terça-feira, 18 de agosto de 2009

CPFL

A CPFL é uma posição que ocupa espaço em minha carteira. A maior parte de minhas compras foi feita próxima de R$ 30,00; um pouco abaixo e um pouco maior logo acima.

Venho analisando e reanalistando há 2 anos, e aprofundando a análise.
Cada vez fico mais certo sobre ela.

Mas o mr. Market não concorda comigo e não valoriza a empresa, que está travada entre 30 e 40 há mais de 2 anos!

Isto posto, quais foram meus motivos?

Primeiro, que gosto de dividendos e gosto de elétricas. Em um mundo em que competidores (geralmente chineses) chegam de todos os lados e os negócios mudam, eu tenho a certeza de que ainda demora umas décadas pra uma elétrica enfrentar concorrência.

Fora isso uma elétrica é uma coisa simples, seja G, T ou D. Se bem administrada dá um bom dinheiro, e como o ativo é grande a depreciação diminui o lucro contábil (tributável), fazendo o caixa jorrar com pouco imposto.

Olhando por alto vemos um alto dividendo. O DY de 12 meses está hoje em 12%; 9% foi o do ano passado, o histórico é consistente com estes 9%.
Isso já dá 9% acima da inflação, num cenário em que a Selic te dá 9% brutos... sem comentários.

Junto com ela temos lindas alternativas, como AES Tietê e Coelce.
Mas ela tem algumas diferenças.

1. Instalação mais nova e bem cuidada.
Menos manutenção futura? Mais tranquilidade operacional.

2. Crescimento.Ela ainda está investindo bem em geração e distribuição.
Além de se tornar diversificada (integrada), isso deve aumentar sua receita pelos próximos 4 anos pelo menos, com vários projetos entrando em operação.
Então vamos acrescentar aí uma taxa de crescimento que calcularei depois - ou o leitor pode pegar o demonstrativo, ver a quantidade de MWh a instalar, e calcular. Ano passado eu esperava uns 5% a.a. por pouco tempo.

3. Dívida grande a ser paga.
No dia em que ela parar de investir pode pagar dívida.

Quando se usa 55% de debt e 45% de equity, os juros comem bastante. Então, veja: o gordo dividendo de hoje é após pagar juros de dívida. Quando desacelerar os novos projetos, leva 10 anos pagando a dívida e a cada ano, gasta menos em juros.

Quantificar os efeitos acima?Já quantifiquei ano passado e dava um "up" legal no valuation.

Outro dia, quando não estiver caindo de sono, quantifico de novo, sem preguiça.

Fico, no entanto, coçando minha cabeça; quem está errado desta vez, o mercado ou eu? Será uma value trap que só eu não vi?

Resposta de hoje até o final de 2011. Os dividendos ajudam a esperar.

3 comentários:

aguia disse...

afff...

PUTA POST, PROF!!!

(venda tudo, pague as multas do TiB e recompre a 10, rs).

"BUT" (eternamente by Sir Bob), também, cactus uái...vc, Lafa, foi o que cobrou MAIS CARO para colaborar aqui (o Gaivota e o Samuca que em WS ganhariam n X +, com seus postes magníficos, como in Fact; e apesar de quase idem règiamente pagos como todos os D+, nunca poderão saber dos seus contra-cheques-voadores: lembre nosso Contrato sôbre a cláusula idade do Fidel, digo...de Fidelidade, né?).

todo mundo bursatil - porrrr k, porrraí e em WS - sabe q o TiB tem investido uma FORTUNA no aperfeiçoamento TOP qualitativo dos issues desta praia solidária; a qual, não fôra o Bob torrar tanta grana em Aspen (onde machucou o joelho recentemente e foi se tratar en Paris), sairia do vermelho até 2.012...just quando deverei dar mais uma outra tacada trilhonária e KB, nosso inesquecivel ontológico Fundador já terá enchido o imenso cofre do 'elefante da loja de cristais' bilhardàriamente; como fazemos, de praxe, vez ou outra.

C JÁ PENSOU... O TANTO DE KiBon SERIA SE AQUELA ANTA PAQUIDÉRMICA VOLTASSE A POSTARRRRRRRRRPÔRRAQUI?

braçao.



han?...o market?... cai, como eu; e idem já de sono, córz.

Anônimo disse...

A receita de uma geradora é dada pela sua energia assegurada multiplicada pelo preço de venda em R$/MWh.
As vendas são para mercado cativo ou mercado livre.
O preço de venda menos o custo para se produzir a energia (incluindo remuneração do capital) é o lucro.
É difícil saber qual o custo. O preço médio de venda, as vezes é publicado em balanço.
No caso de venda para mercado cativo, em leilões do CCEE, é possível ver a quantidade, os preços negociados e os prazos.
Para mercado livre, talvez no balanço consiga-se alguma informação.
Caso tenha, a questão é buscar ver o preço que está no balanço e comparar com o preço que novos contratos estejam sendo negociados. Nem sempre é uma questão simples. É provável que com a crise, esses preços tenham caído. Restam saber os prazos que estão sendo negociados.
No caso de venda para cativo, tendo os prazos, existem as renovações. O gerador pode vender a seu critério neste leilão, findo o contrato.
Existe leilão para energia nova e energia existente.
No caso da energia nova, a ANEEL estabelece o teto e os interessados fazem suas propostas e a de menor preço ganha.
No caso de existente, a ANEEL também estabelece o teto, geralmente abaixo daquele da energia nova. O problema nesse caso é o fator Eletrobras. Ela possui grande volume a ser renovado em 2013 e 2014. Caso mantenha a mesma orientação ocorrida em 2005, os preços continuariam para baixo. E a geradora que não é Eletrobras e tem energia existente, dependendo a quantidade, vai ter de contentar-se em vender parte dela ou total, a este preço jogado para baixo (não necessariamente menor que o que estava sendo praticado).
A energia assegurada não comercializada, é liquidada em PLD (preço de liquidação de diferença), que pode ser abaixo ou acima do custo efetivo gerador. (Existe um artigo no TIB falando disso).
Outra questão importante é a falta de definição sobre renovação das concessões. Isso vale para todos os negócios.

No caso da Distribuição, a receita é formada por:
1) Remuneração de ativos na base regulatória líquida (WACC regulatório que é de 9,95% líquido e 15,05% bruto);
2) Depreciação incidente sobre base regulatória bruta (tirando ativos bancados pelos consumidores chamados de obrigações especiais), geralmente número próximo e abaixo de 5%;
3) PMSO regulatório (Pessoal, material, serviço de terceiro e outros);
4) Custos não-gerenciáveis (compra de energia incluindo perdas, encargos setoriais, etc).
Pontos de atenção:
a) Todo o investimento feito é reconhecido integralmente?
b) O PMSO real versus o PMSO regulatório;
c) As perdas definidas foram adequadas?
d) O Wacc regulatório é satisfatório?
Essa receita é definida em processos de revisão e são reajustadas, até que venha outra revisão.
O processo de reajuste já gerou muitos ganhos para as Distribuidoras, mas a ANEEL tem buscado mecanismos para capturá-los. Mais ainda existem, mas bem menos do que ocorreu em processo passado.
Tem o fator X, que no processo de reajuste é um redutor do IGPM.
Faço uma ressalva, que ao contrário do que se lê por aí, o IGPM não reajusta tarifas de energia. Somente parte dela.
Nas revisões passadas, as empresas inflavam o investimento a ser feito no futuro (usado para calcular o fator X) de forma que o resultado deste fator X fosse reduzido.
A ANEEL não recalcula este fator e muitas empresas não investiam nem de longe, aquilo que tinha declarado.
Isso mudou. Se a empresa não investir o que declarou (acho 90% pelo menos), ela leva multa e se for abaixo dos 100%, o fator X é recalculado e geralmente fica maior.
É muita coisa para dizer. Espero ter ajudado em algo.
CM

aguia disse...

C viu LAFA?

conheço o CM de outras eras e sei que êle manja de energia pra k-rai... e axu que - pelo tanto que sabe - sintetizou pacas.

vou passar este petit coment dêle pra Pista da praia e se êle reclamar, depois digo ao Bob pra lhe enviar 15 pilas, né, uái.