Em dezembro de 1998 uma Corte Especial de Cassação, na Bélgica, julgou e condenou os 12 acusados do caso Agusta-Dassault.Agusta-AW109 é um helicóptero, e Dassault é uma megacompanhia francesa com variados negócios, com destaque para a área aeroespacial.O escândalo Agusta-Dassault se deu em torno da compra de helicópteros para o exército belga. Envolvidos num imenso processo de corrupção estavam importantes empresários, políticos e administradores públicos.Entre os condenados estava o grande líder da indústria aeronáutica e militar francesa, Dassault. Hoje, aos 84 anos, é presidente honorário da empresa e senador pelo partido conservador União por um Movimento Popular, o mesmo do presidente francês Nicolas Sarkozy.Agora, esse mesmo senhor - repito, julgado, condenado e sentenciado pela Justiça belga por corrupção ativa, foi condecorado pela República Federativa do Brasil, mais precisamente pelo presidente Lula. “Monsieur” Dassault recebeu o título de Grande Oficial da Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul, a mais alta honraria destinada a um estrangeiro.Na mesma ocasião foi anunciada a construção conjunta de 50 helicópteros de transporte, modelo francês. E de um submarino de propulsão nuclear e outros quatro convencionais. E a construção de um estaleiro e de uma base naval de apoio. Um negócio de R$ 24 bilhões. Tão grave quanto essa condecoração, foi o anúncio afoito e inadequado do presidente Lula sobre sua preferência e decisão para a compra de 36 aviões de caça Rafale para a Força Aérea Brasileira, um negócio estimado em US$ 10 bilhões.Feito o estrago diplomático, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, disse que a disputa continua aberta, com os modelos norte-americano (Boeing) e sueco (Saab).Ao saberem do acordo e da declaração do presidente Lula, emissoras de TV e jornais franceses, a exemplo do Le Monde, La Tribune e o Les Eches, e a TV pública France 2, destacaram o fim de um tabu - a dificuldade de vender no exterior. “Se as negociações forem concluídas, será o primeiro contrato de exportação do Rafale, que jamais foi vendido fora da França”, afirmaram!É tudo muito estranho, muito suspeito. Afinal, é uma concorrência bilionária e internacional. Mereceria mais cautela e transparência.A questão de segurança nacional, bem como a proteção do pré-sal, argumentos avocados pelos governistas, é uma explicação medíocre.É tão ruim quanto a justificativa de transferência de tecnologia. Afinal, dizem os especialistas, é uma tecnologia atualmente superada em mais de dez anos. Ao final das construções, serão 20 anos de atraso tecnológico!Estranho também é o silêncio do Congresso Nacional. Em apenas dois dias, e em regime de urgência, e votação simbólica (outro absurdo que sobrevive na nossa pobre república), foi aprovado o crédito de R$ 25 bilhões (submarinos e helicópteros). Nem durante a ditadura militar houve tamanha omissão e falta de debate prévio. Embora possa se compreender à docilidade da base governamental e fraqueza da oposição, há compromissos com princípios de legalidade, economicidade, publicidade e moralidade. Isso sem falar que já há definição da Construtora Odebrecht para a construção do estaleiro dos submarinos. Será que o silêncio dos parlamentares, as votações rápidas, a liberação dos recursos têm algo a ver com as eleições do ano que vem? Tudo indica que o assunto já está encerrado. Vergonhosamente. Agora só falta, como dizem alguns bem informados, a provável celebração do anúncio no dia 23 de outubro.Dia 23 de outubro registra os 103 anos do primeiro voo do brasileiro Santos Dumont, o pai da aviação, com o seu 14 Bis, no campo de Bagatelle, na capital francesa. Santos Dumont não merece essa!
4 comentários:
Ando meio afastado ainda na batalha para "arrumar"meu joelho.Nova cirugia pela frente então não façam bobagem na minha ausência, hehehehe.
Sigo com smalls: EMBR3/INEP4/PLAS3/VCPA3.
Dois aviões Rafale caem no sudoeste da França
O modelo é finalista na licitação para compra de caças para a Força Aérea Brasileira.
De Paris para a BBC Brasil - Dois aviões Rafale da Marinha francesa caíram nesta quinta-feira no mar Mediterrâneo, nos arredores de Perpignan, no sudoeste da França, enquanto realizavam uma missão de teste.
As causas do acidente ainda são desconhecidas. Segundo um comunicado, o ministro francês da Defesa, Hervé Morin, pediu a abertura de investigações para apurar o que poderia ter provocado as quedas.
O Rafale é um dos três finalistas da licitação para a renovação da frota de caças da Força Aérea Brasileira.
O presidente Lula já declarou preferir o Rafale, fabricado pela Dassault, alegando que a França teria feito a melhor proposta em relação a transferência de tecnologia do avião.
A melhor aeronave francesa não e o RAFALE, na verdade e vendida pela frança mas sua origem e italiana, CARLA BRUNI, isso sim e um belo avião....
Ehehe... foi exatamente isso que eu escrevi no twiter! ;-)
Abs ^v^
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