domingo, 22 de março de 2009

Another Shipwreck Down The Road

Semana passada um forense de um espaço do qual participo estava examinando os resultados de 2008 de uma famosa empresa fabricante de roupas, de cama, mesa e banho situada em Blumenau/SC. Observou que apesar do desempenho operacional consolidado ter melhorado, as despesas financeiras provocaram um rombo no balanço. Excitado com a novidade, fui ao site à procura de mais informações. Enfim, o balanço de 2008 fechou com um provisionamento de R$33,3M para "perdas com derivativos". Isso foi equivalente a quase 3 vezes o lucro operacional de um ano da controladora. O próximo balanço trimestral deve mostrar a reversão dessa provisão e o resultado final da aventura.

A essas alturas todos os Conselhos de Administração das empresas "vitimadas" já se conformaram em creditar a infelicidade à crueldade e imprevisibilidade do tal mercado. Mesmo nos casos em que não houve ética profissional da Diretoria Financeira (leia-se, roubo), a verdade é que a probabilidade de que ocorra outra perda financeira em derivativos só diminuiu um pouco. Tenho visto alguns desses contratos e lido artigos esmiuçando como se dão essas trocas de rentabilidades ("swaps"). É notório que o risco assumido pela outra ponta - geralmente uma instituição financeira - é bem menor, além de se esperar um menor desvio-padrão (Sharpe Ratio) em seus fluxos mensais ou trimestrais em comparação aos da empresa.

Comentei que a chance de novo infortúnio era a mesma porque as empresas recorrerão sempre aos profissionais errados para a monitoração dos ativos. Por outro lado, o mercado não nos brindará com movimentos tão bruscos em um período inferior a uns anos. Se tivessem contratado a nata dos economistas de Pindorama ou os melhores fundamentalistas, o resultado teria sido o mesmo. Os profissionais adequados para essa tarefa são os especialistas em price action (technicians).

4 comentários:

Bob disse...

Fact, estes rombos do mercado de derivativos nas empresas de SC foi geral pelo visto. As Unimed's de Blumenau, Criciuma, Lages e outras estão renegociando contratos com as empresas para não perderem a carteira. Vixe.

Fact Finder disse...

Bob, markets são um excelente laboratório para demonstrar a natureza inerente de manada do ser humano. Uma empresa A faz "hedge". Outra B, vendo suas margens se deteriorando, faz o mesmo "hedge'. A C e D, nem pensam duas vezes. O nabo é geral. Se alguém do setor financeiro que entendesse de price action tivesse começado a questionar a manutenção desses swaps em uma dessas empresas teria sido limado! Não tenha dúvida.
Por ignorância profissionais com MBA, CFA e o escambau assumem baixa volatilidade a baixo risco. Calm before the storm!

aguia disse...

realmente, in Fact:

tive um amigo que pegou essa coisa de MBA...

axu que foi num bordel academico vendedor de diplomas; e ele me contou certa vez que dava uma renitente coceira, la nas partes baixas, e que nao havia pomada nem reza braba que curasse tal merda.

ja o tal CFA dizem que ataca mais brando, tipo assim um cagoete... BUT, com a palavra o Iceman que eh medico qualificado e respeitado e que nessas coisas nao titubeia e mata a prima, digo, mata de prima.

cheiro de W no ar.

( )s.

Seagull disse...

Faltou o marcador... FF