sábado, 29 de novembro de 2008

Juntando as Peças

Segundo Robert Shiller, na história econômica dos EUA somente entre 1938 e 1941 a taxa dos títulos T Bills de 3 meses foram negativas. Desde o dia 20 de novembro os investidores têm aceito receber taxas de juros no prazo acima abaixo de 0,10% aa. Nessa sexta-feira se você investisse o seu dinheiro em T Bills obteria a irrisória taxa de 0,04% aa. Percepção de risco sistêmico (sistema financeiro) aguçada tem provocado fuga para um porto seguro.

O Ted spread parou de cair e se situa muito acima de sua média histórica. Problemas de funding entre os bancos e, consequentemente, oferta de crédito escassa para as empreas.

O spread médio dos títulos de alto risco (high yields) fecharam nessa sexta-feira em níveis recordes. O spread médio dos títulos Aaa, atualmente em 264 pontos percentuais, está a apenas 4 pontos de seu nível recorde atingido em 21/10. Aversão aos títulos corporativos, qualquer que seja o rating e, consequentemente, escassez de crédito e custos elevados.

Procurei nos sítios do Federal Reserve a base histórica diária dos rendimentos dos títulos de 10 anos nos EUA e encontrei desde abril de 1953. Em nenhum dia desde o início da década de 50 do século passado os títulos de 10 anos foram negociados a uma taxa abaixo da negociada nessa última sexta-feira, que foi de 2,92% aa. Perspectiva de deflação precificada pelos investidores, que somente seria possível através de uma forte contração econômica.

Só para lembrar, a taxa nominal de 10 anos apresenta uma correlação positiva em torno de 72% com a taxa nominal de crescimento do Pib dos EUA. Se você procurar nos arquivos do TiB encontrará um texto que aborda essa correlação.

E a Petrobrás precisou de se socorrer na Caixa Econômica Federal para obter míseros (para ela) R$ 2 bilhões para fechar a conta do seu capital de giro. E o acesso às linhas externas?

Agora deu para entender?

2 comentários:

aguia disse...

KB


...deu:

tá feio e vai piorar.

é a tal onda Tsú, leeembra???


()

Fact Finder disse...

KB, em postagem anterior atrás fiz a seguinte pergunta aos leitores:
Quanto valerão os fluxos de caixa descontados de sua empresa se houver um acréscimo "permanente" no custo de financiamento?