Semana passada um forense de um espaço do qual participo estava examinando os resultados de 2008 de uma famosa empresa fabricante de roupas, de cama, mesa e banho situada em Blumenau/SC. Observou que apesar do desempenho operacional consolidado ter melhorado, as despesas financeiras provocaram um rombo no balanço. Excitado com a novidade, fui ao site à procura de mais informações. Enfim, o balanço de 2008 fechou com um provisionamento de R$33,3M para "perdas com derivativos". Isso foi equivalente a quase 3 vezes o lucro operacional de um ano da controladora. O próximo balanço trimestral deve mostrar a reversão dessa provisão e o resultado final da aventura.
A essas alturas todos os Conselhos de Administração das empresas "vitimadas" já se conformaram em creditar a infelicidade à crueldade e imprevisibilidade do tal mercado. Mesmo nos casos em que não houve ética profissional da Diretoria Financeira (leia-se, roubo), a verdade é que a probabilidade de que ocorra outra perda financeira em derivativos só diminuiu um pouco. Tenho visto alguns desses contratos e lido artigos esmiuçando como se dão essas trocas de rentabilidades ("swaps"). É notório que o risco assumido pela outra ponta - geralmente uma instituição financeira - é bem menor, além de se esperar um menor desvio-padrão (Sharpe Ratio) em seus fluxos mensais ou trimestrais em comparação aos da empresa.
Comentei que a chance de novo infortúnio era a mesma porque as empresas recorrerão sempre aos profissionais errados para a monitoração dos ativos. Por outro lado, o mercado não nos brindará com movimentos tão bruscos em um período inferior a uns anos. Se tivessem contratado a nata dos economistas de Pindorama ou os melhores fundamentalistas, o resultado teria sido o mesmo. Os profissionais adequados para essa tarefa são os especialistas em price action (technicians).
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Há 3 anos
4 comentários:
Fact, estes rombos do mercado de derivativos nas empresas de SC foi geral pelo visto. As Unimed's de Blumenau, Criciuma, Lages e outras estão renegociando contratos com as empresas para não perderem a carteira. Vixe.
Bob, markets são um excelente laboratório para demonstrar a natureza inerente de manada do ser humano. Uma empresa A faz "hedge". Outra B, vendo suas margens se deteriorando, faz o mesmo "hedge'. A C e D, nem pensam duas vezes. O nabo é geral. Se alguém do setor financeiro que entendesse de price action tivesse começado a questionar a manutenção desses swaps em uma dessas empresas teria sido limado! Não tenha dúvida.
Por ignorância profissionais com MBA, CFA e o escambau assumem baixa volatilidade a baixo risco. Calm before the storm!
realmente, in Fact:
tive um amigo que pegou essa coisa de MBA...
axu que foi num bordel academico vendedor de diplomas; e ele me contou certa vez que dava uma renitente coceira, la nas partes baixas, e que nao havia pomada nem reza braba que curasse tal merda.
ja o tal CFA dizem que ataca mais brando, tipo assim um cagoete... BUT, com a palavra o Iceman que eh medico qualificado e respeitado e que nessas coisas nao titubeia e mata a prima, digo, mata de prima.
cheiro de W no ar.
( )s.
Faltou o marcador... FF
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