domingo, 21 de setembro de 2008

Michael Pettis sobre a China

Temporariamente eu deixei de dar importância aos inúmeros relatórios que eu recebo das diversas instituições de ponta em Wall Street. Os melhores relatórios são dos broker dealers cujas situações vão de mal a pior devido à dependência de funding junto aos ariscos institucionais.

Não precisa ser muito esperto para imaginar que deve haver ordens superiores para evitar comentários que possam dificultar ainda mais as precárias situações dessas instituições. Dessa forma, eu tenho tratado de beber em outras fontes. Até o competente e sempre bearish David Rosemberg da Merrill Lynch tem sido menos alarmante e cáustico.

Por ser o professor Michael da University's Guanghua School of Management em Pequim, especializado no mercado financeiro chinês e um observador in loco do que se passa no país, eu julgo que os seus comentários são merecedores de atenção. Ele comenta que um dos únicos bright spots da economia chinesa tem sido a crescente demanda dos consumidores.

O baixo valor de mercado das ações em relação ao Pib reduz o impacto da sensação de perda de riqueza com a queda nas cotações das ações, restando apenas o impacto psicológico negativo com as baixas espetaculares.

Problemas poderão vir é do mercado imobiliário, onde os consumidores, os bancos e as empresas estão pesadamente investidos. É daí que poderão surgir notícias ruins que, segundo ele, não tem sido nada animadoras.

Ele comenta um artigo no South China Morning Post em que é relatada uma guerra de preços entre os empreendedores como a maneira encontrada para atrair compradores. O artigo ressalta que é a primeira vez que uma guerra de preços acontece nas principais cidades do continente. Em Pequim quase todos os projetos reduziram os preços das ofertas, sendo que até o momento essa tática tem produzido poucos resultados.

A Força de um Gráfico

Observem o número de pontos identificados pelos traçados no gráfico semanal do índice Bovespa indexado ao Dólar desde 1986 até o presente, em escala semilog. Desde a crise do México em 1994/5 eu nunca mais deixei de analisá-lo, pois em setembro de 1994 o índice parou numa dessas LTAs. Somente tomei ciência desse gráfico depois que o estrago em minha carteira já não tinha mais conserto.


Fonte: Bovespa, KB

Observem a mãe de todas as LTAs, a construída unindo os picos em 1986 (euforia após o Plano Cruzado) e 1997 (pico antes da crise na Ásia). Até que o mercado tentou superá-la nesse ano, mas sucumbiu diante de sua força. Doce ilusão. Eu já conhecia a sua força.

Uma nota breve. A pc ratio equity-only na CBOE nessa última sexta-feira foi a mais baixa no ano. Acabaram-se os problemas?

uma certa vez, um certo Curso...

Nostàlgicamente filosofando, enquanto procurava o meu sono que perdi a pouco, lembrei-me de que, certa vez, a muiiito tempo, numa Capital do Centro-Oeste, pertinho do DF; uma Corretora bursatil, com filial no local, ligada a um Banco of course, financiou um Curso de AG (o Candlestick estva na moda) para os seus patos, digo, seus clientes; contratando um experiente Professor, proprietário de uma Consultoria de Operações no market, no Rio (tempos da Bolsa carioca e de santinhos milagreiros tipo o mega Nahas).

Até aí nada de mais.

Insipiente sempre, embora não mais incipiente nas tais operações, me inscrevi e fui fazer o tal Curso baladadíssimo tão esperado; e conhecer pessoalmente o Mestre, Candlestikeiro famoso; reconhecido como especialista e de fato um cara encantador; além de cantado em prosa e verso por muitos e principalmente por si no mercado; eis que havia inventado uma extraordinária ferramenta de costura de pontos de reversão.

Até aí nada de mais.

Durante o Curso, recebemos todos nós, alunos afoitos por conhecimentos nem tanto, mas, por dicas sim, òbviamente; uma saravaida de dados e uma apostila com os ditames de Sakata, dito criador do método analítico da Análise Gráfica que na verdade foi bolado por um outro Japa, também dos olhinhos fechados e que lá no passado distante, quando se fazia rústica troca-troca de mercadorias (no mercado acionário, entre os golfinhos, êste negócio de troca-troca foi bem depois), teve a ideia brilhante de retratar um determinado período de transações de troca de produtos por coisas, com o desenho de umas Velas (Candles), que espelhassem o movimento dêste tipo de mercado; as quais foram durante séculos usadas para demonstrar, em côres, um Dia ou período de transação de ativos (Candle Daily), ou uma semana (Weekly) ou um mês de negócios (Monthly); up, down ou empate. E para os mais viciados até as velinhas de minutos.

Até aí nada de mais.

E fomos por aí, sorvendo sedentos os conhecimentos do Mestre que modesto não nos permitiu chamá-lo de Gurú e proficiente nos abriu as portas do conhecimento da AG, a mim algo que encantou principalmente quando passamos às Figuras e Candelabros.
Ao final do Curso, diplomados todos, fomos convidados a uma visita à Corretora patrocinadora, quando então, nosso guia pelos caminhos do saber do Candlestick, nos prometeu dar uma Demonstração, tipo assim uma aula prática, fazendo na real e ao vivo, na nossa presença, o uso da AG, no Intra-Day, operando, êle, Índice Futuro, já próximo ao final do Pregão daquele memoravel dia.

Até aí, nada demais?



PERDEU QUINZE MIL!



Não, não estou brincando, isto aconteceu sim e foi quando mudei de pato para aguia.

BOA SORTE A TODOS (alguns vão precisar e eu vou preparar o meu Teoria do Pânico 2).

sábado, 20 de setembro de 2008

A Brief One

O presidente de uma republiqueta da America Latina vociferou essa semana: "A crise é de Bush e não minha." Uma crise aguda de confiança no greenback provocaria uma liqüidação nos Treasuries, fazendo com que as taxas domésticas futuras de juros de seu país explodissem de uma hora pra outra, claro. É uma completa besta.

Tempo de queda nos US - vide DJIA

Dias atrás o Smarca lembrou sobre o período desta queda nos US que já dura cerca de 1 ano. Fui atrás de outro períodos utilizando chart mensal.
30/12/1968 a 29/05/1970 - 17 meses
31/01/1973 a 31/12/1974 - 24 meses
30/09/1987 a 30/10/1987 - crash de 1987
31/01/2000 a 31/10/2002 - 34 meses
31/10/2007 a ???????????

É claro que o chart mensal engana pois parece que cai em linha reta mas há semanas de alta nestes segmentos.

Bate com a idéia do KB


quem governa o caça-niqueis e a TC - 1.

Pegando o gancho do post abaixo e considerando hipotèticamente que a jogatina das opções representa a ampla sala dos caça-niqueis, chamariz (nome expressivo que rima com outro, também sempre existente, enfeitando os salões de jogos ao lado do álcool e outros componentes liberadores da adrenalina) de grande participação popular no cassino bursatil; há que se parar um pouquinho para pensar; pois estas frases, ouvidas aqui e ali, talvez com menos elegância, no market, não estariam também apontando intrìnsecamente para a sempre discutivel e também sempre negada; muitas vêzes enterrada e outras tantas reanimada Teoria da Conspiração?

Ora, e agora já a grosso modo, reza tal teoria, que existem duas categorias de players no mercado acionário (o que cabe também em outros nichos do MF); e tais dois tipos de jogadores são, òbviamente, opositores na grande mesa das Bolsas e são, no popular, denominados Tubas e Sardas [desnecessário esclarecer, mas já esclarecendo que os primeiros são os Grandes Brancos; os predadores maiores no pico desta currutela da pirâmide de Malthus, representando uma minoria numérica quantitativa a nivel de indivíduos - mas, porém, senão que - qualitativamente, muito mai$ podero$a e sempre faminta; gananciosa e insaciavel; enquanto que os indivíduos do segundo grupo, o das sardinhas; é aquele que sempre anda em bandos, aos milhares, ajuntando-se e até acotovelando-se (se se pode dizer que um lindo peixinho tem cotovelos) em cardumes, assim solertemente festivos e faceis, facílimos, de serem predados].

Até aí nada, nadinha; apenas folclore.

Entretanto, a se pensar, novamente - já que o vulgo diz e repete tanto essa estorinha - que a mesma possa ter uma remota chance de aguma credibilidade - e já se abrindo laboratorialmente uma premissa instigante - consideremos a hipótese, apenas para um exercício dialético, de que haja realmente esta bipolaridade no market bursatil e, por ora, vamos observar tal ângulo apenas neste nicho (outra palavrinha danada o tal de nicho) do MF:

Ora, supondo ser verdade que o Grande Branco caça quase sempre solitàriamente e até prefere presas maiores; vamos abandonar, por ora, a ideia de que seja êle o perigoso predador no grande aquário; substituindo-o por outro mais capcioso e grupal.
E quanto às sardinhas... continuarão, nesta fase experimentsl, sendo apenas elas mesmas: pequeninas; inocentes; puras; belas e faceiras; apetitosas até e sempre enturmadas; sardinhas apenas, pelo menos por ora.

Agora, num acelerador, vamos substituir, nêste experimento, os Tubas por Golfinhos; êstes adoraveis sêres, mamíferos como nós; e aos olhos românticos de admiradores da natureza e de turistas marítimos em geral, tão sòmente alegres brincalhões, via de regra andando em grandes grupos e jocosamente saindo do mar em belíssimos vôos evolutivos; simplesmente puros e encantadores. Uma gracinha, sem dúvida.

Agora vamos substituir os turistas pelas sardinhas... e...o cenário já é outro; no quadro agora golfinhos e sardas, todo mundo dentro d´água e deixa de lado qualquer possibilidade de romantismo; encanto ou graça: há uma chacina sem tréguas, com o simpático porém impiedoso predador, hábilmente trocando suas mensagens codificadas para cercar o cardume a fim de (após inertes e cansadas as sardinhas) irem entrando na roda, de um a um e pouco a pouco; dizimando os pequeninos e indefesos peixinhos.

Assim, trocados os Tubarões por Golfinhos, a hipótese ganha alguma fôrça e até se candidata a obter traços de veracidade; donde talvez dê para perguntar ao visitante leitor, se, nesta altura dêste ensaio, êle quer participar dialèticamente e se já se identifica com algum dos personagens citados: turista?...tubarão...golfinho?...sarda?

Não se acanhe; eis que devo confessar, por mim, apesar dos muitos e muitos anos que observo de perto o CP e de longe o LPAPDV do mercado acionário: me sinto mais sarda.

A continuar tal exercício laboratorial, gostaria, eventualmente, de saber quais as derivativas, aos seus olhos, leitor; para, dentro de todo êste empirismo, estabelecermos categorias outras, tipo assim: voltando o tuba à proveta, fazermos ensaios, não mais de tubas contra sardas (muito menos dos tais grotescos 'dois exércitos', azul e vermelho, figura que não pegou, ainda bem, eis que viviam trocando de fardas) e sim de tubas contra tubas; a exemplo do que ocorre de forma quase singela, como se algo natural, atualmente nos States; FED e Tezouro tendo que engolir guela abaixo Fannye e Freedye; e Bancão tranquilo comendo Banquinho burro.

Por enquanto não vamos nem tocar no assunto dos tais 500 tri (pensava que seriam 'apenas' uns duzentos) lhões de dólares à deriva nos milhões de simples e suaves, por ora não suaveis, complexos operacionais táticos do esquema de zaga olímpica do MFI.

Ou, a quem mais agrade o varejinho e não o atacadão (nem os atacantes), observar com curiosidade científica e sabedoria no mínimo popular, as surdas esparrelinhas entre ingênuos patinhos insipientes, engolfados por idem insignificantes scalpers maliciosos de pôços e chás de cadeiras de saletas de corretoras; e até mesmo, sempre subreptìciamente, ou pusilânimemente (tanto faz) às sombras de chamativos nicks forenses.

E daí?... alguns, dando de ombros, podem até dizer: "isto é apenas a lei da sobrevivência dos mais fortes"... e outros mais na razante, perguntarão: "e daí, vai cair ou vai subir?".

Acontece que não tenho bola de cristal e apenas sei, como todo mundo sabe, que o GA$ do repique é papel impresso para comprar papel cadente e que of course e evidentemente não escrevo para golfinhos e talvez até volte com uma TC-2.

BOA $ORTE A TODOS E CANJINHA A PARTIR DE SEGUNDA (e a quem engatou de primeira, uma feliz participação no $amba do crioulo doido e apenas algum cuidado com o câmbio na ré).

aguia.

O Que Governa a Volatilidade Implícita

O preço de uma opção de compra (call) ou de venda (put) depende do strike (preço de exercício), do número de dias até o vencimento da opção, da taxa de juros no mercado e da volatilidade implícita, precificada pelo mercado.

A volatilidade histórica de uma ação é o desvio padrão da cotação dessa ação nos últimos “n” pregões, ou seja, o quão “nervosa” foi a cotação do papel nesse período. Assim, se a cotação da ação ficou inalterada durante os “n” pregões, a volatilidade foi nula. Volatilidade implícita de uma opção de compra ou de venda de uma ação é a expectativa do mercado em relação ao nervosismo da cotação da ação nos próximos “n” pregões.

Pode-se montar uma operação equivalente a comprar ou vender volatilidade implícita, afinal estamos num cassino global onde se aposta em tudo, não é mesmo? Compra-se quando se acha que a volatilidade implícita irá subir e vice-versa. Em geral a volatilidade sobe quando o papel cai. No entanto, assistimos a volatilidade implícita média das opções do SPX subir durante o bull market no final da década de 90. Como é que ficamos então? Pode-se comprar volatilidade somente porque se aposta na queda das cotações?

Quem é a cabeça e quem é o rabo, o mercado de títulos de crédito ou de ações? Alguém poderia estar pensando, mas o que uma coisa tem a ver com a outra? Tudo em se tratando de volatilidade implícita. Se você for comprar ou vender volatilidade você terá que saber o que a governa.

Quem você acha que conhece mais sobre um mercado, um noviço ou um profissional desse mercado? Supostamente o profissional, embora eu tenha as minhas dúvidas. O mercado de ações está infestado de noviços, mas essa turma não freqüenta o mercado de títulos. Esse mercado requer um conhecimento sobre a situação financeira das empresas, das expectativas inflacionárias, das necessidades de financiamento do governo, das perspectivas de crescimento da economia, questões totalmente fora do alcance do novato.

É até possível que o principal motivo que mais atrai o noviço para o mercado de ações seja a fantasia sobre ganhos fáceis no curto prazo, perspectiva inexistente no mercado de títulos, salvo mediante uma enorme alavancagem, mas que exige garantias elevadas indisponíveis pelo pequeno investidor.

Taxa de juros obviamente influencia duplamente a precificação das ações, quer seja pelo taxa de desconto do fluxo de caixa futuro, bem como pela sua influência sobre o próprio fluxo. Eu poderia concluir que o mercado de títulos antecipa mais rapidamente os movimentos do banco central em relação aos juros básicos do que o mercado de ações? Por essa minha teoria sim, poderíamos afirmar. Eu nem precisaria divagar tanto, pois as evidências empíricas são abundantes nesse sentido. Em geral, o mercado secundário dos treasuries antecipa os aumentos na taxa básica de juros (fed funds nos EUA e selic no nosso caso) muito antes do que o mercado de ações. Eu mesmo já assisti por diversas vezes esse filme.

A resposta à questão colocada inicialmente então é que o mercado de títulos é a cabeça e o de ações é o rabo (o rabo segue a cabeça, certo?). A correlação linear entre as médias mensais do Vix na CBOE, ou seja, da volatilidade média implícita das opções do SPX negociadas na CBOE, e o spread médio mensal de uma carteira de títulos HY que eu monitoro foi de, nada mais, nada menos, do que +90,7% entre outubro de 2001 e agosto de 2008, ou seja, uma amostra de 83 eventos que cobriu um bear market até 2002, um bull market até 2007 e novamente um bear até o mês de agosto do ano em curso.



Fonte: CBOE, KB

O gráfico mensal acima mostra na cor preta a evolução do Vix mensal médio com escala à esquerda e uma curva vermelha do spread médio de uma das carteiras de High Yield (HY ou junk bonds) que eu acompanho, construída a partir de uma regressão linear. O período abrangido se estende desde outubro de 2001 até agosto de 2008.

Há um pouco mais de 1 ano a volatilidade implícita atingiu quase 10% aa. Sabe o que é isso? É admitir que não existe a menor possibilidade de algo ruim acontecer no mercado de ações, pois 10% aa é o mínimo possível na prática. Basta você projetar num gráfico uma pequeníssima oscilação da cotação de um papel para que a volatilidade implícita pule de 0% para 5% a 10% aa.

Até o 1° semestre de 2007 quando o Vix atingia 10% aa era sinal para se ficar atento à proximidade de um topo intermediário no mercado de ações e quando atingia cerca de 15% aa a um fundo comprável. Porém, habits die hard e quem não sabia o que governava a volatilidade dançou feio.

Há poucos meses atrás eu vi o venerável Richard Russell (RR) traçar a média móvel de 200 dias, muito usada no mercado de ações, para se obter o suporte do Vix e daí tentar descobrir o seu piso. É mole?! Desde agosto de 2007 eu “sabia” que bastava o Vix atingir o nível de 20% aa para me antecipar a um topo (pico) no mercado de ações e que, portanto, um short se aproximava. Ah! O dado curioso nessa estória do RR é que a média móvel de 200 dias no dia em que ele escreveu a respeito desse tema passava exatamente no nível em que o meu modelo acima apontava. O RR foi muito mais esperto e achou um atalho mais rápido e bem mais simples!

Com os spreads HY voltando a subir fortemente nas últimas semanas, e caso não recuem após as recentes operações de socorro (bailout) do governo norte-americano, o piso para o Vix mudará de patamar. Novamente irá pegar muita gente no contrapé.

Se o spread HY governa o Vix, o que governa o spread HY? Como já estou devendo uma sugestão aos patos que compraram ações no topo, vou ficar devendo essa também, pois o assunto tomou muito mais tempo do que eu pensava. Vai ficar para outro dia.

Fundamentos X Price Action




Não tenho capacidade para analisar estas medidas tomadas para socorrerem as instituições serão duradouras mas o MF interpretou que sim e pronto. Não dá para discutir isto. O volume explodiu nos últimos dias então fundo intermediário foi feito. Dias ou semanas de alta ? Só vamos atrás sem tentar adivinhar. As LTB's principais estão colocadas. Vamos ver. Se forem rompidas


muda a contagem, sem stress.


Este dado do KB sobre a saída de pessoas físicas que não ocorreu é fundamental para provar que vem lama ainda.

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

uma loooonga impressão...

aproveitando a festa e o samba atual liguei para o Tio Ben
(vai ficar dificil, né?!... vou traduzir para a LÍNGUA PINDÔ):


Êle: "sim?"


eu: "Tio, preciso muiiiito conversar com o senhor, porque já
estão dizendo por aí que o FED e o Tezouro dos EUA, estão
tentando tapar o enorme buraco, com a peneira; e também
conclamando os D+ Bancos Centrais do Mundo para uma..."


Êle, me interrompendo: "agora não dá; estou Imprimindo!!!"


e desligou.


flap.

Mercado Superlativo

O volume financeiro normalizado das ações da carteira do SPX no 1° dia da semana em curso, um dia de baixa em que o índice rompeu sua mínima intradia registrada no ano, foi até então o 4° maior de sua história. Na terça-feira o volume foi o 2° maior, somente superado pelo recorde atingido em 23 de janeiro de 2008. Na quarta-feira o volume superou o antigo recorde histórico e que facilmente batido ontem, dia 18 de setembro, quando registrou um valor superlativo.

Os últimos 3 pregões criaram um caixote entre 1133 e 1214 pontos, sendo que o SPX fechou em torno de 1207 pontos, apenas 0,6% abaixo do seu teto. O trigger para a reversão das perdas ontem foi a notícia de que será criada uma instituição que absorverá os ativos dos bancos com problemas de liquidez a um preço justo, leia-se, por uma bela facada, porém melhor do que se poderia obter em um mercado em estado de pânico.

Buy change, ou seja, compre uma mudança de cenário quando houver um price action compatível com a importância do trigger, no caso a mitigação do risco sistêmico com a criação da instituição governamental. O volume recorde ontem foi bem distribuído entre os diversos setores da carteira do SPX, tendo subido 90% das ações da carteira. O dia somente não foi perfeito em termos de price action porque não rompeu os 1214 pontos, o teto do caixote, porém faltou apenas 0,6% para tanto. Caso supere o teto nessa sexta-feira, muitos players que se deixaram levar pelo pânico ou que shortaram o mercado ficarão em uma situação bastante desconfortável, com boas chances então de haver uma retro-alimentação do movimento via short covering.

A pc ratio equity-only da CBOE e a volatilidade implícita das opções do SPX, que chegou a registrar máxima intradia em 42,16% aa, ingressaram no status de panic mode. Recordes sucessivos de volumes, 2 importantes indicadores de sentimento revelando extremo pessimismo e um trigger, indicam que as chances de um oversold rally são bastante elevadas. Também vem me chamando a atenção o excelente desempenho relativo do setor de consumo discricionário. Há chances de uma reversão duradoura?

Apesar de importantes ingredientes para um fundo terem sido atendidos, faltaram outros tão importantes quanto. O setor de tecnologia permaneceu mostrando um desempenho inferior ao dos demais, o setor staples (defensivo) é o que tem apresentado entre todos o melhor desempenho relativo, a pc ratio equity-only da ISE, que expurga do seu cálculo as corretoras e os market makers, revelou apenas traços de pessimismo, o recuo no spread HY ontem foi pequeno e a rentabilidade de um fundo HY que monitoro registrou nova mínima no ano. Além disso, em um bear market fundos feitos com volumes recordes costumam ser visitados no futuro.

Há boas chances do rali ter uma duração suficiente para deixar ansiosos alguns investidores temerosos de terem perdido a oportunidade do ano, mas do ponto de vista técnico faltaram ingredientes para uma aposta agressiva numa posição comprada. Daí concluir que deve-se shortar na força, nem pensar. O short, sendo uma operação bem mais difícil de ser implementada, convém ser feita somente quando o goleiro estiver batido e o gol escancarado.

Do lado dos fundamentos, o quadro permanece terrível. O Múltiplo continua elevado, sem a chancela dos modelos, e dos 9 indicadores antecedentes do lucro, apenas um indica possibilidades de recuperação. Não custa lembrar que o setor de tecnologia, além de apresentar o maior peso na carteira é um dos mais sensíveis ao ciclo econômico e, portanto, o seu péssimo desempenho relativo também se alinha à avaliação dos fundamentos.

No caso do Bovespa, o quadro técnico é bem semelhante, com os volumes nos últimos dias rivalizando com os recordes históricos, mas sem superá-los, havendo portanto boas chances de um relief rally. Do lado dos fundamentos, o agravante em nosso mercado é que a recessão ou uma forte desaceleração nos lucros mal começou, enquanto que no SPX o ciclo recessivo já se encontra em fase bem adiantada.

Para piorar muito o quadro, apesar das enormes perdas sofridas as pessoas físicas se recusam a desovar as suas gigantescas posições assumidas nos últimos meses na Bovespa. As pessoas físicas podem entrar diretamente no mercado, quase sempre na compra, através de um trading direto na bolsa ou via fundos, e indiretamente através de um fundo multimercado e nesse caso a decisão é de responsabilidade do gestor.

Por alguma razão, as operações das pessoas físicas via trading na bolsa são muito mais informativas do que as operações através dos fundos, talvez devido ao perfil do especulador. A figura abaixo mostra o fluxo líquido acumulado e normalizado das operações via trading realizadas pelas pessoas físicas desde o início de abril desse ano.


Fonte: Bovespa, KB

Durante todo o bull market, que começou em 2002, as pessoas físicas foram vendedoras líquidas no trading, tendo mudado essa estratégia somente a partir do mês de novembro de 2007, quando passaram a operar na ponta de compra, exceto no mês de abril quando retornaram à ponta de venda, justamente à véspera do investment grade.

Como a figura acima mostra exclusivamente o fluxo acumulado a partir do início de abril, somente a partir do dia 19 de maio é que as pessoas físicas retornaram à ponta compradora, quadro mostrado pela inflexão para cima da curva vermelha no gráfico acima. Caso o gráfico cobrisse a evolução do fluxo desde novembro do ano passado, o fluxo acumulado estaria em território positivo, não obstante as vendas em abril. Quando foi que o índice Bovespa registrou o seu pico histórico? Resposta, justamente quando os retail investors retornaram às compras.

Retornaram com uma voracidade ímpar. Via trading direto na bolsa foram U$ 2,8 bilhões e através das aplicações nos fundos U$ 1,4 bilhão, totalizando U$ 4,2 bilhões no mês de junho. Nos 12 meses findos em agosto as pessoas físicas injetaram na bolsa via trading e via fundos (sem considerar os multimercados), ou seja, por uma decisão própria, cerca de U$ 12 bilhões, uma soma considerável para o tamanho do nosso mercado.

E o pior da história está por vir. O gráfico acima mostra que esses investidores não retiraram um tostão sequer do mercado desde então, apesar das enormes perdas sofridas. Tão ou mais importante do que o volume aplicado no mercado por essa categoria de investidor é o fato das pessoas físicas serem a caixa de ressonância dos formadores de opinião. Sob esse enfoque, não há sinalização pior do que essa.

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

09/17: The Day Markets Went Nuts

Difícil imaginar qual o recado recebido pelos players ontem. A julgar pelo maior spyke na história do GLD (ETF do Ouro), negociado na NYSE, parece-me que por umas horas o mercado achou que o FED iria à bancarrota. Short-term Notes viram seu yield desaparecer fazendo a yield curve parecer a Muralha da China. O spyke em gold não teve respaldo nas commodities. Enfim, como diz o velho deitado: "A day does not make a trend". Pior, ainda diria...a day does not make any sense. Hoje houve um fakeout acima da forte resistência na região de 85. Fechamentos acima dela permitiriam aos bulls retomar as rédeas da situação. A ver.

Mares Nunca Navegados

Eu tenho o hábito de navegar pela blogosfera voltada ao mercado financeiro. Na seção de comentários desses blogs os bulls e os bears se hostilizam bastante, tornando impossível a convivência entre ambos. No começo da existência de um blog há uma luta renhida entre as duas facções, sendo que a vencedora é sempre aquela alinhada à linha adotada pelos autores do blog.

Eu nunca fui fã de Alan Greenspan, pelo contrário. Embora totalmente inofensivo, eu sempre fui seu crítico feroz, e sempre atribui a ele uma parcela significativa de culpa pelo embroglio em que nos encontramos. Nos blogs norte-americanos, onde prevalecem os bears, há bastante tempo eu venho observando um rancor crescente contra os banqueiros e contra as autoridades que deveriam regulamentar as suas atividades, o Fed no caso dos bancos e a Sec no caso dos broker dealers, bem como contra o Tesouro, que acaba se confundindo com o governo.

Não sem razão, pois a crença da autoridade monetária sobre a capacidade do mercado se auto-regular em um ambiente em que a própria autoridade, com sua política monetária assimétrica, sempre estimulou desatinos sem punições financeiras (moral hazard), se provou incorreta e ingênua. Minha tese vai além, e arrisco a afirmar que a banca cooptou as autoridades monetárias, sob o nariz do Average Joe (o americano comum), iludido que estava com os crescentes preços do mercado imobiliário.

Tenho observado um certo regozijo entre os bears nos EUA sempre que uma instituição financeira vai à lona. Me parece que o Average Joe não se deu conta de que atingimos um ponto em que ele poderá vir a ser o mais prejudicado nessa história. Os banqueiros sairão dessa com os seus bolsos não tão cheios quanto antes, mas ainda assim serão bem mais cheios do que o meu e o seu.

Atingimos um perigoso ponto em que os smart players não têm mais a mesma confiança no sistema financeiro. Um sistema financeiro combalido pode ter conseqüências épicas para o lado real da economia. Os níveis dos CDS (credit default swap) de 5 anos, que é o preço que se paga pelo seguro de crédito contra eventual falência do emissor do título, atingiram ontem, dia 17, níveis que tornam inviáveis as existências de vacas sagradas. A fuga dos bancos atingiu o ponto em que uma T Bill de 3 meses ontem remunerava 0% aa.

Ou o Average Joe se convence de que serão necessários novos socorros às instituições combalidas, claro que em condições punitivas, ou correremos o risco de assistir a movimentos tectônicos. Para piorar o quadro nos EUA o atual presidente é politicamente fraco e o seu mandato está se esgotando. Há o risco do Congresso norte-americano não apoiar ou demorar a apoiar medidas antipáticas de socorros adicionais ao sistema financeiro.

Não li nenhum comentário mais abrangente que chamasse a atenção sobre as implicações do corte nos juros básicos pelo banco central chinês há 2 dias atrás, se eu não me engano. Nenhum banco central corta os juros quando o quadro é róseo. Quando foi que o Fed começou a cortar os juros? Pois bem, o governo chinês piscou (lá tudo se confunde com o partidão). Já comentei nesse espaço que um terço da economia chinesa é voltada às exportações.

Até há pouco tempo Pindorama surfava as ondas das commodities provocadas em boa parte pela voracidade chinesa. A crise externa até o momento atingiu em nosso país somente quem imprudentemente seguiu os conselhos dos pastores dos buy-and-hold (ou hope?). O câmbio somente agora começa a incomodar as autoridades e a crise nem de longe preocupa o comando político do governo de nosso país, embriagado que está com os altos níveis de aprovação e com uma taxa de crescimento do Pib que é coisa do passado.

Através desse blog eu ocupo uma infinitésima fração do espaço cibernético para discutir sobre o mercado financeiro, particularmente o de ações. O meu objetivo é tentar vislumbrar a direção que os preços das ações irão tomar, particularmente as do mercado em Pindorama.

No entanto, me parece mais sensato, nesse momento, nos preocupar com a nossa sobrevivência, pois a crise poderá bater na minha e na sua porta, mesmo não estando posicionado no mercado, pois as ramificações no lado real serão globais na falta de medidas urgentes.

Ping Pong entre o Samuel e o KB

Extraída da seção de comentários

Samuel

KB, de que maneira esses socorros punitivos se dariam nas instituições combalidas? E como eles seriam feitos?

Nos bastidores, se ensaia um resgate estilo S&L, com o governo abrindo uma agência para comprar TODOS os títulos que estiverem podres. Acho que esse deverá ser o próximo passo.

O problema é que a S&L foi resolvida com duas centenas de bilhões, a atual é de um tamanho inimaginável. E não está isolada nos bancos, vide recente compra da AIG pelo FED, e lobby semelhante por parte da Ford e GM. Aliás, as grandes empreas, praticamente todas as majors, ampliaram de modo absurdo os seus braços financials, estava mais lucrativo financiar do que fabricar.

E com 500 trilhões em derivativos no sistema, acho difícil que haja uma saída que não provoque movimento tectônicos, seja ela envolvendo resgate público ou não.

KB

Os banqueiros irão se safar dessa com muito dinheiro ainda no bolso. Um ou outro se tornará um bode espiatório para satisfazer o cidadão comum.

As condições punitivas estão sendo aplicadas somente aos acionistas. Até onde eu sei somente os credores da Lehman Brothers se lascaram, os demais receberam em dia.

Samuel

Que os banqueiros vão sair ilesos (mais uma vez) eu não tenho a menor dúvida.

Aliás, vão sair até mais fortalecidos, visto que vão deixar as perdas com o contribuinte, enquanto aproveitam para consolidar ainda mais as próprias posses. É só analisar o caso do FED, que comprou a AIG com dólares que ele mesmo imprime.

Só não entendi bem como a idéia de socorrer as instituições combalidas possa ser feito nesse momento, sem implicações severas no déficit americano e no dólar.

Irão precisar de captações ou de monetizações monstruosas para retirar toda a podridão do sistema. De um jeito ou de outro, não vejo como não virar um MEGAPLUFT.

KB

Na crise de Hong Kong o governo daquele país comprou um terço da bolsa no pânico durante a crise asiática na década de 90. E vendeu com um baita lucro anos mais tarde. Compra em pânico tem elevadas chances de dar certo se for o governo (strong hand) o comprador e se a crise não for doméstica.

No caso do Tesouro americano eu já não tenho tanta certeza se o contribuinte terá de volta parte da grana que ele irá bancar, pois o epicentro da crise se encontra lá. Crise bancária nunca custou menos do que 8% do Pib que, no caso dos EUA, significaria U$ 1,1 trilhão. Para mim esse é o número por baixo. Me lembro que em um país da Ásia a conta chegou a 25% do Pib, mas se me lembro bem foi a conta mais pesado na história.

Isso é déficit fiscal cuja conseqüência será o aumento da dívida federal se não houver aumento dos impostos, e nesse caso restaria a saída do financiamento via colocações de títulos (conseqüência seria o aumento nos juros), sendo o mais provável uma combinação dessas 2 possibilidades. Há o risco dos EUA perderem um Azinho do AAA de seu rating, o que seria um baque para aquele país, para o Dólar e para os mercados globais, mas penso que a queda no rating do Tesouro americano somente iria acontecer se a conta superasse os 15%, pois o endividamento federal dos EUA suporta os 8% sem perda do rating.

Vi esses números recentemente e li algo a respeito, somente não irei citar os números, pois a memória irá falhar e eles não serão exatos.

De qualquer modo, o sistema financeiro não será mais o mesmo. Haverá um backlash político e engessarão o sistema financeiro, com o risco do pêndulo pender para o lado oposto. Regulamentação em excesso é ruim para a economia, mas eles aprenderam (nós já sabíamos) que sem nenhuma é até pior.

As conseqüências sobre o mundo real das economias globais estão ainda para acontecer, mesmo que realmente seja orquestrado o socorro generalizado por parte do governo. A queda no multiplicador bancário fará o estrago.

Eu cunhei uma expressão: tenha opinião, mas duvide dela. É o meu caso. Essa é a minha avaliação, mas não dou um tostão por ela.

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

é... e não são aviões de carreira...

Algo nada saudavel e meio barulhento nos ceus de WS, consequência talvez do início abrupto (ia dizer inesperado, mas achei que ia soar falso) das Estatizações Brancas, pedras cantadas, no MF, por ora apenas no gringo; com dois fura-fila da UTI recém montada para atender os dois outros pilares de barro da epidemia hipotecária, a nivel curativo-virótico-emergencial (já que a época das prevenções foi mais um elo perdido... pois é, KD Sir Alan?...), nesta saga tão repetitiva nos movimentos históricos cíclicos, tanto ali da Matriz, quanto em todo o Mercado Financeiro Internacional.

Rezemos a que a virose, com jeitinho de epidêmica, não afete o nosso já "blindado", mesmo que a barras de Manteiga, varonil e descolado mercado bursatil, no particular; e financeiro no geral; e a que continuem azuis anil os céus tupiniquins de Pindorama.

Boa Sorte e canjinha para todos, menos para o Fact que, espada lendária roubada a tiracolo, repousa sereno e tranquilo; FC no cofrinho.

Confessionário Out 17

O volume financeiro girado nas bolsas nesse dia 16 da carteira do SPX foi o 2° maior da história de Wall Street (volume financeiro normalizado), somente superado pelo assinalado em 23 de janeiro desse ano, dia em que foi registrado um DCA. A volatilidade implícita está na casa dos 30% aa e a pc ratio equiy-only da CBOE já revela pessimismo, embora não tenha atingido um extremo. Para um contrarian esse conjunto de dados pende mais para o lado bullish. O dado negativo é que a ISE ainda mostra muita fleuma entre os traders de opções.

O socorro do Tesouro à AIG é mais um pequeno golpe no bear market, pois transfere um ativo dos weak hands para um strong hand. Moral hazard? Sim, porém o mal já foi feito por Easy All (Mr. Alan Greenspan) e agora resta somente remediar. O mercado pode dar continuidade ao rali iniciado hoje? Pode em vista do volume e dos traços de pessimismo. Melhor se tivesse sido um DCA como em 23 de janeiro. Seria esse rali sustentável?

Sendo engenheiro eu não tenho uma opinião sem ter um número ao meu lado e minhas metáforas são tomadas emprestadas da matemática. Eu sempre digo que o futuro é uma equação que contém milhões de variáveis, impossível de ser solucionada. E para piorar as coisas, o observador da cena real altera o seu resultado. Me resta então recorrer a indicadores objetivos, embora falíveis, eles me evitam cair na armadilha do wishful thinking.

Os spreads dos títulos bancários em relação aos Treasuries estão batendo mais recordes do que a última olimpíada e atingiram um patamar tão elevado que o preço do produto básico desse setor, o crédito, tornou-se muito caro. Preço mais alto significa menos crédito e, conseqüentemente, menos consumo e investimentos. Para uma economia que depende 70% da voracidade consumista é um grande problema.

Do lado das empresas não financeiras a deterioração do quadro voltou a se acentuar. O spread médio Aaa, referente à nata das empresas norte-americanas, está visitando o pico registrado em março desse ano. Isso quer dizer, lucros menores e, consequentemente, menos emprego e investimentos. Duvida?


Fonte: Federal Reserve, KB – gráfico 1

O gráfico trimestral acima mostra 2 curvas com elevada correlação e tem início no 1° trimestre de 1995. A vermelha é o gradiente do spread Aaa plotado de maneira invertida, pois a sua correlação com os lucros é negativa. A curva vermelha se estende até o 3° trimestre de 2008 em curso (a média desse spread no trimestre em curso será pouco alterada).

A curva preta, até o trimestre passado, representa a evolução da taxa anual de crescimento dos lucros da carteira do SPX nos últimos 12 meses, e a partir do 3° trimestre de 2008 até o último trimestre de 2009 mostra as estimativas médias dos analistas referentes às taxas anuais de crescimento dos lucros da carteira.

Enquanto o spread Aaa não ceder eu manterei uma postura cautelosa em relação aos mercados acionários, pois caso contrário a curva vermelha no gráfico 1 (a taxa de lucros projetada pelo spread Aaa) não irá chancelar as estimativas dos analistas, sendo que eles poderão ser forçados mais uma vez a rebaixar suas projeções. Até 1 mês atrás as estimativas de lucros eram bem mais otimistas do que as mostradas no gráfico acima. O ritmo das revisões para baixo está aumentando e há o risco de aumentar em vista do estresse financeiro que estamos assistindo.

Um bom leading indicator (que foi menosprezado mais uma vez pelos economistas no ano passado como também foi em 2000) em posição construtiva (desde fevereiro) é o spread da yield curve, porém o seu lead time é muito longo, em média entre 15 a 18 meses, e há o risco desse prazo ser mais dilatado devido ao estrago no multiplicador bancário, a principal engrenagem financeira de uma economia.

Outro leading indicator, menos longo (lead time de 2 trimestres), é o CEO Confidence que está em hard landing. Por outro lado, sendo 30% dos lucros da carteira do SPX gerados fora dos EUA como ficarão com o Dólar em alta? Para quem não sabe, existe uma notável correlação negativa entre o Dólar frente às principais moedas e os lucros da carteira do SPX.

Se o ROE da carteira do SPX, mesmo estando abaixo de sua média histórica, não apresenta uma perspectiva sólida de melhora, como apostar em um rali sustentável no SPX? Para piorar, o Múltiplo dessa carteira está, acredite se quiser, em 20,1 vezes! O meu modelo aponta para um fair value do Múltiplo em 16,4 vezes e o do Bear Stearns em 13,9 vezes. É muita diferença, embora friso que os modelos teóricos de Múltiplos apresentam uma razoável dispersão.

Se os 2 termos da equação P = M x L, sendo “M” o Múltiplo e “L” os lucros nos próximos 12 meses, estão acima do seu fair value segundo o meu julgamento, somente me resta ser rigoroso na avaliação da hipótese de um fundo comprável.


Fonte KB – gráfico 2

O gráfico diário acima mostra na parte superior a evolução do spread de uma das carteiras HY que eu acompanho, e a curva vermelha a rentabilidade (não o spread) do fundo HY Alfa que comentei ontem. Nenhum deles mostra uma divergência positiva, sendo que hoje ambos registraram extremos. Isso não é um bom sinal. Last but not least, defender a hipótese de um rali sustentável sem que o setor de tecnologia esteja mostrando um desempenho superior aos dos demais setores é no mínimo temerário. Também não custa lembrar que em bull markets fundos feitos com volumes excepcionais significam capitulação e final da correção, mas em bear markets eles tendem a ser visitados novamente, com o risco de serem rompidos.

Essa conversa não serve para quem tem talento em operar no horizonte de poucas horas ou dias, que raramente é o meu horizonte. É um papo sobre o médio prazo. Montar uma posição comprada para um horizonte tão curto, em um feroz bear market e com poucas evidências de solidez desse ensaio de rali que pode ter começado nesse dia 16 de setembro, não é para o meu taco. Eu prefiro passar vergonha do que enfrentar uma tragédia financeira.

Em relação ao nosso mercado, eu nem coço o meu bolso com vontade de comprar com as cotações das commoditeis em cliff diving, Dólar e risco-Brasil em alta, ROE médio da carteira do Bovespa mais próximo do all-time high do que de sua média histórica e, sendo um contrarian, não tendo visto os retail investors partirem em debandada. Sendo esses investidores pessoas físicas a caixa de ressonância dos formadores de opinião, ao vê-los mantendo suas compras, deduzo que os seus tutores estão ainda muito fleumáticos para o meu gosto.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Bears Showed Up in The 10-yr Treasuries

É importante para os bulls em Wall St. que os yields se mantenham acima de 3,30% a.a. A acomodação de ganhos nos Treasuries de 10 anos abaixo desse nível refletiria grande defensivismo dos players do mercado.

calafrio na espinha

Não sei se de tanto falar, nestes últimos anos, sôbre a tal, agora já não hipotética, Bôlha das Hipotecas das Casas no MF dos States;


ao ver algo, talvez um pouco parecido, por aqui,


sinto um certo arrepio.


só impressão?

Spreads HY e o SPX

A quantidade de informações que se consegue extrair do mercado de títulos é imensa e o melhor, muitas vezes esse mercado antecipa a bolsa, ou seja, pode ser um leading indicator do mercado de ações. Quer dizer que encontrei o holy grail? Não, pois nem sempre é leading, porém raramente é um lag indicator. Além disso, a informação pode conter um viés, sendo necessário a confirmação de sua sinalização por outros indicadores do próprio mercado de títulos. Quando o movimento do leading indicador diverge negativamente da bolsa, sendo chancelado por alguma outra sinalização da própria bolsa, como seletividade do movimento, ou do próprio mercado de títulos, aposte nele.

Qual a razão pela qual muitas vezes o mercado de títulos antecipa os movimentos da bolsa nos importantes pontos de inflexão? Eu nunca li nenhuma teoria a respeito, mas tenho a minha. Em poucas palavras, o pato no mercado de títulos é mais sofisticado do que os da bolsa, onde até o padeiro se acha um guru em um bull market.

High Yield ou junk bonds são títulos de crédito cujo rating se situa abaixo do investment grade. A tabela abaixo mostra os códigos utilizados pelas 3 principais agências na classificação do risco de crédito, sendo que a linha horizontal representa a fronteira entre os títulos com grau de investimento e os junk bonds. Dessa forma, títulos com classificação igual ou abaixo de BB+ pela S&P e Fitch ou Ba1 pela Moody´s são tidos como junk bonds.

~
Fonte: agências de rating - figura 1

Observe o gráfico mensal abaixo, onde a curva vermelha é a variação do spread HY em pontos de uma das carteiras de títulos que eu acompanho e a preta a oscilação do SPX em percentual. A correlação desde 2002 até o presente foi negativa em -74,2%, bem expressiva. Ou seja, se o spread HY aumenta a bolsa cai e vice-versa.


Por qual motivo eu escolhi os HY ao invés de la creme de la creme, os títulos Aaa? Porque eu quero saber como anda o elo mais fraco dessa cadeia e, portanto, o mais sensível e o que responde mais cedo à melhora ou piora do quadro financeiro das empresas.


fonte: KB – figura 2

Há vários benchmarkets de spreads HY´s e eu uso vários deles. Por que motivo eu uso vários barômetros de HY? A razão consiste na possibilidade de um deles apresentar um viés em um determinado momento e sua sinalização ser “suja”. Para evitar esse tipo de erro, eu monitoro várias carteiras e somente faço a minha aposta quando a grande maioria aponta no mesmo sentido.

Entre os diversos indicadores HY que eu monitoro existe um fundo cuja carteira é recheada de títulos HY. Vamos chamá-lo de fundo Alfa. O desempenho desse fundo Alfa tem apresentado uma correlação, no caso positiva, bem superior ao da carteira mostrada na figura 2, superior a +80% desde o final da década de 90. A correlação é positiva, diferente do spread de uma carteira, porque se as coisas vão bem no mercado de títulos o spread cai, a carteira do fundo Alfa melhora, assim como a bolsa sobe.

O gráfico diário abaixo mostra o SPX na cor preta, em barras, e a cor vermelha mostra a rentabilidade diária da cota (não o spread) desse fundo. Esse gráfico cobre o período entre o novembro de 2006 e meados de julho de 2007, véspera de um mini-debacle na bolsa.


fonte: KB – figura 3

Observe que na primeira sacudida do mercado no final de fevereiro e início de março de 2007 (bem no canto esquerdo do gráfico) a rentabilidade do fundo mal piscou durante a correção do SPX, sinal de que o mercado de títulos não havia acusado o golpe. Outros indicadores do SPX, como o R H-L semanal estava em quase 85% no começo de 2007 e sem divergência negativa, outro sinal de que o mercado era muito forte. Nunca na história de um mercado que eu acompanho reverteu sua tendência de alta com o R H-L semanal acima de 80%, embora esse nível indique uma condição overbought, havendo o risco de uma correção desagradável, mas nunca um turning point.

Chegamos em junho de 2007, a euforia na bolsa correndo solta, porém a rentabilidade do fundo Alfa começou a despencar, mesmo nas tentativas de reação do SPX. O resto foi história. O selloff na rentabilidade do fundo foi visível demais para passar desapercebido e os spreads de outas carteiras HY também apresentaram sinalizações semelhantes, embora não tão contundentes. Não bastasse isso, vários indicadores técnicos revelavam deterioração do movimento de alta do SPX, inclusive o R H-L diário.

O exemplo acima é mais um entre vários de como extrair informações disponíveis no mercado, de graça, ao invés de beber em fontes poluídas.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Contagem


Parece que a contagem do post do dia 09/09 estava correta merecendo acompanhamento.

Qual banco lá fora ainda tem para quebrar? CITI, Waschovia, qual mais ? hehehehe

pra tudo se acabar na sexta feira... outra reprise.

Em coment, ou Post, do final da semana passada, aqui ou no Blog do Fact, disse sôbre uma reprise de um certo comportamento eventual vicioso do market, em épocas pós vencimentos de CP e pré tsunâmicas de LAPDV; e, curiosamente - e é claro, apenas coincidentemente - repete-se, hoje, como no último vencimento, a já síndrômica segunda-feira after, após 3 alegres e festivos dias up de final de semana, onde, no final desta sexta-feira, a exemplo da outra, quem estava chorando e amargando perdas, se não se acautelou, perdeu oportunidade excelente para cair fora.

E um Banco quebrou?

"Ainda bem que não foi meu dominó"... teria dito inocentemente alguma criança.

Duas pedras cantadas?... nada disso: não creio na repetibilidade clônica de ações do passado e tão sòmente acompanho panorâmicamente, a nivel laboratorial permanente, como estudo e observação, o MFI e o MF tupiniquim; olhando os quadros presentes e de CP, course; mas, também o passado, o mais longe possivel, retrospectivamente, em charts históricos que a mim apenas servem como instrumentos de reflexão para tentar um aprimoramento de feeling; eis que não creio em previsões e muito menos quando de irresponsaveis bolas de cristal; mas, creio, òbviamente, na possibilidade de se afiar a sensibilidade, coisa absolutamente humana chamada pressentimento... ora, quem nunca sentiu, um pequeno ardor na face, em algum momento da infância, quando antevendo algum tipo promissor de olhar diferente de uma pequenina donzela bela; ou... on the other hand, criança ou adulto, ao pressentir iminente possivel perigo, o famoso FRIO NA ESPINHA???

Sei que escrever isto depois de um dia negro fica muito, muiiito facil; entretanto, a quem leu o que escrevi hoje de manhã, se pacientemente reler aquilo ali, no referente aos Bancos, poderá parecer apenas positivamente instigante, sugerindo pelo menos o pensar, a respeito do real significado e consequências lógicas do que está acontecendo no MFI - e por gravidade (e de forma eventualmente até gravíssima, apesar das tais arrogantes 'blindagens') poderá acontecer em mercadinhos inexpressivos como o nosso, mesmo como simples vítima dominó, no grandioso cenário macro-econômico e financeiro mundial. Vamos então nos acautelar, repito, apesar das tais blindagens.

E a propósito da virótica Bôlha das Casas gringas, vou apensar aqui, para registro, um dramático relato feito por uma certa Dra. Mara Lúcia, Psicóloga Brasileira, casada com um Cientista-Geólogo Turco, radicada ela a cêrca de 10 anos nos EUA para especializações acadêmicas em sua área; contando do atual panorama físico das casas e do sentimental de seus mutuários; falando, subjetivamente e com emoção mal disfarçada, do lado também humano de famílias revoltadas e desesperadas, do que há de triste e sombrio atraz dos frios números que a gente vê por aí:

"Sobre a bolha e a realidade do housing market. Pessoas acreditavam que os Bancos, depois de todo esse bafafá, iriam aprender e comecar a agir mais sèriamente quando offering a loan; sendo mais sérios e requerendo mais documentações dos solicitadores. Até agora continua facil para conseguir o empréstimo. Não pedem cópias para provar a renda anual e current investiments. É por isso que a corda esta sempre sendo roida, pois êles nao aprendem nem com o erro dos outros.
Além disso, sobre as casas abandonadas ou casas, acresce que os donos não mais pagam a dívida mensal para os bancos (morgage). Os lenders (Bancos), tão ocupados com tudo mais, nao têm 'tempo' para acompanhar e fechar (bankrupt) as casas que não estão sendo pagas. O resultado é que casas ficam sendo ocupadas pelas famílias que devem aos Bancos, agora por mais de um ano; e quando os Bancos reportam bankrupt dessas casas e tomam a propriedade das mesmas, está tudo destruido, às vêzes até paredes são retiradas das tais casas, e a condição das propriedades é simplesment terrivel."

Não dá para pensar?

BOA SORTE A TODOS... E MUITA CANJINHA.

não querem deixar a baleia parir... a tsú.

Qual será a real eficácia das mais recente$ e das anteriore$ INJEÇÕE$$$ de ânimo que o FED e o TEZOURO da terra de Tio Sam, vêm dando ao SF lá dêles, em particular ao envermelhado segmento financiador e repassador das hipotecas residenciais, na UTI já a algum tempo e vizinho de cama de alguns Bancos e Financeiras com parentesco mais próximo, com outros agentes do Sistema, também hospitalizados pela mesma contaminação, pela mesma Bôlha virótica, todos esperando vaga?

Isto eu não sei responder, apesar de continuar pensando que se Sir Alan Greenspan tivesse colocado o dedinho dêle no primeiro sinal de furo da Bôlha das Casas, talvez o quadro hoje fosse outro, mesmo que com retoques tais quais; pois, é lugar comum, a nivel universal, no meio assistencial de saúde, dizer-se ser bem mais conveniente o tratamento preventivo que o curativo.

Prova disso, se uma lenda puder servir de comprovação de algo, é a estória do garotinho Holandez que enfiou o dedinho num furinho insipiente do grande dique que separa o seu país de Terras Baixas, a Holanda, do mar, acima dêle... e assim tendo prevenido o menino, dedo no buraco, até chegar um remendo mais forte, o estôuro daquela bôlha, digo, daquela reprêsa, foi evitado e êle virou heroi.

Alan, aquela raposa genial, não quiz ser heroi?

Também para isto não tenho resposta, mas, a mim me parece mais que êle, ao ver o tamanho da coisa que mais parecia uma baleia grávida que uma simples reprise de outras bôlhas das tais ganâncias incomensuraveis; ao sentir a impossibilidade de evitar o inexoravel estouro, digo, o rompimeto da tal placenta, preferiu passar o caso para o doutor Bernanke e seus colegas do atual Hospital.

Assim, assistimos hoje, o FED e o TEZOURO, a quatro mãos, vinte dedos; tentando tapar os buracos, muitos mais, da reprêsa; ou, figurativamente, se me permitem a anologia que espero instigar a todos a também pensar: tentando evitar o parto da baleia, esta bôlha tsunâmica, a qual, se estourasse de vez, apezar do estrago enorme e dores muitas, talvez desse, ao final, um filhote saudavel; como saudaveis sempre, as lições de vida; tanto quanto maiores, mais dolorosas.

Entretanto, todos que assistimos filmes parecidos no passado, sabemos que a terapia curativa intensiva vai continuar, à espera de um milagre; e, creiamos ou não, tanto nisto quanto em bruxas, rezemos todos e já nos acautelando - botes, remos e salva-vidas à mão - preparemo-nos para melhores dias que sempre virão, como costuma acontecer, após o final dos desastres de tôda inundação; eis que finalmente saiu o esperado balão (foi nesta última Veja, Fact)... que o Brasil está "BLINDADO".

Êste Post, também, mesmo que a alguns possa talvez parecer inverossimel; retoques aqui e ali; é roteiro de um filme antigo, retocados apenas pequenos pontos do script original, de mensagem postada e muitas vêzes reprisada, como agora, a muito tempo em outras praias de bate-papos bursateis; sinal de que a tal bolhona já estava a vista e faz é tempo óh.

BOA SORTE A TODOS e canjinha de galinha otimística - mística não, realista sim, pés no chão, os quatro - aos mais ajuizados e pacientes que não queiram, à exemplo de alguns às vêzes incautos mas sempre ávidos certos sardas e até incertos banqueiros idem; serem, também, eventuais pacientes de UTI.

domingo, 14 de setembro de 2008

Outro caixote - BBDC3


As vezes funcionam

O price action dos dias seguintes à mensagem " candles de inversão" evidenciaram que os mesmos ainda funcionam. Um dado importante, talvez da maior importância, foi o volume neste low de curto prazo, item lembrado pelo KB em mensagem dias atrás. Entrou muito volume em PETR4 e Vale5 em uma área de sobrevenda em chart semanal. Teríamos feito o fundo este ano? Creio que não mas o sinal dado pelo volume alerta para ficarmos atentos às compras em outubro/novembro se new low for feito no BOV.
Para quem gosta de curto prazo(Bob, Smarca) os pontos de entrada em Vale, petro, BVMF e JBSS3 foram bons. Vamos ver.

ROE das Empresas Européias

by KB

Em “Há Ocasiões em que o Longo Prazo se Torna Muito Longo” de 09 de setembro, mostrei que o ROE global era cerca de 16% e que aparentemente poderia ter terminado o ciclo de alta da rentabilidade média das empresas ao redor do mundo. No entanto, a média esconde realidades bem diferentes entre os países.

Em “ROE Governa o SPX” de 14 de setembro, o gráfico que compara a evolução do ROE da carteira do SPX com a oscilação do índice não mostra em sua escala o nível em que atualmente se encontra a rentabilidade média (ponderada) das empresas americanas que participam do índice. No entanto, o gráfico revela que o ROE do SPX se encontra mais perto de um piso do que do seu pico histórico. É um quadro bem diferente do apresentado pelo ROE global que, aparentemente, somente agora pode ter atingido um pico.


Fonte: Goldman Sachs

Recente relatório do Goldman Sachs compara o ROE das empresas da carteira do SPX com as européias que participam do índice DJ Stoxx600(curva azul mais clara no gráfico acima). O ROE das empresas americanas se situa em torno de 12%, tendo atingido algo em torno de 16% no pico mais recente e 6% na recessão no início da década, e o das empresas européias atualmente se situa em um pico histórico, em torno de 16%.

O ROE da carteira do Bovespa pode servir como uma amostragem dos países emergentes e atualmente, ponderado pela participação de cada papel no índice, se situa um pouco acima de 16%, sendo que em seu melhor momento, no ano passado, estava acima do patamar de 18%.

O ponto é que, estando o ROE global em um pico histórico e o ROE das empresas americanas bem abaixo de sua máxima histórica, e considerando que o valor de mercado do mercado acionário americano representa um pouco mais de 30% da capitalização mundial, conclui-se que na Europa e nos países emergentes o potencial de downside do ROE é muito maior do que nos EUA.

A ressalva que eu faria nessa afirmação é que o setor financeiro nos EUA pode estar distorcendo muito a média americana, jogando-a para baixo devido aos fortes prejuízos com os sucessivos writedowns e que, portanto, o potencial de downside do ROE das empresas não financeiras norte-americanas seja tão expressivo quanto das demais empresas pelo mundo a fora.

Infelizmente eu não tenho dados para avaliar o ROE das empresas americanas não financeiras, mas como o setor financeiro pesa menos de 20% no SPX e o próprio Goldman Sachs não fez essa ressalva, é possível mesmo que o potencial de downside do ROE das empresas do SPX seja menor do que das empresas nos demais países. Conseqüentemente há o risco de que o ajuste para baixo nos mercados acionários, no atual estágio, seja mais acentuado nos países emergentes e europeus do que no SPX.

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

para não se dizer que não falei de flores...

Ontem, ao dizer do perigo de se acreditar em bolas de cristal, e em indicações de mão beijada de quem induz mas não FAZ; disse, a respeito de Cursos, que há exceções, as quais apenas confirmam a regra geral.

E já que falei em exceções, vou identificar uma, não como indicação, mas apenas por reconhecimento ao valor e seriedade de um velho e muito querido amigo: a TCX Trading Consult é praia que respeito e seu criador é um certo pássaro (talvez daí a afinidade) chamado Parddal (barulhento, of course... vejam só o nome), muito sério.

Confessionário

Vou ter que medir as palavras para não me comprometer muito, já me comprometendo. O papo que correu ontem no mercado foi o uso da Petrobrás como instrumento político-financeiro pelo partidão. Parece que a coisa começou com um pasquim diário de baixa qualidade, mas que todo mundo assina. Nas rodas até o nome do operador veio à baila, mas isso não constou da publicação, senão seria uma “perdas e danos” pela proa fácil, fácil. Depois alguns investidores se queixam que a empresa é mal precificada, e não sem motivo.

Todos os sinais bullish do price action nos últimos 3 meses serviram de arapuca para quem comprou. No entanto, em vista da condição hiper oversold, talvez o mais recente funcione. Os adeptos da AT classificam os suportes e resistências pela ação dos preços. Eu acrescento os volumes, ou seja, suportes e resistências se situam nas regiões de elevado volume, salvo quando a congestão dos preços se estende por muito tempo. Nesse caso, mesmo quando o volume é fraco durante o sideways, é como se houvesse uma intensa troca de posições que ficou diluída em um intervalo mais longo.

Os volumes nos últimos 2 pregões na Bovespa aumentaram substancialmente, particularmente o registrado em 10 de setembro que foi o 2° maior volume do movimento de baixa. Não deixa de ser um sinal de purgação, o que é positivo para o mercado, porém seria melhor se esses 2 dias tivessem sido de baixa e não de alta.

Ontem (escrevo no começo da madrugada de 12 de setembro), dia 11, o índice fechou acima da máxima intradia assinalada em 10 de setembro, ou seja, fechou acima de uma região de elevado volume, portanto, uma resistência. Dai, muita gente que vendeu o que tinha e o que não tinha (short) correrá o risco de estar mal vendida no curto prazo, uma situação desconfortável para o latecomer no short.

Paulson, do Tesouro americano, vai trabalhar bastante no final de semana. O governo está prestando assistência, leia-se forçando a barra, para que um consórcio engula o patão Lehman Brothers. O anúncio está previsto para a madrugada de segunda-feira, antes da abertura dos mercados asiáticos. Essa expectativa pode contribuir para sustentar o mercado. Por quanto tempo é que serão elas.

Nada dos retail, digo patinhos, jogarem a toalha pelos lados de Pindorama. Aos amigos portugueses que me leiam: esse nome identifica a terra descoberta por Cabral. TM, como estão as coisas em Sintra? Ainda sobre a saga dos patinhos, eles continuam se enforcando cada vez mais. Dissonância cognitiva é a doença que mais mata entre os metidos a investidores.

Os fundos cambiais ainda não atraíram nenhum centavo com a alta do Dólar frente ao Real. Seria esse um bom indicador de sentimento? Vou ficar de olho. Se começar a jorrar fluxo para esses fundos poderá ser um sinal de capitulação.

Na terra do tio Sam os traders estão neutros, também nada de pessimismo, condição necessária para um fundo sustentável, particularmente diante do quadro que assistimos. Para piorar o cenário, o setor de tecnologia está bem mal. Não há rali sustentável sem a liderança ou co-liderança desse setor. Um dia conversaremos sobre os insights que se consegue extrair da análise do comportamento de determinados setores. Obtém-se informações valiosas. Como eu estou devendo a continuação da última conversa, deixemos essa para depois.

Os volumes aumentaram visivelmente nos últimos 4 pregões sem que o SPX tenha saído de lugar (durante 2 dias o S&P 500 deveria ser conhecido por S&P498 com a saída de FNM e FRE). Imagine você fazer força danada e não sair do lugar. A coisa começou a ganhar eletricidade e emoções virão. Os spreads High Yields continuam não dando folga. Quem quiser sobreviver nesse mercado tem que saber de cor e salteado a história da cotação desse spread, a atual, a de ontem, de anteontem, do mês passado, do ano anterior... É fundamental. Outro ponto para uma conversa em outro dia.

Em resumo, um relief rally is overdue. Mas se exagerarem na dose, quem perdeu a oportunidade de um short pode ir preparando a sua cartucheira, mas sem se açodar, pois o short menos arriscado foi no breakout dos 66 K lá atrás (ex-post é fácil falar). E setembro não acabou, o pior mês disparado para a bolsa desde que foi inventada. Mas quem leva a fama é outubro.

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Afair entre Ministros... Cursos... e "Indicações"

Nem pense o leitor que o que vai ler aqui nada tem a ver com o market tupiniquim:

Mário Henrique Simonsen, penúltimo Ministro da Área Econômica, no período final da ditadura militar, já iniciou seu reinado, como plenipotenciário na tal Área (de mão beijada), no primeiro dia em que entrou para o Govêrno. Catedrático na Universidade e sempre Professoral idem na lide pública; autoridade suave mas quase emproada; era homem sério, compenetrado, um clássico gentleman, raramente irônico e à britânica; porém sem muito apetite para o poder até sair; e figuras pardas figurando no Setor.

Eis que surgiu, bem mais lááááá embaixo, como simples Ministro da Agricultura, já do último período ditatorial; Era de Figueiredo dizendo-nos ame-me ou deixe-me; o ainda jovem Delfim Neto, sorridente raposa econômica e política que comendo as galinhas e galos de plantão que estavam à sua frente, tomou a Fazenda, achou pouco; transformou o tal Ministério do Planejamento no Poder Maior; o qual assumiu, com muita garra e rara habilidade; desenvoltura; malícia demais e talvez até um pouquinho de maldade, no peito e na raça, com muita inteligência e pertinácia e FAZENDO por conta própria.

O Poder de mandar no País, via Setor Econômico, estava orfão e o caminho livre; êle, um furacão, pouco a pouco, inexoravelmente removendo as pedras, virou um Rei.

Um belo dia (Delfim sempre teve a língua muito afiada e até um 'pouquinho' solta) e sei lá porque cargas d'água êle teria dito algo, não muito acadêmico, em uma de suas muiiiiitas aparições na telinha e na press escrita e Simonsen, ou achando que era com êle, ou não concordando com o ex-aluno, mandou, pela mídia nacional, um recado e reparo a seu jeito professoral, mas já levemente crítico e até irônico; bateu forte; contestando; criticando; catedràticamente, of course.
E dando enfim, de público, mais uma verdadeira AULA ao, então já delfim, Delfim Neto.

Que, devolveu rápido; suscinto; ácido e cruel; pois não se pisa em rabo de cascavel:

"É... quem sabe, FAZ!!!... quem não sabe ENSINA".

quá.
Fim dêste Post.
Boa Sorte a todos vocês.




Hã?... ôps... êpa!... mas, acabou???... e daí?... o que isto tem a ver com o mercado?... pelo menos na atualidade?... vai cair ou vai subir?... é para comprar ou para vender?... porque subiu aqui ontem, foi a Taxa do Meirelllles?!... porque vai cair hoje, é a Taxa de Meirellles???!!!...e KD a parte sôbre os 'Cursos' e das tais desqualificadas reptícias "Indicações"???!!!

Ah, sim... pensei ter deixado claro, mas relendo, realmente parece não ter nada, nadinha a ver. MAS, tem sim: tem a ver com a personalidade de dois homens que já mandaram na Economia e tem TUDO a ver com a maioria dos tais Cursos de Análises várias, alguns com ciganagens até sôbre como prever o que vai acontecer, muitos com professores qualificados; outros nem tanto, que ora infestam o setor, diria eu, 'acadêmico', do market.

E tem MAIS A VER AINDA, com as tais nocivas e malfadadas Indicações, em que QUEM INDICA, aconselha; insinua; induz, etc: NÃO FAZ (assim como a maioria dos que ENSINAM: blá-blá-blá pra cá e blá-blá-blá pra lá, mas NÃO FAZEM e alguns nem sabem fazer. Soubessem, todos, e não perderiam tempo ensinando; estariam ricos, muito ricos, treidando. Claro que há exceções, but, só confirmam a regra e por falar em regra; chato, né, pro Prof. Simonsen: logo pra cima de quem êle foi ..... regra).

Ah, sim...(de novo): se alguém pensou ao ler que sou fã do Delfim ou desgosto do outro (que anos depois de ser Ministro da àrea Econômica, chamado pela CVM a dar parecer se o Nahas havia ou não agido mal naquele velho escândalo no Market, disse que não viu nada de mal, ou algo bem parecido) ou que eu goste, ou desgoste, de uns professores de Cursos, ou que pretenda aqui acautelar sardas e ou patos e destratar tubas e outras feras que predam... não entendeu nadinha; pois apenas e simplesmente; contava a vocês; como se pode ou se deve, não usar, ou usar mal, algo dado de mão beijada.

E como, on the other hand, ao pesquisar; escarafunchar; garimpar e peneirar a fundo; com meticulosidade e com paciência; pertinência; abrangência e malícia; usando até um pouquinho de maldade; uma pessoa pode [e deve, sòzinha, observando muito e estudando auto-didàticamente um pouco, ou muito, de tudo, de bom, que que se vê e que lê pelas praias não poluidas nem comprometidas do mercado (leiam o último Post do KB, não é bom, é ótimo, como sempre) e um pouquinho até, mas só um pouquinho, na mídia dita especializada] aprender a abrir caminho num galinheiro e, após tentar, apalpando devagar e com calma e muiiito juizo, conseguir por mérito e suor próprios, aprender a FAZER.

...nem que seja apenas uma canjinha.

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Smash Day Patterns




Tempos atrás o Fact indicou o livro do Larry Willians. Hoje pela manhã estava lendo e achei muito semelhante o comportamento da VALE5 ou pelo menos a possibilidade do padrão ser formado. Pois foi exatamente o que aconteceu. Fechamento de ontem indicava rompimento para baixo com formação de pivo de baixa but no intraday ao romper o topo do dia anterior desencadeia uma alta de curto prazo. Reversão de tendência? Claro que não, como disse KB abaixo, muita gente segurou lá para cima e vai vender ainda.

Dicas - Não Seja Você o Pato

O mercado é um bicho camaleão que para ser compreendido tem que ser interpretado sob diversos ângulos. No ato da observação esse animal fará de tudo para você duvidar do óbvio e, caso você não tenha um modelo vencedor e elevada dose de convicção, você fatalmente irá sucumbir às suas armadilhas.

A função do mercado consiste no aumento da eficiência na alocação dos recursos mas, para nós traders, sua função é nos triturar. O mercado é uma máquina trituradora de traders e o trágico é que ele é sempre alimentado por uma nova geração de perdedores. O percentual de sobreviventes nesse jogo é muito pequeno, e menor ainda os cujos resultados ficam bem acima do breakeven (empate).

Cada ângulo de observação do mercado revela uma matiz diferente que, para compor o todo, todas as matizes têm que ser levadas em conta. Eu analiso o mercado sempre através de 4 lentes: price action (preço, volume e grau de participação dos papéis na tendência), sentimento, valuation (precificação) e a relação do mercado em análise com outros mercados correlatos (intermarket relationship).

Os discípulos ortodoxos da AT (análise técnica) somente se interessam pelo price action e sentimento. Muitos se restrigem apenas ao price action e outros incorporam o sentimento. Os adeptos da análise fundamentalista (AF) desprezam a AT, se importam apenas com o valuation e as relações com outros mercados. Eu particularmente optei por observar todos esses ângulos e o meu método se tornou discricionário, ou seja, não é muito mecânico.

A parte ardilosa da minha abordagem, que já me traiu algumas vezes, é saber dar o devido peso a cada um dos fatores mencionados em cada momento do mercado. O diabo é que esses pesos variam e achá-los é uma arte. A experiência é uma forte aliada no aprendizado, mas leva-se muito tempo para que esse processo mental esteja amadurecido. Eu arriscaria a afirmar que a curva de aprendizado é inesgotável, pois o mercado dificilmente repete o seu comportamento, pois está sempre preparando uma surpresa, em geral desagradável. A lei de Murphy explica.

Um erro primordial, cometido insistentemente pelos estrategistas regiamente pagos pelos grandes bancos, reside em buscar no passado um momento histórico semelhante ao em curso e daí projetar o próximo movimento do mercado. O erro nessa abordagem consiste no fato de que a História nunca se repete integralmente. Você nunca encontrará dois momentos históricos exatamente iguais, sendo que “the devil is in the details”. Eu mesmo fui até há poucos anos atrás reincidente nesse tipo de erro e somente aprendi "the hard way".

O price action aumenta a sua importância à medida que se encurta o horizonte da avaliação e perde muito do seu valor nas tomadas de decisões de longo prazo. Sentimento é importante em todos os timeframes e no meu julgamento deve-se focar os weak hands, sem contudo desprezar as demais categorias. A relação entre os mercados correlatos é imprescindível no curto e médio prazo e o valuation se restringe ao longo prazo, servindo como excelente ferramenta para a gestão de risco.

Por que focar o sentimento entre o weak hands? Embora o comportamento e o ânimo dos grandes players devam ser monitorados, a razão para dar mais importância aos pequenos é que o seu comportamento é absolutamente previsível, características que não se vê nos grandes. O que adianta você acompanhar e ter memorizado os números do fluxo dos estrangeiros na Bovespa se você não sabe qual será o seu próximo passo? O do pequeno você sabe, seu padrão é agir em panic mode, na compra e na venda.

O componente emocional exerce um papel fundamental nas tomadas decisões de qualquer ser humano e no trading não é diferente. Antes eu relegava o sentimento ao segundo plano, no entanto, a experiência me mostrou que essa matiz do camaleão é tão importante quanto o price action e valuation, e não é raro fornecer muito mais pistas, com o detalhe de que a sua importância é válida tanto no médio quanto no longo prazo. Com o tempo me tornei um autêntico contrarian. Há momentos em que somente essa dimensão do mercado consegue explicar os seus movimentos.

Os adeptos da AT juram que o passado explica o futuro. Quando no meu início da atividade de trader eu usava exclusivamente essa ferramenta ela por diversas vezes evitou que eu fosse parar no acostamento, mas eu não tinha a menor idéia sobre o que vinha depois da primeira curva. Não é uma crítica aos adeptos da AT, talvez fosse falta de talento de minha parte. Por outro lado, os fundamentalistas (AF) ortodoxos são contraditórios ao afirmar que a AT é uma tremenda bobagem, pois eles também usam o passado para projetar o futuro, e sempre linearmente. Tendo optado pela AT e AF eu levo pancada dos dois lados, mas como eu sei que quem tem o poder de sanção é o mercado, eu não ligo muito para as críticas, só acho graça.

Ser contrarian não significa ir sempre contra o sentimento predominante entre os weak hands, porque na fase mais dinâmica de uma tendência até essa categoria de investidores acerta. A dimensão sentimento se torna relevante quando ela diverge do price action e das demais matizes. Quando esse momento é atingido basta ativar a contagem regressiva. Não existe momento mais bullish do que um mercado nos primórdios de um movimento de alta, deixando para trás um longo período de baixa, com os leading indicators macroeconômicos apontando para cima e os weak hands pessimistas. Esse quadro é um pré-requisito para o início dos bull markets duradouros.

Warren Edward Buffet jocosamente diz que se numa mesa de jogo você não sabe quem é o pato, o pato é você. Não existe um jogo sem um pato. No mercado de ações o papel do pato é exercido pelo retail investor, que é um sujeito que não sabe a razão de sua compra, mas a realiza porque não agüenta ver o vizinho contar vantagens e, conseqüentemente, não tem a menor idéia sobre quando é para vender. É o pato perfeito. Em geral o pato come formiga e caga elefante, quero dizer, é covarde nos lucros e valente nos prejuízos. Mas não pense que o pato é somente o pequeno. Outro dia o Bear Stearns se transformou em um gigantesco pato.

Antes de entrar no mercado de ações a primeira coisa, imprescindível, é saber quem é o pato e em seguida descobrir qual foi a sua ponta escolhida, se a compra ou a venda. Nas fases exuberantes até o pato tem uma chance no mercado, fase em que o rebanho é engrossado, mas como ele é sempre guloso e incauto, termina virando jantar. Em geral o pato somente compra, sendo que a venda somente é a ponta escolhida para a desova de uma posição comprada, raramente devido a uma decisão de short (venda a descoberto) porque essa é a ponta mais difícil de ser operada. Como eu afirmei anteriormente, o momento é em que os patos são preparados para serem assados é quando o sentimento predominante entre eles diverge dos leading indicators macroeconômicos e do price action.

No mercado de ações o pato invariavelmente é o pequeno investidor, mas em outros mercados os patos costumam ser gente grande. Pegue o mercado de açúcar por exemplo. Por alguma razão particular eu tive que me envolver nos últimos 3 anos com esse mercado e descobri que o pato nesse mercado, para a minha surpresa, são os usineiros. O comedor de patos são os large speculators. Os usineiros são os experts em plantar, colher, esmagar a cana e daí extrair o álcool ou o açúcar, porém na comercialização desses produtos são uns verdadeiros desastres. No auge da bolha no açúcar há 3 anos atrás, os responsáveis pela gigantesca Cosan foram grotescos em se proteger (fazer hedge) prematuramente, logo nos primórdios do bull market, e perderam toda a espetacular alta. Ninguém consegue comprar no fundo e vender no pico, mas a barbeiragem da Cosan foi ridícula. Uma simples análise sobre a evolução dos contratos em aberto no mercado futuro forneceu dicas valiosas que teriam evitado tamanho prejuízo aos acionistas. Bastava observar o comportamento dos large speculators, pois esses conhecem os ardis do mercado e os usineiros somente a anatomia da cana-de-açúcar.

No auge da euforia no mercado de ações, após o investment grade (IG), surgiam patos aos montes e o fomentador de patos era a grotesca e sempre imensa legião de analistas e jornalistas. No entanto, o sentimento de euforia entre os weak hands não combinava com o price action e com os global leading indicators. A seletividade no movimento de alta em nossa bolsa era assustadora, exclusivamente dependente das ações da Petrobrás, Vale e siderúrgicas. Esse grupo representava cerca de 40% a 45% do índice Bovespa.

Eu subdivido o índice Bovespa em 6 sub-setores e mantenho em cada um deles a mesma participação relativa da carteira oficial. Os sub-setores são o da Energia (onde a Petrobrás está incluída), Materiais (mineração e siderúrgicas), Elétrico, Telefonia, Bancos e Diversos. O setor Diversos inclui alimentação, bebidas, fumo, aviação, varejo, papel e celulose, e por ai vai. Na época do invesment grade, os setores de Energia, Materiais e Diversos eram de longe os mais importantes com pesos semelhantes na carteira do índice Bovespa. Os 2 primeiros setores romperam suas resistências históricas (equivalente aos 66 K no índice Bovespa) logo no dia do IG, mas os setores Diversos, Bancos e Telefonia não conseguiram fazer o mesmo e, na primeira correção do movimento de alta, esses 3 setores mergulharam. Foi o canto do cisne.

Portanto, tínhamos uma enorme divergência entre o price action, no caso a seletividade no movimento, e o sentimento predominante entre os retail investors. Para piorar o quadro, os patos estavam entrando no mercado em um ritmo aluscinante. O desfecho está sendo esse que estamos assistindo.

Vamos entrar no terreno prático e o melhor dessa minha estória está por vir. Como ganhar dinheiro com isso. A primeira pergunta que tem que ser respondida é quais os indicadores objetivos de sentimento servem para mensurar o sentimento entre os weak hands? Ao lidar com o mercado tem-se sempre que possível ficar longe de projeções e achismos e se concentrar em indicadores objetivos. É impossível antever o futuro, e para se dar bem no mercado tem que se acostumar a lidar com a incerteza e a solução é recorrer à probabilidade. Não há outra saída e quem buscar outro caminho vai dar com os burros nágua.

Vou comentar a respeito de um dos mais eficientes indicadores de sentimento, qual o horizonte de análise que ele se presta, e revelar alguns detalhes que eu nunca li alhures, sub-produto de minhas pesquisas realizadas no desenvolvimento de leading indicators macroeconômicos, área que venho me dedicando nos últimos 4 anos. Muitos componentes dos meus composite leading indicators foram encontrados em outros mercados e é ai onde as informações colhidas da análise da intermarket relationship são de capital importância.

Tem muita gente entalada com posições mal compradas. No capítulo seguinte dessa nossa conversa, com o emprego dessa dimensão do mercado, o sentimento predominante, vou sugerir uma estratégia ousada para os patos que caíram na armadilha e tentar, não sem riscos, porém aceitáveis, encontrar uma saída para eles. Porém, caro leitor, como o texto ficou muito longo, para não cansá-lo e eu ter um pouco de fôlego, deixemos para continuar essa nova conversa no próximo texto.

comentava o penúltimo Post do Bob e...

...me entusiasmei... e o comentário foi ficando enooorme... daí que, contrariando minha intenção de postar mais eventualmente aqui, estou trasladando, a parte inicial do que disse a êle e o tal miolo estiiicado (entretanto não vou me esquecer do tal afair prometido, muito menos das questões dos Cursos e das malfadadas "indicações).

agora o tal Coment (ao Post do mestre IceBOB) que de tão comprido virou êste Poste:

"adorei, como sempre, seus paineis; como sempre impecaveis (inclusive nos detalhes; Fibonacci Retracements irretocavelmente nus trinks; "etc; etc; etc" como diria o Rei de Sião)... dear DOCTOR:"

...fosse ATeu, digo, fosse eu AT, diria que o quadro geral anima o pato, prometendo repique iminente pra já (quem sabe após um bear-trap hoje mesmo) e on the other hand, alerta mais ainda o olhar cauteloso, tanto em INDU quanto na BVSP; seja no D, seja no W; pois -tanto no CP quanto no LP- elas estão bem feinhas no retrato atual, veja só:

1. escancaradas as bocarras das BB (Bollinger Bands), tipo boca aberta de jacaré, mercados forçando a mandíbula inferior (ou apenas mandíbula... se jacaré tiver maxilar, rsrs).
2. MACD, Moving Average Convergences & Divergencies, Ferramenta cachaça do famoso RR, com sua 'LTB' (lá dêle) no mergulho e apontando para os fundos das duas piscinas.
3. IRFs, tudinho oversold or very oversold [tanto o StochRSI, quanto o tio Williams %R do Fact; quanto os D+, regulados, êstes dois, no CP e no LP, a contento e ao gôsto o primeiro pela fórmula mágica do Smarca (segredo nosso que jamais vou entregar) e pelo vetusto Nine meu e de Sir KB, quando auto regulavel pela Eco]; e daí?... "indicando" repique?... OU... só que a BOLSONA gringa e a bolseta tupiniquim AINDA ficarão mais very-very-very ou até extremamente sobrevendidas???!!!... tal qual no vice-versa do ora moribundo Bull?... como saber?... KD a cigana?
4. Moving Average Lines, a antiga morro acima, já furada; e a morro abaixo enroscada nos dois mercados, tipo quando não pára mais de cair a arrebentação de uma ONDA Tsú.
5. Volume...se está pouco é ruim...se muiiito (lembrem-se dos 168 bi de Fannie&Freedie).
6.7.8.9... ETC, tá tudo estranho nestes ninhos, outrora herméticos, mas hoje, TODOS de domínio público e daí facilmente clonaveis; ainda mais com barulho de muita bala.

por outra, manjasse AG, diria que, no Day after (ou W) de um Marobozu (ou marubozu ou tanto faz) azulão tentando 'cobrir' um vermelhão, vem outro vermelhão um tiquinho maior e com a sombra idem, encostar, rente a êle, encobrindo o irreverente... assim diria que andam mentindo velas e candelabros (como os W e M; e exceto um ou outro H&S, como o Batman histórico de Down Jones, ora descendo do Picão pela capa, já abaixo do Right Shoulder)... candles isolados tipo martelos e enforcados; mulheres grávidas; bebês abandonados; e vai pôrrrrraí: todo mundo mentindo adoidado... e só salvando-se, esporàdicamente, alguma Estrelinha Matutina ou Vespertina; eis que porém, siquer inspiram a antiga veneravel e consagradora confiabilidade de um doji; e nem mesmo outras figuras clássicas, como os outrora austeros escorregões sequenciais, tanto low quanto high, dos Eight To TEN New Prices que os gringos, alegremente e ao arrepio de Sakata (o divulgador do método, pois q o inventor foi outro), esticaram para Eleven... pois é... LÁ em WS tudo é no aumentativo, né, uái.

e daí?... daí, nada, nadinha: BUT, que será SAUDAVEL olhar as retrospectivas (LAPDV) históricas; panorâmicas; para aguçar o feeling... será sim - já que em tempos de BIG WAVE - "daqui pra frente, tudo vai ser diferente" (2° os analistas King RC e Erasmo).

Melhor que isto só canjinha...e desculpem a forma pois isto era para ser só 1 coment.

BOA SORTE A TODOS.

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Teoria do Caixote em sua forma plena

É só escolher o lado, hehehehehehe. Stop curto.

A mais dinâmica das ondas em curso e deve arrastar aqui

Vejam que dolar chegando próximo do 1,80 primeira retração da queda desde 2006.







Aguia, configurando a onda III nos US deve nso arrastar aos 45K onde pára para pensar