a incerteza como uma regra, e não como uma exceção numa tomada de decisões. Adotada essa postura, será muito mais fácil reconhecer e lidar com os inevitáveis erros;

3-Aposte sempre que os preços irão convergir para os fundamentos macroeconômicos, como juros e inflação, por exemplo. O mercado buscará quase sempre, de maneira muito errática, os tais fundamentos, e quase sempre se distanciará deles para em seguida empreender a convergência de maneira muito dolorosa para quem se esquecer dessa lei;

4-Nunca se deixe enganar pelos movimentos erráticos, pois o Sr. Mercado fará de tudo para você duvidar do óbvio. Por mais que demore a convergência aos fundamentos, nunca aposte que os tempos atuais são diferentes;

5-Não perca o seu tempo em descobrir a razão que explique a oscilação de um dia apenas. Às vezes ela é clara, mas em 99% ela é inexplicável. Quando o comentarista de TV afirmar que a queda foi devido a realizações de lucros, imagine que também possa ter sido por causa de realizações de prejuízos;

6-Por melhor que seja o histórico de um indicador, jamais pense que descobriu o holly grail, que em finanças seria aquele indicador que irá sempre iluminar o seu caminho. Sempre haverá um momento em que esse indicador falhará e, em geral, é quando nos lembramos da lei de Murphy;

7-A história nunca repete exatamente um determinado momento histórico. É muito comum, mesmo nas instituições de ponta, analistas buscarem semelhanças no passado para encontrar uma pista sobre o futuro. The devil is in the details;

8-Não se deixe tomar pela síndrome da oportunidade perdida, caso contrário você será compelido a abrir posições em momentos de riscos indesejáveis. Tenha paciência que haverá sempre uma outra chance;

9-Duvide de sua própria opinião. Nunca feche a porta para opiniões diferentes, mesmo que elas lhe aborreçam. Quando otimista leia os bears e quando pessimista leia os bulls;

10-Instado a dar uma opinião, não se esforce muito e nem perca muita energia em convencer o seu interlocutor de suas razões, pois somente o mercado tem o poder da sanção;

11-Não caia na armadilha da dissonância cognitiva. Se uma posição é perdedora, aceite a hipótese de que você possa ter cometido um erro e não se agarre aos argumentos que respaldam a sua posição. Dont fight the trend;

12-A unanimidade é sempre burra, mas somente aposte contra ela quando o comportamento dos preços deixar de justificá-la;

13-Se uma multidão de patos voarem para uma direção, tome a contrária e aporte em um porto seguro;

14-Seja corajoso com os lucros e covarde com os prejuízos;

15-Nunca monte uma posição que se mal sucedida poderá lhe causar um estrago tal que o impedirá de retornar ao jogo. Eu já cometi todos os erros acima e outros que eu me esqueci de comentar, menos esse. Talvez seja por isso que eu seja um sobrevivente;

16-Nunca tire os pés do chão principalmente após uma sucessão terrível de ganhos espetaculares. Nessas ocasiões as chances de você cair nas armadilhas mencionadas acima aumentarão sobremaneira;

17-Sem muito estudo e disciplina você estará fadado a fracassar. O curso sobre como vencer no mercado é o mais caro do mundo.

sábado, 4 de outubro de 2008

aniversário mensal do blog

just now, soprando festivamente um litle candle:

parabéns para nosso blog e muitas felicidades para nossos mestres, os co-fundadores e colaboradores, BOB, FACT e KB (que são "D+++", mesmo) e muitos anos, a mais, de vida para êste bebê de apenas 1 mês, mas que não chora e muito ao contrário; todo bem sorridente; agradece; de coração; aos nossos já quase 2.500 visitantes que nos prestigiaram, distinguiram e honraram com seus belos comentários.

BOA SORTE!... E MUITO OBRIGADO, A TODOS!!!

peteca de volta e KD o FACT, BOB?

reprisando again o velho filme e seus retoques de péssimo gôsto que foi irreverente e inconsequentemente mentirosamente produzido pelo Mercado Financeiro Internacional nos últimos anos, com script xulo adaptado que invoca triste saudosismo de 1.929:

já de muito tempo a esta hora, a gente tem dito e escrito, depois de pensado muito e pesado idem, course, o quanto esta crise, após a passagem da tsú - que ainda está apenas se aproximando do litoral do MFI por ora já padecendo nos sintomas da bandalheira que seus agentes aprontaram anos a fio - vai penalizar gregos e troianos, tipo empresários honestos e trabalhadores (e suas famílias, as de ambos, como nós e as nossas) todos apenas míseros mortais.

ali (e aqui também, como já admite a possibilidade, antes remotíssima, o nosso Mr. Mantega, enquanto não se demite) e acolá, pipocam bankrupty de tubinhas gananciosos, arrastados pela virótica correnteza contagiante dos redescontos hipotecários das moradias de tábuas milionárias (como já atesta o nivel de colesterol dos cupins, nos lares abandonados nos EUA).

foi a festança das alavancadíssimas mortgages, das casas gringas caríssimas, negociaveis e redescontaveis no interbancário e nas seguradoras, em volta ao mundo.

usaram e abusaram do antigo Princípio da Alavanca, do bem intencionado Arquimedes.

e, on the other hand, but, mesmo rítmo de festança - mas agora já de joelhos - fazem confissões (as que não mais escondem, mesmo questionadas, e isto de esconder, para uma Cia de Capital aberto ao dinheiro público direto e 'indireto', não Vale né, uái?) emprêsas abertas que usaram para crescer, dinheiro próprio (pouco) e do povo - através os BNDES de apôio logístico que grassam com nomes outros pelo mundo e via mercados de capitais (muito) - anunciando que perderam mares de grana com a farra de suas zagas defensivas em derivativos, tanto quanto o que ganharam (ou mais do que) com a comercialização de seus produtos, produzidos com o suor de seus trabalhadores; impostos pagos, espero.

foi a festança da globalização dos hedges, no jôgo de zagueiros perna de pau contratados como experts a milhões de real, na cozinha da área menor do jôgo especulativo.

estas duas situações, já incipientemente distinguiveis, podem ser uns dos pilares da crise, para quem se interessar em fazer um diagnóstico do tamanho do buraco... e
como magistralmente mata a cobra e mostra o pau - ou o cipó de sua maravilhosa Serra, foto abaixo - um de nossos veneraveis mestres (o compenetrado, moderno e generoso literalmente 'compartilhador' Tarzan, dono do Cipó da tal Serra), os Indicadores de tôda essa baderna voraz estavam à vista, tanto que - êstes sim - constavam de relatórios como os dos Indicadores pilotos do ECRI e instituições outras analíticas macro, da mesma forma confiaveis - além de perceptiveis, ao observador atento, na análise histórica do mercado, registrada nos charts - ao contrário dos já micados cantos de sereia, melhor 'vendidos', ou enfiados goela abaixo, pela mídia 'especializada' - aos sempre facilmente encantaveis patinhos da audiência - a tal que acabou 'vendendo', ao final, os seus próprios leitores e espectadores esperançosos e ainda insiste em enfiar mais, nos bem mais incautos e ainda insatisfeitos com os chumbos nas asas... ainda.

e fica a respeito e a despeito de tudo isso, uma pergunta não muito respeitosa do tipo 'se tantos vão perder, quem vai ganhar com isso'... traduzindo e já plagiando o estadista Sir Winston Churchil: "nunca tantos deveram tanto a tão poucos" (e agora, just now, não sei bem porque, nem para que, ora vejam... lembrei-me de quê: do JP).

e daí?

daí o seguinte:

não há mal que sempre dure.

por pior que seja a devastação da onda Tsunami do atual processo de mesmo nome; ao final desta estória; ainda não bem contada e talvez, quem sabe - ao se esmiuçar o big troca-troca dos trilhões (1/2 qua) à deriva, nesta mega confusão histórica de ganâncias psicóticas e de complexas operações de defesas psicodélicas - poderá até surgir um enorme piada: a de "não dar para apurar", por não se saber mais "quem deve o que e pra quem" e aí... poderá aparecer outra adaptação de mau gôsto, agora não a um filme antigo, mas ao velho dito popular de conta de boteco, o "devo, não nego, mas também não pago" que seria mais ou menos assim: "devo, não nego, mas não sei quanto e nem pra quem" (quá, again... imaginei o Bush se balançando sorrindo e dizendo isso).

já estou pensando que êste embróglio vai é, num the end confuso e convenientemente indecifravel, ficar sem diagnóstico, até para quem, fidagalmente, mesmo de fora, compartilha a dor, como a turma aqui do blog.

BUT, apenas até o resgistro histórico que não perdoa mentiras.

BOA SORTE A TODOS, e... pô: KD VOCÊ MEU CARO MESTRE FACT???!!!

Visite, Mas Conserve



Cachoeira do Tabuleiro.
Serra do Cipó, Minas Gerais.

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

A Precificação Se Dá Step by Step

O mercado de ações é um bom leading indicator da economia norte-americana e o SPX um dos seus melhores representantes, pois o seu market capitalization gira em torno de 75% do total. Apesar de ser cantado em verso e prosa que o mercado de ações é uma máquina de desconto de eventos futuros, uma afirmação verdadeira, porém esse mercado não só não é o melhor leading indicator, como também não é o que antecipa os eventos com mais antecedência (lead time).

Um exemplo de sinal falso do mercado de ações foi o crash em 1987 que, apesar do tombo espetacular, sinalizou erradamente uma recessão. Reza a cartilha do ECRI que somente se deve fazer uma aposta quando a maioria dos componentes de um indicador antecedente aponta para a mesma direção, de maneira incisiva e persistente. Em 1987, ano do crash, somente o componente representado pelo mercado de ações, o SPX, sinalizou recessão, sem a confirmação dos demais.

Hoje a Goldman Sachs, uma firma formadora de opinião, anunciou através de seu estrategista, que mudou de opinião em relação à perspectiva da economia norte-americana e que a recessão será muito mais profunda do que imaginava. O ECRI, em geral sóbrio no linguajar, também empregou termos bem mais sombrios do que o de costume: “...the 2008 recession is set to get noticeably worse”. Players importantes, essas 2 instituições contribuíram para o mercado de ações dar mais um passo na precificação dos acontecimentos futuros.

A economia japonesa mostra fraqueza há tempos. Os indicadores da economia chinesa já não demonstram a mesma forma exuberante de antes. A Europa, antes da corrida aos bancos, já havia dobrado seus joelhos.

Já comentei nesse espaço, através de uma conta preliminar, os trilhões necessários para as instituições financeiras reduzirem seus endividamentos, isso somente nos EUA. Esse processo será longo e em parte será feito com a ajuda do Estado, para o desgosto dos mercadistas, e em parte pelas leis de mercado.

É uma opinião subjetiva minha, mas a minha impressão é de que as pessoas ainda não se conscientizaram da gravidade da crise provocada pela redução forçada do endividamento (deleverage) das famílias, principalmente nos países anlgo-saxões, e das instituições financeiras ao redor do mundo.

Arrisco a afirmar, sob o risco de ser pretensioso, que a ficha da Goldman Sachs caiu hoje. Falta cair a ficha do grande público. Meu conselho, aperte os cintos, inclusive no orçamento doméstico, pois essa crise será a mais grave que a minha geração irá assistir.

Quem sobreviver financeiramente e tiver paciência e método será enormemente recompensado mais adiante com as oportunidades fantásticas que surgirão.

aos investidores estrangeiros, k e LÁ:

Fui questionado, em of; se aceitamos coments em Inglês e ou outros idiomas e a resposta vai na bucha (não no Bush & Ben & Paulson que estão rindo pras paredes pela aprovação do pacotaço, baita novidade, que diante do tamanho do buraco dêles, dos bancos, é um pacotinho); pois, mesmo sem siquer consultar meu ímpares; lhes digo:

Claro que sim e podemos até convidar o visitante a se expressar em Português, caso êle saiba, para melhor co-participação de terceiros tupiniquins; mas, outros mais, de outras plagas, venham, venham sim, na Língua que quizerem; pois afinal estamos na Internet e se um cara lá da China, não encontrar ninguém lá que entenda da Economia chinesa (e pode acontecer sim, por isto as estórias do Santo de Casa e da Casa do Ferreiro), se nos ler é porque manja Português (piadas não), ou, tem aceso a um bom tradutor; tipo o meu meio truncado Google que ajuda muito; a adivinhar; mas ajuda.

Claro que em sendo o questionamento muito singelo, como 'devo comprar ou vender isso', tipo transferindo poder; responsabilidade de decisão e dicernimento; nem pensar... e, se complexo demais ou idem indecifravel, ou, de esclarecimento a nivel profissional de questões técnicas específicas alheias ao mercado, caberá ao questionado decidir se atende ou não, ou, pelo menos no meu caso, e nisto falo por mim, dizer simples e cândidamente: 'também não sei'... claro que pode acontecer da visita fechar a cara e até sair atirando, como o caso de um sujeito cheio de diplomas que estava perdidinho numa floresta e pediu o seu rumo pra um matuto que disse "não sei"... e o sem bússola, dasaforado: "mora aqui e não sabe, seu burro?"

Ao que o outro, sem maldade e nem malícia: "é, mas não sou eu que estou perdido".

Caso a visita seja ao Fact; ao Bob; ou ao KB; fica facil; pois os caras são baitas trogloditas, digo, poliglotas, BUT, on the other hand, dar-lhes-á; fique também claro e sendo inteligivel a pergunta; o natural direito de responder na nossa rica linguagem de Pindorama, exceção se abra ao Bob, se bem multilingue, cujos garranchos parecem receita de médico... e olha que a profissão do cara é Guia de Alpinismo.

Saber da existência dêste blog e dirigir-se a nós, sempre nos honrará e consideraremos ainda privilégio nosso o tentar responder à altura os comentários de nossos generosos visitantes... e se; por acaso; não entendermos a pergunta; ninguém vai reclamar se não entender a resposta; pois muita gente que já lê o blog não entende mesmo patavina do que certo pássaro; sempre tentando subliminaridades nas entrelinhas; posta aqui.

E, muito educados que são, siquer reclamam...

BOA SORTE, PARECE Q O REMÉDIO FOI FRACO.

Nadinha para ninguém se preocupar: REZEMOS!

Indicadores Antecedentes

Divulgações do ECRI nessa sexta-feira:

1-O indicador antecedente do ECRI sobre o ritmo da atividade da economia norte-americana não vê luz no final do túnel:

WLI = Indicador antecedente semanal dos EUA

"With WLI growth plunging to its lowest reading since the severe 1973-75 recession, the 2008 recession is set to get noticeably worse"

2-Indicador antecedente do ECRI sobre a inflação nos EUA prevê pressões inflacionárias decrescentes. Isso irá abrir caminho para novas reduções da taxa básica (fed funds) pelo Fed, que seria mais um instrumento na direção da solução do imbroglio. Até ontem o mercado futuro dos fed funds trabalhava com corte de até 50 pontos-base na próxima reunião em 29 de outubro.

USFIG = Indicador antecedente da inflação nos EUA

"With the USFIG diving to a new 76-month low, underlying inflationary pressures are clearly in rapid retreat"

3-Indicador antecedente do ECRI sobre a inflação na Europa mostra um quadro claro de desaceleração, embora ainda em um patamar elevado. O sempre hawkish (defensor de aumento na taxa) Banco Central Europeu poderá se sentir menos desconfortável em diminuir o rigor de sua política monetária.

"Inflation in the euro zone had been in a clear cyclical uptrend, but has now turned down. Euro zone inflation pressures, while still elevated, are now in an easing mode"

do pato aqui ao pato acolá...

e já pegando carona sem trombar no poste do mestre; confiado que sou e fidalgo que êle é; posto isto aqui, para dizer algo about, mais no popular, pois que só escrevo mesmo e tão sòmente é de pato para patos; tipo assim como eu mesmo ainda me sinto frente ao sinuoso market e consigo sempre me identificar com quem apanha dêle:

num passado mais remoto, já me interessava particularmente observar o desempenho do setor de transportes como um Indicador MAIOR na economia de um país (e no caso, a gente olha mais mesmo é o que ocorre na MATRIZ, os EUA, já que o Resto do Mundo - exceções raras - ou é Filial... ou quintal) - eis que tal farol - apesar de não ser evidentemente uma bola de cristal; faz, SIM, "previsões"; já que ISTO É UMA COISA DE SUA NATUREZA, pois contratos de transportes, são feitos PRÈVIAMENTE; e também em tempos que variam de CP a LP, pois que, no caso de mercadorias e demais tranportaveis, conforme características que variam caso a caso, o tempo estratégico; a todos os niveis, inclusive e especialmente prices; depende da carga!!!... e daí, desta conjunção de fatores, penso eu, baseou-se Dow, após os estudos laboratoriais de suas praxes, ao elaborar sua Teoria, embora não uma Lei; daí os reparos e cautelas necessários, bem lembrados no post anterior.

BUT (by Bob), foi depois de ler um issue do mesmo KB já então venereval (15 pilas...tá?); a muito, muiiito tempo, numa outra praia; que passei a dar crucial importância ao comparativo DJT/DJIA, já parte de meu contidiano laboratorial - favorito entre meus charts favoritos - observador meticuloso do market que tento ser, se bem com muito pouco sucesso ainda, confesso, embora o faça a mais de três décadas e hoje esteja excelentemente bem acompanhado, of course e sem dúvida alguma; mas, Ver, a Coisa; é muiiito dificil e fora casos em que o analista, mais por esperança que por frieza, tenta ver o que quer ou deseja e assim deforma, analisar charts é mais Arte que ciência (by Fact), como pode-se inferir de uma sagrada Teoria outra - e esta já uma senhora Lei - em que um certo cara genial, prova, laboratorialmente, sôbre o quanto são relativas certas coisas, algo que a posteridade comprova:

que cada um vê como pode, dependendo do ângulo, pois

"o tempo e o espaço se deformam na visão de quem observa".

hã?... ah, sim... não, não era um analista... o nome do tal cara era Albert.

instigante notar que a poucos dias, foi justamente o "ativo" $TRAN, o piloto, que "avisou" do recentíssimo repique ao primeiro tropeção de verdade que o market em WS levou... e digo tropeção de verdade porque dando mostras similares a porre alucinógeno, DJIA já vinha a muito tempo agindo tipo vai-não-vai, cambaleantemente, pra lá e pra cá (talvez troca-troca de posição entre os Grandes Brancos, digo, Golfinhos, para a sagrada Transferência Robinhoodiana às avessas, à massa)... pois aquilo, a meu ver, não era só cansaço, ou 'exaustão', no jargão ímpar da expressão analítica.

além do que não creio que nada aconteça no MF de repente e nem por simples e acidental acaso - but - por descuido da vigilância e irresponsabilidade na ganância, durante bastante tempo, sim.

aliás, cansaço é o que a gente sente, just now, ao assistir às entrevistas e coments dos sempre doutores nas questões econômicas, a turma do blá-blá-blá; alguns, alvas chapas; ainda tentando vender coisas já em liquidação como as pueris blidagens e a maioria; prevendo não sei mais o quê; com ares de Colombo e ainda fazendo suspense para as revelações de suas recentes descobertas... tipo orador de velório, falando de verdades póstumas.

o momento, penso eu, é de colocarmos - nós, a massa - os pés no chão (de preferência os quatro) e aproveitarmos um desejavel repicão - mesmo que seja um dos últimos pios finais da ave em A Morte do Cisne, quando alça seu comprido pescoço até um pico - e trocarmos uma canjinha das galinhas do Fact pelo atual momento de angústias; mesmo porque a gente, teimosamente, sempre se recusa a ajoelhar, a não ser para beijar testa criança, tipo neto, ou, para rezar, pedindo algo ou agradecendo, tanto faz.

ora, saudavel seria, após os salutares salvados no risco, talvez diversificar com menos apetite.

BOA SORTE A TODOS e vamos reverenciar o tal cara genial da Teoria da Relatividade, o Físico Albert EINSTEN, êste insuperavel abôrto da Natureza que deveria ser, entre outras coisas mais relevantes, o patrono dos Analistas.

Dow Theorists

Os seguidores da vetusta teoria de Dow devem estar de cabelo em pé. Apesar de que ontem (quinta-feira) o volume da carteira do SPX foi apenas ligeiramente acima da média móvel de 3 meses (a minha referência para julgar se o volume é ou não elevado), o volume na carteira do Dow Jones Transportes (DJT) foi um dos maiores de sua história.

Apesar de que nos dias atuais há setores muito mais importantes do que o de Transporte, como o setor de tecnologia por exemplo, para os seguidores dessa teoria para ser confirmada uma tendência no mercado é mandatório que os índices Dow Jones Industrial (DJIA) e o Dow Jones Transportes sigam a mesma direção e, além disso, que ambos superem ou violem níveis técnicos capitais. Eu julgo essa teoria defasada nesse ponto, embora eu dê importância ao comportamento do DJ T.

O DJIA, o mais conhecido, está em franca tendência de baixa, tendo violado o nível de 11 K dias atrás, enquanto o DJ T permanece dentro de um enorme caixote, não tendo violado a mínima do ano assinalada em janeiro desse ano. Se for levada ao extremo, essa teoria ainda não teria confirmado o bear market iniciado no SPX em outubro de 2007, pois o DJT não violou o suporte de janeiro.


Fonte: Yahoo / KB

O gráfico diário acima mostra que nessa quinta-feira foi registrado um DCB arrasa-quarteirão (DCBs são identificados por setas vermelhas descendentes) no DJ T. DCBs que não violam nada tem o hábito de sinalizar a exaustão ou o término de uma baixa, mas esse teve força suficiente para romper o suporte assinalado em julho.

Portanto, levem a sério esse DCB. Segundo a minha teoria o DJ T somente reverteria a sua tendência de baixa caso esse índice superasse a máxima intradia registrada na quinta (ontem), no nível em 4575 pontos (DJ T fechou em 4177 pontos).

Parece-me que os Dow Theorists estão de prontidão para declarar oficialmente que há chances de estarmos vivendo uma crise nos mercados, mas que eles ainda não têm muita certeza. Vê-se que quem não evolui, soçobra.

Jobless Claims e o Pib Americano

Toda quinta-feira o Departamento de Trabalho divulga o número de pessoas que se habilitaram ao seguro desemprego, portanto, o número de quem perdeu o seu emprego. Esse indicador apresenta uma razoável correlação negativa com a taxa real de crescimento do Pib. Ou seja, se esse número aumenta a taxa real de crescimento do Pib tende a decrescer.


Fonte: Labor Department / Fed / KB

A curva preta do gráfico trimestral acima é a taxa real de crescimento do Pib dos Eua e a vermelha, obtida por regressão linear, a do número de pessoas que se habilitaram ao seguro de desemprego. Por ser negativa a correlação, a curva da evolução do Jobless Claims (vermelha) está invertida para se encaixar na curva do Pib.

O Pib referente ao 3° trimestre ainda não foi divulgado, afinal o 3° trimestre terminou há 3 dias atrás, mas podemos ter uma idéia grosseira sobre o que nos espera. E não é nada boa.

Jobless Claims é um indicador coincidente que conta somente a história de quem perdeu o emprego, mas não joga luzes sobre quantos conseguiram um posto de trabalho. De qualquer modo, os analistas dão uma boa importância a esse indicador.

Pô! Contratem o Fact

O que se passa pela cabeça desses tontos em apostar na continuidade do movimento de apreciação do Real frente ao Dólar, sabendo que o componente das exportações do PMI Brasil está abaixo de 50 desde fevereiro desse ano? Incluindo o mês de setembro foram 8 meses consecutivos com esse componente abaixo do nível crítico de 50%.


Fonte: Banco Real/ Markit

PMI ou seu componente abaixo de 50 significa contração (taxa negativa de crescimento) ou forte desaceleração.

Tem um Cheiro no Ar

Em nota à imprensa divulgada às 22:00 de 02 de outubro, o Banco Central do Brasil, pela 2ª vez em poucos dias, voltará a injetar recursos no sistema financeiro com a liberação de depósitos compulsórios estimada em R$ 23,5 bilhões. Em 24 de setembro havia liberado R$ 13,2 bilhões e com a medida de ontem a injeção atingirá cerca de R$ 36,7 bilhões ou 1,4% do Pib.

A liberação do recolhimento compulsório sobre depósitos a prazo (captação mediante emissão de Certificados de Depósitos a Prazo - CDB) somente será válida no caso da instituição financeira adquirir operações de créditos de outras instituições financeiras, cujo patrimônio de referência seja inferior a R$ 2,5 bilhões, ou cerca de U$ 1,3 bilhão.

Trocando em miúdos, essa medida cria incentivos aos bancos assumirem créditos atualmente nas carteiras de bancos de menor porte, com patrimônio inferior a U$ 1,3 bilhão. Dessa forma, os bancos menores poderão reforçar os seus caixas (desfazendo de carteiras de crédito) e ficar em melhores condições de enfrentar as enormes dificuldades de captar funding (fontes de financiamento via emissão de títulos ou depósitos a vista).

Afora problemas de liquidez enfrentados por bancos menores, ontem os rumores eram fortes sobre mais perdas em apostas erradas na apreciação do Real. Outro dia eu li um relatório de uma instituição tida como vaca sagrada em que o analista achava exagerada a alta do Dólar, como se a alta do Real tivesse sido normal.

Habits die hard e beber em fontes poluídas mata.

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Before Talking About Markets...

Um pequeno ângulo do Paraíso.
Serra do Cipó em Minas Gerais.



Mais à noite voltarei ao “core” do blog que é o mercado.

ainda sôbre o Real valor do Dolar

apenas uma transcrição, também quentinha, do Bloomberg; para quem anda ouvindo ainda cantos de sereias; eis que a nivel macro, o veneravel mestre KB, já deitou e rolou...

"real fell as negotiations on the $700 billion financial rescue plan reached a standstill in Washington, increasing aversion to higher-yielding emerging- market assets.The real weakened 1.8 percent to 1.8525 per dollar. New York time, from 1.8206 yesterday. Today's slide extends the real's loss this week to 1.3 percent. Brazil's currency has lost 11.9 percent this month and is the worst performer among the 16 most-actively traded currencies (Bloomberg)".

E esta colagem de coisa óbvia é apenas para pensar; pois sôbre tal "descolamento" do U$$ [pois é: quem anda 'descolando' agora é o dolar; pedra já cantada em coments aqui (e lá no blog do Fact já faz é tempo, ó...)]; na hora do pega pra capar, quem quer ficar líquido guardando money cash procura moeda forte; até aparecer coisa melhor que papel e êste aí, se lastreado fosse, poderia até decolar... BUT, a depender de ONDE Mrs. Paulson e Bernanke vão buscar os tais 700 bi - já OK no Senado ontem e esperando confirmação na Câmara lá dêles amanhã - isto de US moeda forte pode enferrujar também... porque, se for, para, 'IMPRIMIR'... a única coisa que não vai se desvalorizar, daqui pra frente, vai ser componente de Impressoras de Bancos Centrais.

BOA SORTE A TODOS.

A Apreciação do Dólar

Nos últimos anos a apreciação do Euro frente ao Dólar (EUR:USD) se baseava na ampliação do diferencial entre as taxas do Eurobond e do T Bond de 2 anos. Isso até meados de agosto desse ano quando a correlação era de +98%. Bastou acrescentar setembro na série que a correlação caiu para +95,9%.

Observe esse comportamento no gráfico mensal abaixo desde dezembro de 2006, sendo a curva vermelha (obtida por regressão linear) o spread ou o diferencial entre as taxas dos títulos Eurobond e T Bond de 2 anos e a curva preta o câmbio EUR:USD, representado pela escala das ordenadas.


Fonte: Fed / BCB / KB

Qual a explicação pela recente forte depreciação do Euro (curva preta) frente ao Dólar, apesar do spread não ter se reduzido de maneira tão expressiva? A Goldman Sachs afirma que a repatriação da grana dos norte-americanos tem sido um dos principais fatores. Eu acrescentaria a percepção de que o abalo financeiro sistêmico chegou à Europa.

No caso do Real (BRL), a repatriação dos Dólares, a aversão ao risco, refletido no aumento dos spreads dos títulos soberanos brasileiros, e a deterioração da Conta de Transações Correntes de nosso país, têm sido os drivers da depreciação frente ao Dólar, por outro lado contida pela atratividade dos juros domésticos.

Apesar da recente tendência o câmbio BRL:USD ainda se encontra bem abaixo de sua média histórica nas últimas 2 décadas que foi de R$ 2,30/U$, descontadas as inflações de cada país.


Fonte: BCB /Fed / KB

Poucos analistas comentam que o forte crescimento das reservas brasileiras é um fenômeno muito recente. Além disso, poucos se atinaram para o fato de que as reservas cambiais são pouco superiores aos estoques especulativos dos estrangeiros na bolsa e na renda fixa.


Fonte: BCB

As reservas cambiais estão aplicadas principalmente em T Bonds norte-americanos, sendo o Brasil atualmente um dos grandes credores dos EUA. Por outro lado, convém lembrar que a gigantesca onda de IPOs contribuiu sobremaneira para o crescimento das reservas cambiais, sendo coisa do passado.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

O Mais Antigo Indicador Técnico

Os indicadores Lowry's Selling Pressure Index e Buying Pressure Index, aplicados ao mercado norte-americano, talvez sejam os indicadores técnicos mais bem guardados do público e com a maior longevidade que eu conheço, cerca de 75 anos. Eu os acompanho de longe há muitos anos e, de memória, seu histórico é espetacular. Porém, eles antecipam o ponto de inflexão quase sempre por alguns meses, suficiente para matar um trader que desconhece essa característica.

Eles são divulgados com um dia de atraso. Hoje eu soube, por terceiros, que o Lowry's Selling Pressure Index registrou em 30 de setembro um novo recorde (aspecto negativo) e que a diferença entre ele e o Buying Pressure Index está muito perto de sua maior leitura (absoluta) que foi registrada no dia 29 de setembro.

Por esse indicador, o bear está vivo e faminto.

Tic Tic Nervoso

Estou entalado na minha posição
Com pouca munição
A sauna tá de rachar
E lá fora é só gozação.
Perdi o meu dinheiro
Que já era mixaria
E ontem fui assaltado pelos tubarões!
Isso me dá tic tic nervoso,
Tic tic nervoso, tic tic nervoso..

Composição (ligeiramente alterada): Kid vinil

No dia do low intradia no ano, pregão de 29/09 (último dado disponível das operações diretas na bolsa), lá se foram os retail investors, com tic tic nervoso, estender novamente o tapete para a saída dos tubarões-estrangeiros. Nesse dia os com tic tic nervoso foram os maiores compradores e os estrangeiros os maiores vendedores.

Essa postura persistiu durante todos os meses de junho e julho, e parece que se habituaram.

O gráfico abaixo mostra o fluxo diário (normalizado) das pessoas físicas desde o final de abril. A enorme barra negativa no canto esquerdo da figura (uma das primeiras) foi registrada no dia 01 de abril de 2008, lembrando que no dia 30 daquele mês a S&P concedeu o rating de investment grade aos títulos soberanos brasileiros. Os caras são danados mesmo.


Fonte: Bovespa / KB

PMI Industrial dos EUA e do Brasil

EUA

O consenso para o PMI composto dos EUA divulgado hoje pela manhã era de 49,5%, que já indicava ligeira contração, porém veio apenas 43,5%, portanto, muito fraco. O PMI New Orders (cor preta no gráfico mensal abaixo), que apresenta forte correlação com a taxa de crescimento dos lucros da carteira do SPX, despencou para 38,8%, uma contração somente observada em janeiro de 2001, durante o bear market decorrente do estouro da bolha na bolsa eletrônica.


Fonte: ISM

Gosto de olhar o PMI Importações (cor vermelha no gráfico acima), pois me dá uma boa idéia do nível da atividade econômica (Pib), pois como se sabe as importações andam de mãos dadas com a demanda agregada. Veio um número de 44,0%, o mais baixo na década, também um nível contracionista.

Os analistas vêem reduzindo as suas projeções de lucros das empresas em um ritmo maior desde o mês de agosto. Depois desses dados, eu não vou me surpreender se assistir a uma nova rodada de cortes nas estimativas.

O Múltiplo do SPX, atualmente em 19,2 vezes, que vinha se mantendo muito elevado devido às reduções nas projeções sem uma contrapartida na queda do SPX na mesma intensidade, poderá se distanciar ainda mais do meu modelo que aponta um fair value de 16,1 vezes e mais ainda do Bear Stearns, cujo fair value é de 13,5 vezes.

Brasil

Ainda não tive acesso aos componentes do PMI Brasil divulgado hoje de manhã, mas tão somente ao indicador composto que registrou o percentual de 50,4%, ou seja, na fronteira da desaceleração que se situa em 50%. A história do PMI no Brasil ainda é muito curta, está mostrada no gráfico mensal abaixo, e a sua eficácia como indicador antecedente ou coincidente (dependendo dos componentes) dependerá da qualidade da amostra da pesquisa.

De acordo com o relatório do ABN Amro a queda do PMI composto de 51,1% no mês de agosto para 50,4% em setembro foi devido principalmente à queda do componente New Orders, um dado negativo.


Fonte: ABN Amro / Markit

Convém mencionar que o PMI Composto do Brasil, que vinha apresentando uma enorme aderência em relação à taxa real de crescimento do Pib desde o início de sua curta base, no 1° trimestre de 2006, viu reduzida pela primeira vez a sua correlação com o Pib no 2° trimestre de 2008. Nesse trimestre o PMI composto sinalizou uma desaceleração na taxa de crescimento, enquanto que o IBGE divulgou uma forte aceleração.

Sabe-se, por evidências empíricas, que a contração no crédito começou efetivamente no dia do pânico em 17 de setembro, dia em que a taxa da T Bill de 3 meses nos EUA caiu para 0% devido à fuga dos investidores. Como resultado as linhas externas dos bancos brasileiros foram bem reduzidas.

Espera-se, portanto, que a atividade econômica sofra um baque abrupto a partir de outubro, cuja duração dependerá da manutenção do quadro de aversão ao risco, com inevitáveis seqüelas sobre os lucros gerados internamente.

Djia mensal semilog para o Aguia ...


... não me encher a paciência, hehehehehe.

Compradores Chineses de Minério de Ferro Ameaçam a Dar o Cano

Segundo a Reuters, compradores chineses de minério de ferro não estão honrando os contratos com os indianos, salvo se houver descontos. Leia na íntegra:

NEW DELHI, Sept 29 (Reuters) - Chinese buyers of Indian iron ore are defaulting on import contracts and refusing to lift the ore unless the seller offers a discount on contracted prices, a top industry official told Reuters on Monday.

Ainda segundo a Reuters, o presidente da Federação Indiana das Indústrias Minerais afirmou que as exportações do Índia para a China não encontra demanda nesse país:

"Our exports are in deep red as there is no demand from China," said Rahul Baldota, president of the Federation of Indian Mineral Industries and managing director of miner MSPL Ltd."

Em linha com os principais componentes do PMI da China divulgados hoje.

E como fica a Vale?

Bailout à Moda Européia

Segundo Calculated Risk, o governo irlandês divulgou nessa terça-feira que irá garantir os débitos das maiores instituições financeiras do país por um prazo de 2 anos, em cerca de €400 bilhões de euros de um total de €500 bilhões de euros de passivo bancário. A garantia inclui os depósitos a vista sem fixação de limites e outras obrigações na forma de títulos emitidos.

O Pib da Irlanda é de €190 bilhões de euros e a dívida federal de €45 bilhões, segundo a mesma fonte. A dívida bruta irá pular de €45 bilhões para €445 bilhões (400+45), ou seja, 234% do Pib num piscar de olhos.

Dias atrás eu divulguei o teor de uma conversa que um conhecido teve com um gestor de porte em Londres. Segundo ele a Europa irá socorrer todos os bancos. A Irlanda no caso em tela, a Bélgica, a Holanda e Luxemburgo no caso do Fortis, confirmam a tese dessa pessoa bem informada.

Essa decisão é a pior entre todas, pois incentiva o moral hazard, impede a destruição criativa do capitalismo pela forças darwinianas e atrasa todo o processo de deleverage na Europa. Não é à toa que eu aposto que os EUA irão emergir mais rapidamente do que a Europa desse embroglio todo, pois lá as leis de Darwin têm alguma chance, vide o caso do WaMu.

Agora dá para entender porque o Euro devolveu em 2 pregões toda a recuperação frente ao Dólar desde o início de setembro? Para quem cuja ficha ainda não caiu, isso se deve ao fato do BCE ter que afrouxar a mão na política monetária, caso contrário a carga sobre as finanças públicas seria insuportável devido ao peso das novas dívidas. Observe o comportamento do Euro frente ao Dólar no gráfico diário abaixo:


Fonte: StockChart

E chegamos à bolsa de Pindorama, altamente dependente da evolução das cotações das commodites, que quase sempre percorre a trilha contrária à do Dólar.

Um Dado Para Ficar de Olho

Building Permits, um indicador antecedente que antecipa a atividade no setor imobiliário em cerca de 2 trimestres ainda não deu sinal de vida. No entanto, o índice que agrupa as ações das principais construtoras nos EUA, que registrou um pico em 28 de julho de 2005, portanto com uma antecedência de 1 ano e meio do início dos primeiros sinais de problemas no mercado imobiliário(no final de 2006), tem mostrado recentemente uma notável resiliência diante dos tremores bursáteis.


Fonte: Yahoo/ KB

Para quem não sabe, o SPX é um indicador antecedente que inclusive compõe o indicador composto da Conference Board e o do ECRI, com um lead time em torno de 3 a 6 meses. O índice das construtoras antecipou em 1,5 ano o início dos problemas no setor.

Se vai manter tanta antecedência em sinalizar o ponto de inflexão o tempo irá dizer, pois a sua curta história não permite regredir algumas décadas para testar essa hipótese. Não enxergar a onda no mercado de ações pode causar um afogamento, mas se o investidor se antecipar demais o efeito pode ser tão devastador quanto.

Portanto, é muito cedo para comemorar, pois uma andorinha não faz um verão, e nada impede que o índice volte a mergulhar juntamente com os demais setores. No entanto, convém ficar de olho nesse índice e se outros indicadores começarem a dar sinal de vida, poderemos mais adiante assistir a um pull back mais memorável.

Começaram a Ser Divulgados os PMIs

Sempre no 1° dia útil de cada mês, vários institutos divulgam os PMIs, Purchasing Managers' Index, de diversos países. O PMI Industrial é um indicador antecedente (leading indicator) cuja metodologia é aplicada nos EUA desde a década de 40. Nos EUA, cuja base de dados é a mais longa, o seu grau de aderência à atividade econômica é muito elevado, mas o seu poder de antecipação é baixo (lead time).

Entre os seus diversos componentes, os itens New Orders são os mais forward looking, sendo os que devem ser focados. Com o advento da rede mundial, o acesso gratuito a dados macroeconômicos tornou o PMI menos importante, porém é melhor ter conhecimento sobre sua evolução do que andar nas trevas.

O quadro não é nada animador conforme poderão ver com os seus próprios olhos. E não convém brigar com os números.

China

O PMI da China, que começou a ser divulgado em 2005, acabou de sair há poucas horas. Abaixo mostro os gráficos das médias trimestrais dos componentes do PMI da China. O foco tem que ser sobre os componentes New Orders e o New Export Orders, particularmente esse último. Mostro também os gráficos das médias trimestrais dos componentes Imports e Input Prices.

Vale sempre a lembrança de que sob o enfoque da despesa, o Pib é a soma do consumo + gastos governamentais + investimentos + balança comercial+ variação dos estoques. Na China os 3 primeiros itens são os principais, particularmente os investimentos. Em 2006 o peso da balança comercial sobre o Pib chinês foi de apenas 7% (fonte: WTO), motivo pelo qual em geral se dá menos atenção aos seus números.

No entanto, uma avaliação mais acurada revela que a soma das exportações e importações sobre o Pib chinês (Trade to GDP ratio) foi de 66% em 2006 (fonte: WTO). Para se ter uma idéia, esse mesmo ratio no Pib brasileiro foi em 2006 de apenas 22% (fonte: WTO).

Esse é motivo pelo qual venho alertando sobre a vulnerabilidade da China diante do processo global de deleverage financeiro. Poucos analistas ressaltam que uma parcela dos investimentos, a conta que mais se destaca no Pib da China, advém das atividades de exportação e importação, além do impacto sobre a geração de empregos.

Embora o componente New Orders, o mais importante entre todos, tenha mostrado contração no 3° trimestre de 2008, e convém enfatizar que foi pela 1ª vez desde 2005, houve uma ligeira expansão no mês de setembro. Mais uns poucos meses e saberemos se a pequena reação deveu-se ao término das Olimpíadas. De qualquer forma, o gráfico trimestral não é nada bonito.


Fonte: CFLP/ CLIC/ LFRC

New Export Orders continua em ritmo de desaceleração visível, inclusive no mês de setembro. Esse é um grande problema. Observe no gráfico trimestral abaixo.


Fonte: CFLP/ CLIC/ LFRC

Como as exportações reduziram o ritmo no trimestre, o mesmo aconteceu com as importações. O mês de setembro mostrou um quadro semelhante, ou seja, desaceleração visível nas importações.


Fonte: CFLP/ CLIC/ LFRC

A boa notícia foi a redução da pressão sobre os preços dos insumos que era perigosamente galopante até o mês de julho, tendo despencado nos meses seguintes, inclusive em setembro. Dessa forma, a tarefa do banco central chinês, que começou a afrouxar a política monetária, ficou facilitada.


Fonte: CFLP/ CLIC/ LFRC

Japão

Em relação ao Japão, dado divulgado em 29 de setembro, mostrarei apenas a manchete na publicação do PMI: “Operating conditions in the Japanese manufacturing sector deteriorated markedly. Job shedding intensified.” (fonte:Nomura/Markit)

Europa

A principal manchete na divulgação do PMI – Bloomberg relativo à Europa:

“The latest Bloomberg Euro-Zone Retail Purchasing Managers’ Index ("PMI®"), based on a mid-month survey of economic conditions in the euro area retail sector, fell from 47.7 in August to 46.2 in September, registering a drop in euro-zone retail sales for the fourth consecutive month and one of the largest monthly declines recorded since the survey began at the start of 2004.”

EUA e Brasil

Os respectivos PMI Industriais serão divulgados hoje na parte da manhã.

Bottomline: vai brigar com os números?

Alguns Sabem Escutar, Outros Não

Em março de 2007, logo após o 1° tranco na bolsa devido aos primeiros sintomas da crise imobiliária, eu decidi escrever uma lauda na seção de comentários em um blog de um famoso jornalista. Para a minha surpresa o meu longo comentário, muito longo por sinal, foi destacado numa seção à parte, com meu nome e email.

Tornado público o meu email, eu recebi e troquei com algumas pessoas mensagens sobre o tema, a crise imobiliária, e a coisa morreu por ai. Não sei por qual motivo, eu comentei com uma dessas pessoas, cujo nome apresenta as iniciais PCP, que eu mantinha um blog, mas que não era aberto ao público. A partir da minha recusa em abrir o acesso ao blog perdemos o contacto.

Para a minha surpresa o PCP, que arquivou o meu endereço eletrônico particular, me enviou hoje uma mensagem onde reproduziu 2 trechos de um email, com data de 27 de março de 2007, que eu lhe enviei como resposta à solicitação de acesso ao meu blog.

Abaixo reproduzo o conteúdo desse meu email-resposta (Subject: Re:), em que eu recusei o acesso ao blog, enviado hoje pelo PCP, que não somente arquivou o meu endereço como o conteúdo das nossas correspondências. Pelo horário da minha resposta, que consta do cabeçalho do email, vê-se que o meu hábito de ficar até tarde vem de longe.

Sent: Tuesday, March 27, 2007 5:08 AM
Subject: Re: SOLICITAÇÃO DE PERMISSÃO PARA LER SEU BLOG

“Em um bull market as suas crenças valeram para ganhar dinheiro, e muito se foram bem aproveitadas, mas em um bear, que se avizinha, elas poderão te destruir.”

“Em um ambiente de boom como o atual, um campo fértil para geminar a idéia de que a prosperidade não sofrerá revés, e que me parece estar prestes a sofrer, é natural esperar que os investidores cometam excessos, acostumados aos longos anos de bonança. É da natureza humana esse tipo de comportamento. Excessos, por definição devem ser purgados. Um bear market tem a função de purgar esses excessos.”

Depois de reproduzir 2 trechos dos meus comentários, no email-resposta, o PCP acrescentou:

“Sofri alguns meses por ter saído no auge da festa, mas agora me sinto recompensado por ter seguido seus conselhos...”

Forçando a minha memória, que não é privilegiada, me lembrei que o PCP nas conversas apresentava um viés muito bullish. Sorte dele porque deve ter tirado bom proveito.

Sorte ainda maior foi ele saber escutar.

ondas fortes; navio parado, à deriva, sem chefia.

Estava revendo e de novo admirando as contagens das waves Elliottianas dos charts de nosso veneravel mestre Bob e ocorreu-me que lá, nos EUA, mesmo o FED e o Tezouro já de mãos dadas, se bem ora polìticamente atadas (as quatro) e aflitos para colocá-las na ma$$a; eis que on the other hand e amassando gêsso, cada Congressista que passou, junto aos demais, até êste final de semana discutindo o pacotaço, estava com os pés atraz (os quatro), com relação a vários aspectos sôbre a aplicação de um remédio emergencial para algo, se bem já notòriamente epidêmico (já quebrou mais uma banca ontem na Europa), ainda não definitiva e nìtidamente diagnosticado e portanto sem indicação terapêutica confiavel, principalmente quanto à dose certa, e o volume TOTAL dos remédio$$$ necessário$$$; daí a dúvida atróz sôbre a tal 'dívida' a pagar.

O pior, entretanto, é que além de estar parada, sem rumo e sem ga$, a belonave - que deveria singrar à frente da frota mundial - para liderar esta p... guerra de nervos contra as atuais fortes ondas, arautos da provavel tormenta que já nos atormenta e a muito banqueiro ganancioso - mesmo tendo à mão os prestativos, se bem retardatários, quanto aos preservativos, Bernanke e Paulson na contra-regra - "NÃO TEM CAPITÃO", À ALTURA DA CRISE E MUITO MENOS DA ESTATURA DA ONDA MAIOR QUE JÀ DÁ CALAFRIOS (a uns velhos surfistas)... é: lamentavelmente FALTA UM LIDER FORTE; RESOLUTO; INTIMORATO; IMPÁVIDO; DE QUEIXO LEVANTADO E CABEÇA RETA À FRENTE, tipo o velho arquiteto do New Deal que debelou a pau crise igual,(ou tipo os dirigentes altaneiros da Suécia, com sintomas iguais na década de 90, como comentei hoje no Post do KB), pois quem vai ter que estar no timão dêste barco, vai ter dificuldade até para consultar a bússola, de tanto que se balança, mesmo no sêco.

E daí?

Enquanto esperamos, rezemos... e nos acautelemos...com relação aos especialistas da dita 'mídia especializada', aráutos de 'blindagens'; 'fundamentos'; 'prêços já BEM atraentes depois desta baixa'; etc; tudo gente super 'bem intencionada', of course; BUT (by Bob), repetindo, a maioria, tipo os sábios curupaco-pa-pacos, o que lhes dita a chefia... ora bolas... eis que o tal mar não está para peixes pequenos (nem para patos nadarem ou surfistas noviços surfarem) que no momento tem até tubarão já comendo tuba pequeno (tipo o Grande Branco JP que já engoliu dois... por enquanto).

BOA SORTE A TODOS E 'DEFENDAM' SUAS PRAIAS.