Geralmente eu sou avesso a aumentos de capital.
Especialmente porque simplesmente fazer uma subscrição ficou demodé. Hoje em dia o melhor é fazer uma segunda OPA, algo grande e com preços mais valorizados, que geralmente combina com a indesejável palavra "reestruturação".
Mesmo assim, tem um aspecto bastante positivo da movimentação do mercado de capitais brasileiro nos 5 anos recentes, e que continuou durante a crise. A captação constante de dinheiro para investimentos, mediante ofertas primárias.
Isso a gente vê no mercado de ações, no mercado de FII´s, na emissão de CDB´s e no aumento da dívida interna que nem sempre foi motivada por necessidade.
Tomando FII´s como exemplo, se a gente juntar os principais gestores, chuto que tenhamos uma captação entre R$ 500MM e R$ 1 bilhão neste segundo semestre. Neste mercado, antes um fundo de R$ 100 MM era grande. Assim dá pra ver que o apetite por investimento está forte.
E o melhor é que, uma vez investido, não tem volta. Se eu invisto em CDB, posso resgatar e consumir. Mas se eu compro uma ação, não tem volta. Se eu vender, outro comprou.
E isso é o quê? Reflexo de uma taxa de poupança mais elevada. Junto com uma aceitação de investimentos um pouco mais longos. Hoje temos uma taxa de poupança próxima de 20% do PIB. Não é de se envergonhar.
Agora, a questão é cultural. Se esta tendência se propagar, talvez chegar a 25% um ano ou outro - uma das principais condições para o crescimento interno sustentado terá sido alcançada.
Assim, espero que as novas empresas continuem pipocando. Especialmente se forem empresas simples, sem muito risco de nabo para o investidor - como o citado FII.