No gráfico diário abaixo do Ibovespa eu assinalei duas regiões de congestão com volumes elevados. A 1ª região consumiu a 2ª metade do mês de setembro, período no qual foram registrados 4 pregões com altos volumes, e cuja base foi em torno de 44 K, no nível da linha horizontal tracejada.
Fonte: KB
Congestão com elevados volumes significa que há dissensão entre investidores com grande poder de munição. Quando o mercado finalmente escolhe uma direção, uma parcela dos perdedores desfaz a aposta e, dessa forma, contra a sua vontade se une aos vencedores realimentando o impulso.
No dia 06 de outubro o mercado escolheu a direção para baixo, rompeu a base da 1ª congestão e o esperado aconteceu. O Ibovespa tomou impulso até fechar em 29,4 K em 27 de outubro, o pior no ano.
Em 28 de outubro o mercado deu meia volta com um robusto DCA e o Ibovespa em 6 pregões com elevado volume teve forças de, no intradia do último pregão da reação, em 04 de novembro, dar uma pincelada nos 41 K, nível um pouco abaixo da máxima intradia do DCB (barra com seta vermelha descendente) que sempre oferece resistência.
Depois da violação da base da 1ª região de congestão, o Ibovespa começou então a formar a 2ª região, onde logo no seu 2° dia foi registrado o pregão com o maior volume (financeiro e normalizado) na história da Bovespa, em 08 de outubro.
A 2ª região já consumiu 1 mês, é uma das congestões com os maiores volumes e criou uma linha Maginot em 44 K que a separa da 1ª região. Acima dessa linha é o céu e abaixo o mercado corre o risco de visitar o inferno, caso viole a base dessa 2ª região. Se for essa a direção escolhida pelo mercado poderá até ser que seja a última patada do bear antes de hibernar por alguns meses, mas há o risco, dadas as características da 2ª região, (longa e com volumes elevadíssimos), de que o movimento abra novas feridas nos bulls.
A título apenas informativo, e que me parece pouco útil na avaliação do mercado, durante a 2ª região de congestão houve uma saída de R$ 3 bilhões de estrangeiros e uma entrada de R$ 1,5 tanto de investidores institucionais como de empresas. As pessoas físicas se mantiveram neutras e, caso essa categoria teria despejado mais recursos no mercado, ai sim seria um dado muito negativo por essa ótica.
Como a reação a partir do último DCA apresentou volumes robustos é possível, mas não há a menor garantia, que o Ibovespa tente novamente ameaçar os vendidos indo novamente nos 41 K ou até um pouco mais. Se essa caminhada for feita com baixo volume as chances de romper os 44 K serão mínimas.
Nessa última sexta-feira mesmo quando o Ibovespa subia +3% no período da tarde (fechou com alta de apenas +0,83%) o volume estava muito fraco. O mesmo ocorreu com o SPX nessa sexta feira quando subiu +2,89%. Um mau sinal e que pode ser um trecho daquele filme “me engane que eu gosto”.
Assim como o Ibovespa, o SPX reagiu entre os pregões de 28 de outubro até 04 de novembro, com a diferença que os volumes foram fracos, exceto no 1° da reação que foi um DCA.
A reação negativa após o resultado das eleições nos EUA não foi, portanto, uma surpresa para quem ficou atento ao baixo volume. Altas com baixos volumes significam que o mercado é vulnerável às más notícias e elas vieram com os maus resultados de empresas importantes como a Cisco e um ISM Serviços ruim de lascar, precedido de um PMI de chorar.
Depois de descolar do SPX durante boa parte de 2007, a tese do descolamento foi para as cucuias e o Ibovespa voltou a ser o mesmo de sempre, ou seja, abraçado ao SPX. A diferença tem sido, como sempre foi, no tamanho das oscilações.
Conforme já comentado, o SPX se mostrou muito fraco na reação esgotada em 04 de novembro, além disso foi registrado um DCB na última quinta-feira, embora não tenha sido do tipo arrasa-quarteirão e o volume no dia seguinte, ou seja na última sexta, também já comentado, foi fraco.
Resumo da história mostrada apenas pela análise do price action:
(a) o Ibovespa criou uma linha Maginot em 44 K, que separa o céu do inferno;
(b) o Ibovespa está colado no SPX e a diferença está no beta;
(c) os volumes na mais recente reação do SPX foram fracos e, enquanto esse quadro for mantido, a chance do Ibovespa vencer a linha Maginot é baixa;
(d) os volumes na mais recente reação do Ibovespa foram robustos e o índice poderá tentar novamente retornar aos 41 K, porém no 1° dia dessa empreitada, nessa última sexta-feira, o volume foi muito desanimador e, caso permaneça assim, a tese mencionada no item (c) seria reforçada;
(e) para ser válido, o breakout (rompimento) da linha Maginot deveria ser através de um DCA assim como a violação da base da 2ª região de congestão deveria ser com um DCB.
Embora seja imprescindível, a avaliação das chances do mercado de visitar ou o céu ou o inferno não se esgota no seu price action, pelo menos é assim pela minha abordagem.
O passo subseqüente seria estudar o sentimento predominante entre os weak hands e sempre pela ótica de um contrarian investor. Tanto lá fora quanto aqui o quadro não se alterou muito sob esse aspecto.
Finalmente, a 3ª etapa, tão importante quanto, consiste na avaliação dos principais leading indicators, particularmente os mais sensíveis em situações de estresse. Para tanto tem material recente às pampas nesse espaço, inclusive na minha mensagem anterior a essa.
Find me on Tweeter! @FactFin18623431
Há 3 anos
6 comentários:
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esta zona dos 43 que sempre comentei copm o Bob, agora definida por vc nos 44 kg, é realmente uma velha pedreira, onde no passado houve muito congestionamento no tráfego das indecisões da nossa poquete.
a exemplo do ocorreu antes das sapitucas do SPX, onde houve um recente período de congestão (menor) que considero sempre uma fase bandeira branca no market, tipo vamos parar um pouco e conversar, entre vendidos e comprados, ou, fadiga do mercado, ou exaustão, ou descanso para reposição de provisão belicida no arsenal das 'bala$', para mais brigas entre ursinhos e tourinhos.
a tal paralelização a que me refiro
e cito aqui mais para encher linguiça e para informar algum pato menos traquejado, já que você está careca de saber, vai exemplificada no chart que vou postar agora no blog, como mais uma opção, razoavel talvez, ou, uma simples brochura para um mercado broxa... e vou postar, 'sugerindo' a hipótese de uma terceira alternativa, "em homenagem ao amigo".
porrrraqui, as balas que vinham de fora, já voltaram porque a guerra de pancadarias lá na Matriz tá muiiito mais feia que as porradas tupiniquins aqui em Pindô; haja vista a sacanagem que fizeram ontem com os vendidos no finalzinho (finalzinho mesmo, já na descida da cortina) lá em WS, com SPX dando uma 'descolada' (rsrsrs) de BVSP, onde a trap de fim de festa foi nos comprados...
parabens again, principalmente pela forma radical que desfaz o mito da bolseta broxespa 'descolada' e mostra o pau; o que - por ser uma atitude pornô - vai lhe custar a tradicional multa de 15 pilas.
abra uma exceção e entre nos comentários do meu poste do bôlo de Aniversário bimensal do Blog e leia, pelo menos, os coments do dia do Bôlo, pois as manifestações dos visitantes foram para todos nós e a meu ver valiosas.
( )
ah, sim...
before I forget:
tá lindo seu chart!!!
simplesmente primoroso!!!
(30 pilas)
Prezados,
Acredito mesmo (e, com certeza, também torço para) que as bolsas entrem em um longo período de lateralização performando um trading range - aproximadamente entre 30 e 42k no caso do Ibov - antes de qualquer inversão mais definitiva do bear market.
A paridade nos comportamento do SPX com o índice Bovespa ficou nítida (inclusive aos que atribuíram a prolongada fase de prosperidade à eleição do Lula - mera coincidência), e, apesar de não termos percebido um topo mais alto neste repique, fica a esperança - eita sentimentozinho traiçoeiro - de que o último fundo (29.435) pode suportar a pressão vendedora - pensamento reforçado pelo price rejection desta região no gráfico diário. A perda destes níveis seria um desalento aos que esperam, ao menos, que a queda se encerre junto com o baixo astral.
Portanto, não sendo videntes para profetizarmos os acontecimentos futuros, só nos resta mesmo acompanhar o mercado e, caso a congestão se efetive, teremos uma fase propicia para acumulação, pensar em recompor a carteira e diminuir os custos de aquisição operando os extremos deste largo caixote (?)...
Talvez, de minha parte, isto seja mais um desejo inconsciente do que propriamente uma leitura isenta.
Penso que estar preparado, e considerar estratégias para o cenário descrito, fazendo uma adequada gestão dos recursos e um efetivo controle das posições, pode trazer boas chances de êxito com favorável relação risco X retorno.
Enfim, é apenas o que eu acho... e cá entre nós, isto não vale muita coisa.
Com a palavra... Equipe TiB! ;-)
Abs ^v^
Seagull:
melhor tomar Canjinha.
a onda tsú mal começou.
braçãoo.
Caro Seagull, sou fã da teoria do caixote pois comprar no low do mesmo o stop é sempre muito curto.
Valeu o follow up!
Águia... embora tenhamos afinidades como pássaros, estou longe da sua capacidade para "caçar".
Fico resignado em poder dar uns mergulhos e fazer meus "beliscos" (fresh sashimi, rs)
Afinal nem tudo que tem asas e penas consegue voar. Vide as galinhas... fico com a sugestão da canja - e sigo com o stop curto do Bob! :-)
Abrax aos 2
PS: conheço bem a tsunami; aqui em "Tupiniquinsland" ela se chama pororoca!
^v^
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