Por aqui passou despercebido o lançamento de iShares, trademark para ETFs (exchange-traded funds) do Banco Barclays. Anteriormente o único ETF disponível era o PIBB, negociado na Bovespa. Tenho sido um crítico feroz do atraso no lançamento de produtos financeiros em terras pindorâmicas. Nos EUA só ano passado cerca de 170 (!) novos ETFs surgiram nas prateleiras. O primeiro ETF - proxy do SP500 - surgiu em 1993.
Tais produtos estão enterrando a indústria dos fundos mútuos (mutual funds) comuns. Possuem todas as vantagens e nenhuma desvantagem. Nesta seara uma das principais - a meu ver - é a que veda a adoção de posições short a 401k e IRAs (fundos de previdência). Os "short ETFs" (correlação inversa ao do benchmark) vieram a suprir essa deficiência em uma época em que potenciais aposentados estão vendo seus recursos serem aniquilados.
Dada a estrutura do mercado de renda variável em Pindorama, cabe perguntar a real utilidade desses instrumentos financeiros por aqui. A variação dos índices (benchmarks) traz grande influência de 2 empresas, que concentram não só a maior parte da liquidez quanto o valor de mercado da Bovespa. Fariam muito melhor a CVM, ANDIMA e demais órgãos intervenientes se, por exemplo, trabalhassem por uma maior liquidez das opções de venda (puts).
Deixando de lado essa observação há que se ressaltar ainda o timing ruim do lançamento dos fundos "mila", "smal" e "bova". Até 2001, em meio a sucessivos fechamentos de capital durante o bear market, falava-se em fusão de bolsas com a do México, p. ex. Uma pergunta: Por que não lançaram pelo menos um "Short ETF" atrelado ao Ibovespa considerando o price action atual? Quando se iniciar novo bull market, em futuro não próximo, provavelmente os investidores já terão esquecidos que eles existem. :-)
Find me on Tweeter! @FactFin18623431
Há 3 anos
4 comentários:
Caro Fact,
Trabalhei em uma asset grande, com foco em institucionais, e lembro que existia demanda para um produto ETF Short em Ações, ou mesmo um fundo normal que ficasse short 100 % em bolsa 100% do tempo. Porém nenhuma asset queria fazer, pois seria facilmente uma concorrencia para os fundos Multimercados. Quase a totalidade dos fundos multimercados brasileiros somente negociam dolar, pré e bolsa.
Poizé...uma pena. Mais um cartório estabelecido em Pindorama. Brazil, zil, zil.
Árabe, uma pergunta meio tardia...sua ex-firma de AM era uma espécie de butique, com fundos de terceiros à disposição? Ou possuía fundos com gestão própria?
Era ligada a um banco. Tinha ambos, fundos de fundos diversificados e fundos da casa. Tinha muitos fundos de pensão com fundos exclusivos e carteiras.
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