PETROBRAS:ANALISTAS SE DECEPCIONAM C/AUMENTO DE DESPESAS OPERACIONAIS Rio, 12 - O lucro recorde da Petrobras no terceiro trimestre não foi suficiente para animar o mercado um dia após a divulgação dos resultados da estatal. A principal decepção que salta dos relatórios dos analistas foi o crescimento das despesas operacionais em R$ 2,4 bilhões. "Ficamos desapontados. As despesas operacionais atingiram R$ 8,1 bilhões no período, um recorde", aponta o Citi, lembrando que tinha havido uma redução destes custos no primeiro trimestre e que agora demonstram novas altas.Em conferência com analistas nesta manhã, o diretor financeiro da estatal, Almir Barbassa, citou como principais causas para a elevação das despesas um aumento no número de poços secos no período, além de multas pela não entrega de gás e a própria ociosidade das usinas térmicas. Ele também destacou um fator não recorrente que foi o pagamento de um bônus aos funcionários, equivalente a 80% dos salários, em setembro.Para o UBS, "restam dúvidas" de que o terceiro trimestre da Petrobras pode ser considerado forte. De acordo com o relatório, a combinação de aumento na produção (+6%), altos preços do óleo no mercado internacional (US$ 117 por barril) e aumento recente do diesel e da gasolina é muito positiva. "Porém, restam dúvidas porque parece que o foco dos investimentos infelizmente esteve em gerar os ganhos do terceiro trimestre", diz o UBS, completando na análise que "o mundo mudou significativamente desde o final do terceiro trimestre e o foco dos investidores está nos preços de óleo mais fracos, e diante disso, fluxos de caixa, custos, dívidas e despesas deveriam ser vistos sob estes cenários de estresse."Outro ponto destacado pelos analistas foi a redução da margem operacional em todas as divisões da companhia. "Ficamos particularmente desapontados com a margem negativa na divisão do refino e na nova reversão para perdas dos resultados da área de gás e energia. A Petrobras usou mais caixa do que gerou no período", comentou o Citi, em relatório.Para a corretora Ativa, o resultado operacional veio "bastante fraco", com queda de margem operacional acima da expectativa e da média do mercado. "Apesar de já termos indicado a expectativa de um enfraquecimento das margens operacionais, uma série de diferenças, em especial no custo de importação de derivados e nas despesas operacionais, prejudicou de forma relevante o resultado operacional e, conseqüentemente, suas margens".
Nenhum comentário:
Postar um comentário