terça-feira, 11 de novembro de 2008

Aumento da Poupança Privada nos EUA = Problema

Segundo Stephen Jen e Spyros Andreopoulos do Morgan Stanley, o modelo que eles empregam para prever a evolução da poupança privada nos EUA é baseado em 3 variáveis: valor dos imóveis em relação à renda disponível, valor das ações em relação à renda disponível e taxa de juros de longo prazo.

Exceto a taxa de juros, as outras 2 variáveis apresentam correlação negativa com a poupança privada, sendo que a mais importante é a 1ª variável, a referente aos imóveis. Nas últimas 4 décadas o modelo explicou (R²) 83% dos movimentos da poupança privada.



O modelo prevê, através da curva pontilhada vermelha, uma acentuada melhora na poupança privada, devendo atingir cerca de 5,7% no final de 2009. Boa notícia? Péssima para os emergentes.

Se a poupança privada nos EUA não for compensada por gastos governamentais conte com uma reversão do déficit em conta corrente dos EUA, basicamente representado pela balança comercial, pois a queda do consumo em relação ao Pib deverá reduzir significativamente as importações.

Roubini em seus últimos relatórios clama por um estímulo fiscal superior a U$ 400 bilhões, no mínimo, para compensar uma redução do consumo que poderá cair 3 pontos percentuais na sua relação com o Pib.

Se o aumento nos gastos governamentais não compensar totalmente a elevaçao da poupança privada, e dificilmente ela será anulada, esse movimento será feito às custas dos países que mais exportam para os EUA, a China e os países da OPEP.

A perspectiva de aumento da poupança privada norte-americana, a fuga de capitais dos países emergentes devido à aversão ao risco e a repatriação de dólares explicam em grande parte o movimento de forte recuperação da moeda americana. Pior para as commodities que são cotadas em dólares, bem como para o Real.

6 comentários:

Samuel Ramos disse...

não sabia que o roubini estava vendendo garrafa vazia em nome dos discípulos de keynes, que surpresa!

KB disse...

Ele é mais keynesiano do que o próprio Keynes :)

Se deixasse na mão dele, o Tesouro quebraria, afinal a sociedade americana não aguenta apertar sequer um buraquinho de seu cinto :)

aguia disse...

mestre KB:

dormi muiiiito bem e amanheci dôce como mel (não conte para seu irmão bear).

diante de tais perspectivas - consequências gravitacionais - não só lógicas quanto inevitaveis; mais um motivo, penso eu; para se criar; infeliz ou felizmente; algum dispositivo legal pra repatriar a grana de brasileiros escondida lá fora, tanto nos cêrca de 50 "paraisos fiscais', quanto nos próprios EUA.

seria apenas um paliativo?... sei lá; talvez; não sei; but: poderia ser um bom comêço, pelo menos exemplar para se inventar aqui a cidadania, ou copiar a de LÁ, mesmo porque em matéria de poupança nosso handicap é bem superior, basta olhar nossas minas, mulatas ou não.

acho que já passa da hora de alguma autoridade fiscal ou monetária local, encampar a idéia de um dos parasitas lá do congresso de dar 'um jeitinho' nisso e deixar os fdp recambiar os doletas... caras tipo os do BASA e dos tamboretes do Proer; os quércias; fleurys; malufs, rorizes, jaders, dirceus e sua tchurma do palácio e da palhoça japoneses inclusos (tudo com minúsculas, course)... e a lista é enorme e hoje não estou com saco para acrescentar mais tipos de merda como tais na relação, mesmo porque não iria caber aqui.

e depois?

uái...a gente mandava capar ou matar êles, ou as duas coisas, só que aí necessàriamente nesta ordem.

Samuel Ramos disse...

pois é, kb

o próprio krugman também está no mesmo ritmo, como você bem resumiu, mais keyseniano que o própri john m. k.
hehe

aguia disse...

sorry, histórica e acadêmicamente, tudo bem...

BUT

vamos para o popular: o que tirou os EUA da Grande Depressão, foi o pleno emprêgo resultante das demandas criadas pela II Guerra Mundial e não o New Deal de Roosevelt que se inspirou no ideário de J M Keynes.

e quanto à premissa, dentro da linha Keynesiana, de que aumentando-se gastos públicos dá para evitar recessão, há que se levar em conta hoje que estamos em 2.001, todo mundo pendurado e isto só conseguirão os paises cujo endividamento público aguente o tranco da gastança.

o buraco portanto, é bem mais embaixo e o melhor seria deixar o cara descansar em paz

PAULO CÉSAR PEREIRA disse...

Se os americanos vão diminuir o consumo, vai sobrar mais para nós...

Acho que eles têm é que poupar mesmo, para diminuir os famos DESEQUILÍBRIOS GLOBAIS!