quinta-feira, 16 de outubro de 2008

A Distensão Chegou aos Bancos Mas Não Às Empresas Não Financeiras

Toldo dia eu recebo o CDS (credit default swap) de 5 anos de alguns bancos. Eu tenho mirado no UBS que foi alvo de muita desinformação nessa turbulência. Em blogs que eu respeito e que eu leio diariamente, como Naked Capitalism, e até no Financial Times eu li observações sobre a comparação entre o passivo desse banco e, por ter origem no país, o Pib da Suíça. Claro que era o pior número entre todos os bancos analisados, afinal o Pib da Suíça é minúsculo.

Acontece que os energúmenos não levaram em conta que o UBS Deutschland AG, por exemplo, é uma empresa alemã, sujeita às leis alemãs, membro da Association of German Banks e participante da Association's Deposit Protection Fund. Um documento emitido pelo UBS alemão diz que na Alemanha as regras dispõem que:

“The maximum limit for deposit protection is currently EUR 143,119,000 per client. Under the Deposit Protection Fund’s By-laws, this protection covers every client’s "demand, term and savings deposits, including registered savings certificates". However, bearer securities issued by UBS Deutschland AG – in particular bearer bonds and bearer certificates – are not covered by the Deposit Protection Fund.”

Ou seja, exceto os bonds ao portador emitidos pelo banco, título inexistente no Brasil desde o governo Collor, os depositantes têm uma garantia de inimagináveis 143 milhões de euros per capita. Não são 143 mil euros não, acrescente mais 000 nesse número.

Porém o ponto não é esse. Fato é que o UBS sobreviveu e agora nada em águas tranqüilas após o plano alemão. O CDS de 5 anos do UBS que em meados da semana passada atingiu um pico de 280 pb, na última terça-feira (último dado que eu disponho) caiu para 135,5 pb. O mais alto era do Morgan Stanley de 427 pb, mas que também despencou de um pouco mais de 1000 pb, nível intolerável.

A distensão nos principais bancos é visível, mas o mesmo não se pode dizer dos títulos das corporações não financeiras. O gráfico diário abaixo mostra a evolução do SPX entre novembro de 2007 até 15 de outubro de e na parte superior do gráfico o spread (cor azul) de uma carteira de HY em relação à taxa do título de 10 anos do Tesouro norte-americano.


Fonte: KB (clique no gráfico para ampliá-lo)

No corpo do gráfico, junto com as barras em candlestick do SPX, na cor vermelha, a rentabilidade de um fundo HY que eu acompanho e que tem sido excelente como sinalizador da tensão no mundo dos títulos de crédito alto risco, os HY.

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